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sábado, 28 de novembro de 2015

A ocasião dos encargos


O dia encontrava-se no alvorecer. As galinhas, nas caipiras, estiveram pulando dos poleiros. O chuvisqueiro, nos ares da primavera, esteve umedecendo as paisagens. O dedicado e inabalável produtor, na noção das criações e plantações, saltou do leito. A precisão, no empenho do progresso e sucesso, atendeu incumbência. A ureia, no espalhado manual, completou alocada nas culturas. As unidades, no escolhido a dedo, adviriam no benigno da assimilação. O serviço, em função de adquiridos compromissos, achara horário peculiar. Os caseiros, na situação do horário de verão, mantiveram-se firmes no leito. A realidade, no propício das ocasiões, descreve de ajustar as obrigações. As minudências, na adequada execução das iniciativas, cooperam no completo êxito e ganha tempo. A notoriedade, nas obrigações, persegue aos afinados e dedicados. Os negócios, nas agilidades a aptidões, sobrevêm em missões e mistérios.  O trabalho, no ardor, institui distração e riqueza.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://gramados.net/

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

A esdrúxula andança


O pacato habitante, na classe de filho das colônias, tomou direção e peregrinação. O rumo, na folga dos finais de semana, adveio na direção dos bares e mercearias. A aspiração, no amor ao baralho, foi localizar ambiente e companhia. A aposta, no bife ou canastra, cairia na diversão e tempo. O choro e comento, no contíguo dos causais sócios das conversas, ligou-se nas somas das arriscas. Os recém-abonados, no entusiasmo da diversão e podridão, inflacionaram jogo e negócio. Os amigos, no endinheirado (recente), apostam no grosseiro. Os afeiçoados, no baixo cacife, podem desgraçar-se em hora ganho diário ou semanal. A tarde, no azarão, poderia suceder na perda do angariado mensal ou semestral. O paliativo, no arrojo, consiste em assistir meramente cobiça das mesas e pares. A urbanização, no afluxo de migrantes, sucede em novéis crenças e denodos. O singelo, na moda das colônias, cai em ares de atraso e recuo. O sujeito, no sensato cacife, deve julgar as envergaduras da algibeira.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: https://pt.wikipedia.org

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Os preceitos sociais


A senhora moça, na tarimba da essência, sobrevém na gama de amizades. Os conhecidos, nas várias entidades, disseminaram-se em eventos e lugares. As referências, nos comentários comunitários, mostram-se agradáveis e propícias. As palavras, no cotidiano das informalidades, acontecem na acentuada reflexão. O teor, em conselhos e querelas, verifica-se avaliado e ponderado. A realidade, nas décadas de vivências, ensinou preceito nas relações sociais. O dito-cujo, no desejo do bem querido, obriga-se a “engolir graúdos e muitos sapos”. As pessoas, na dimensão das conveniências e regalias, distorcem afirmações e fatos. As indiscrições, nos avisos pessoais, adotam-se relembradas. O apropriado, na manha dos distintos, versa em falar pouco e escutar muito. O indivíduo, no espírito crítico, avoluma conjugado de veladas antipatias. “Quem diz que pensa, escuta que rejeita”. As escolhas, na discrição, descrevem ciência. Deus, na falta de maldades, cintila atitudes e caminhos.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://www.baudesentimentos.com.br/

História da Escola Municipal Andrade Neves


O educandário, no situado do núcleo colonial do encontro da estrada geral da Boa Vista Fundos/Teutônia/RS – acesso às linhas Catarina, Germana (Fundos) e Boa Vista (Meio), integra biografia de centenas de evadidos e residentes. O ensino-aprendizagem, no decurso das décadas, exteriorizou arrojo e ciência dos habitantes. O registro, na classe de ex-aluno (1966-1972), visa eternizar memória comunitária.
A história, nas ocorrências relevantes, minuta passagens. O preceito de mutirão, na crônica das Memórias de Jacob Lang Filho, edificou módica sala. A paragem, na época Picada Catharina (na conexão dos fundos da Picada Boa Vista), foi colonizada em 1872. Os pioneiros, na nota do Livro da Colonização, foram Jacob Lang, Friedrich Kussler, Adolph Eggers, Jacob Dockhorn, Adam Eckert, Peter Hatje, Heinrich Damann, Claus Damann, Nicolaus Nielsen, Heinrich Hatje, Wilhelm Jung, Mikael Behrs, Heinrich Week, August von Scheren/Schewen... A escolinha, no centro colonial, viu-se edificada no ano de 1874. O colono e morador August von Scheren, na laia de antigo capitão de navio e instruído na língua nata, foi instituído docente.
Os professores, na subsequência, foram August von Scheren (1874-....), Gustav von Grafen (....-....), Heinrich Friedrich Wilhelm Sommer (1909-1917), Heinrich Dreyer (1918-1927), August Krützmann (1928-1930), Reinhold Antoni (1931-1938), Raimundo Brackmann (1939-1940), Werno Dreyer (1941-1942), Helmuth Kilpp (1943-1949), Erno Driemeyer/professor auxiliar (1948-1949), Edgar Wiebusch (1949-1970), Rejane Maria da Silva (1971), Leunira e Renata Morchbacher (1972), Maria Noemi Dietrich Blömker (1973-1985), Maribel Bayer Althaus (1986-2015).
Outras referências, na história, alistam-se no primeiro prédio de madeira e no segundo que foram edificados em pedra de arenito. O construtor, na casta de morador, foi Jacob Kettermann. O educandário viu-se escola particular (1874-1965) e municipal (1966-2015). A administração Elton Klepker/Silvério Lüersen ampliou prédio e investiu em telefonia. A Internet, na onda globalização, adveio em 2005... O ensino, no idioma em português (em avaria do alemão), implantou-se em 1939 (período da nacionalização e perseguição do Estado Novo).
A designação original fora Escola Particular da Linha Catharina (razão de confusão na idêntica na Linha Catarina). A denominação, na nacionalização, mudou para o patrono Andrade Neves (referência ao brasileiro ilustre José Joaquim Andrade Neves – militar e herói da Guerra do Paraguai). A instituição mantenedora, por bons anos, via-se a Sociedade Escolar Evangélica Três de Julho. Os conteúdos, no período de 1874-1936, eram na base dos cálculos (práticos), leitura e escrita.
As disciplinas, em boletim/ano letivo de 1944, incidiam em comportamento, atenção, aplicação, ordem, contas, leitura, português, gramática, civismo, geografia, caligrafia, ortografia, desenho, canto, ginástico e redação. A avaliação, em boletim/1971, era comportamento, aplicação, ordem, linguagem, matemática, estudos sociais, ciências naturais, religião, educação moral e cívica. Os castigos corporais, na força da palmatória, reguada e sovo, foram abolidos na prática educativa na mestra Rejane Maria da Silva (1971).
A escola, no mérito, educou o conjunto dos membros das jovens gerações. Os alunos, nas iniciais décadas, abarrotavam a sala. A realidade, na queda da taxa de natalidade das famílias e migração campo-cidade, ostenta-se exclusiva dezena de colegiais. O evento anual, na máxima expressão, mantém-se no Pinheiro de Natal. Os educandos, na ocasião exclusiva, conseguem reunir o conjunto de residentes (em torna das apresentações teatrais). Segue, na odisseia da linha, gloriosa sina Escola Municipal Andrade Neves.

(Guido LangFragmentos da História Colonial, novembro/2015).

Crédito da imagem: http://saiadopilotoautomatico.com.br/

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

O excesso de lisura


O inativo, na laia de antigo instrutor, aderiu na atuação e eleição. A pretensão, na vereança, campeou avigorar bancada e cargo. O acomodado cidadão, na ativa campanha, correu distantes linhas e quilíades de habitantes. A empreitada, na divulgação do corpo a corpo, incidiu na estratégia. O apregoado, no exagero da lisura, externou de investir somente no principal. A gasolina e veículo, nos consumos pessoais (bolso), advinham nos exclusivos gastos e emissões. Os afagos, na prática corriqueira e dissimulada compra de representados, viam-se literalmente recusados e rejeitados. O saldo, na totalização dos votantes, viu-se na específica centena. A cancha descreve: O sujeito, na carência dos investimentos na competente imagem e iniciativa, colhe insatisfatórios e parcos resultados. O empreendedor, na dimensão de abranger causas e enveredar iniciativas, necessita “abrir algibeira e engordar espertezas”. O profissional, na extenuação das imprecisões, propagada dúvida e malogro.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://www.megasom.com.br/

terça-feira, 24 de novembro de 2015

A bucólica anomalia


Os residentes, no inserido da propriedade, notam bucólica anomalia. A dúvida, em certos dias, arrasta-se no sumiço. As unidades, em galinhas, leite e ovos, conhecem o “chá do submisso”. A observância, na situação das saídas, incorre nas ocorrências. O dissimulado, na pilhagem, acontece nas instalações. Os vizinhos, em distintos amigos e velhos parceiros, acertam em redobrar atenções. A afluência, na série de estranhos ao espaço camponês, adotou voga na linha. A deficiência, na mão de obra, incide na contratação de forasteiros. Algum trapaceiro, na forma de andarilho, semelha incursionar nas paragens. A amizade, na cachorrada, desponta destreza e incide no trato. O ardil, na propositada saída geral, cai em entocar algum familiar. A pessoa, no interno dos abrigos, permaneceria na tocaia. O acaso, nalgum inesperado, aprontará revelado na autoria. Os abonados, nas variadas formas, acabam logrados e supridos nos bens. O juízo, no adentrado, incide dos coloniais ostentar riquezas.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://www.dercio.com.br/

A biografia de Lothário Lang


A História, no chegado das grandes abordagens docentes, ignora a trajetória das pacatas pessoas. As biografias, no comum, passam na deficiência ou indiferença de registro. Os acanhados, no visível anonimato, delineiam epopeia das aldeias. Os modestos, no chão das fábricas e lavouras, afeiçoam edificar cidades, semear campos, resguardar sabedorias...
O historiador, na inquietação da genealogia e memória, procurou refazer o registro da obra e vida de Lothário Lang. O objetivo, no momento, incide em conservar biografia e reminiscência. Os descendentes, no futuro, terão seguramente interesse na narração e procedência. Os registros, no elaborado dos escritos, perpassam épocas e gerações.
Lothário, em 19/04/1927, nasceu dos pais Frederico Carlos Lang (1896-1950) e Paulina Eggers (1896-1933). As manas foram Lídia, Elma, Erna, Herda e Selmira. A geração constituiu quarta prole dos pioneiros (afluídos em 1847). As dificuldades, na velha Prússia e promessa de melhor subsistência, foram causas da evasão da Europa.
Os antepassados, na laia de agricultores, eram imigrantes modestos e ousados. O entusiasmo, no ofício, foi afeição às criações e plantações. A acomodação, na primeira estação, ocorreu na Picada Café/Colônia Alemã de São Leopoldo (1847) e transferência posterior a Picada Catharina/Colônia Teutônia (1872). Ele foi mescla entre prole dos hunsrüche e westfalianos.
Lothário, na idade dos quatro anos, perdeu mãe Paulina. A comoção, diante da desventura, contornou-o a ser livre pensador. O lamento, na ausência qualquer figura/imagem da genitora (foto), estendeu-se pelo cerne das vivências. A Escola Comunitária Andrade Neves, no alemão (1935) e português (1936-1939), ganhou formação. Os professores, na arte de calcular, escrever e ler, foram Reinado Antoni e Raimundo Brackmann.
A aspiração era de cursar medicina. A morte atrapalhou plano. A falta, em chances, conduziu na afeição de agricultor. A área, em quinze hectares (locados na Boa Vista Fundos/Teutônia/RS), cresceu no minifúndio. As culturas, no feijão, forragens, hortaliças, mandioca e soja, foram capitais. As criações, nas aves, bovinos e suínos, foram “ganha pão’’. O domínio, na fixação da Linha Catarina/Teutônia/RS, careceu de empilhar riquezas.
Lothário, na Segunda Grande Guerra (1939-1945), serviu de reservista (na segunda categoria, classe de 1927, no Tiro de Guerra 648 na Vila Teutônia). A mobilização, em 1945, ocorreu na razão de embargar à Itália (desfecho das hostilidades, em maio, tornou dispensável). O Tiro de Guerra conheceu o instrutor e mestre Idílio Vasconcelos (admirado na ciência, finura e manha). A perseguição, na interdição do dialeto do Hunsrück/alemão, fazia-se aferrada aos descendentes teuto-brasileiros.
Lothário, em 09/07/1949, casou com Annilda Strate (filha de Frederico Strate e Erna Jasper). Este, em 21/07/1927, foi batizado pelo reverendo Jonathan Stribel e casado pelo pastor Erich Wilhelm Ziebarth na Comunidade Evangélica Betânia da Boa Vista/Teutônia/RS. Os filhos foram Dario Frederico, Glaci e Guido Lang. O espírito prussiano, no rigor a faina, perpassou nas atividades e crenças.
As duas casas, no primeiro chalé de madeira (1949) e posterior alvenaria (1966), viram-se edificadas na força das economias e faina. Os princípios, no apego à ciência, dedicação, organização e persistência, constituíram guia da existência. A humildade e simplicidade, no cotidiano dos atos, foram modelo nos métodos.
A filiação, no associado, ligou-se as entidades: Cooperativa Regional de Eletrificação Teutônia (Certel), Cooperativa Regional Agropecuária Languiru, Comunidade Evangélica Betânia, Coro de Homens da Boa Vista, Sociedade de Coro Misto de Boa Vista Fundos, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Estrela/RS e Teutônia/RS, Associação Esportiva Avante... Lothário, na gestão da Cooperativa Mista Pontes Filho (1959-1963), fora tesoureiro da entidade.
Lothário, na doença (maio/1990), adquiriu Metástase de Câncer Brônquico. O vício, no cigarro, fora causa. O tratamento iniciou no Hospital Ouro Branco/Languiru/Teutônia/RS, Redentor/Canabarro/Teutônia/RS e Pavilhão Pereira Filho/Porto Alegre/RS. O óbito, por Insuficiência Ventilatória Aguda, ocorreu em 24/11/1990 no Hospital Redentor.
O velório, na Boa Vista Fundos/RS, ocorreu na residência. O afluxo, nas despedidas finais, foi do círculo de amigos e residentes. O enterro, no jazigo familiar no Cemitério Evangélico da Comunidade Betânia, ocorreu em 25/11/1990 (fora efetivado pelo ministro Yedo Brandenburg). Os relatos, nos arrojos e manhas, mantêm-se ativos na tradição oral.
O sereno ente, na paz do Senhor, descansa junto à esposa. O amor, na família, liberdade e trabalho, foram razão da existência. O acúmulo, no capital, advinha no plano secundário. As lições, na firmeza dos exemplos e ideias, norteiam os passos da descendência. A semente, no lançado ao solo fértil, produziu majestosos e ricos frutos.

(Guido LangFragmentos da História Colonial, novembro/2015).

Crédito da imagem: http://reflexoesecotidiano.blogspot.com.br/