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terça-feira, 30 de julho de 2013

O segredo da espécie


Uma determinada área, por séculos ou milênios, constituía-se no hábitat natural dos angicos. Uma madeira nobre à combustão e construções!
O Homem, com as necessidades da colonização, foi derrubando exemplares. Determinada área tornou-se potreiro. Plantas novas, com o consumo do gado, viam-se ceifadas ou inviabilizadas no crescimento e desenvolvimento!
Outro momento, as árvores nos matos rejuvenescentes, viram-se ressecadas numa anomalia. Alguma razão natural existia para o aparente extermínio da tradicional espécie da Floresta Pluvial Subtropical.
Uns espertos, metidos na toga de cientistas e observadores, falaram dos reflexos da excessiva combustão de veículos. A poluição, no lugar original, acabaria com a espécie!
A surpresa, como fim do pastoreio e o reflorestamento, adveio com o intensivo rejuvenescimento florestal. Sementes, preservados entre ciscos e solos, brotaram na aparência de velha praga.
O fôlego, na proporção das condições ambientais próprias, tomou forma no espaço. A planta, por alguma desconhecida razão, revela-se cíclica no hábitat! Os coloniais extraem proveito com a formosura e majestade da madeira de lei!
A natureza, no seio da terra, encarrega-se de resguardar exemplares. O Homem estuda e reestuda, porém carece de descobrir os reais desígnios divinos. As condições próprias, nos ciclos e épocas, permitem a diminuição ou multiplicação da população das espécies!
                                                                                                 
Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências” 


Crédito da imagem:http://arquimedesenlatina.blogspot.com.br

segunda-feira, 29 de julho de 2013

As mudanças no mercado


Os colonos, no passado, mantinham uma acentuada diversidade produtiva. As produções, como sobras nas propriedades, ostentavam uma miscelânea de artigos.
Os problemas, na hora da comercialização, relacionavam-se a carência de mercado. Abóboras, banha, carnes, frutas, cereais, leite, manteiga, nata haviam em abundância.
A briga relacionava-se a encontrar algum comprador. As cidades pequenas, com estradas esburacadas e precárias para o acesso, dificultavam ou impossibilitavam o escoamento.
A situação, com o aumento populacional e melhoria das rodovias (a partir de 1950), relacionou-se as vendas. O produtor pode produzir o variado e transformar em dinheiro. Este deixou de implorar para comercializar seus artigos!
Os produtores, de aves, bovinos, carvão, leite, madeiras, ovos, soja, suínos, conseguem em quaisquer momentos “passar e meter no troco” (transformar em dinheiro). O mercado, com o aumento da população urbana, encontra-se ávido por mercadorias!
Ele absorve montanhas de sobras rurais em função das grandes demandas urbanas. Milhões de pessoas vivem exclusivamente do abastecimento do campo.
O consumo diário chega a bilhões ou trilhões de toneladas nas megalópoles. Haja alimento, em fartura e produção, para abastecer e satisfazer toda essa gente!
O modelo econômico, em poucas décadas, mudou as condições e qualidade de vida. O atual asfalto, no interior de pacatas localidades, parecia alguma lorota de profecia ou utopia. Os produtores atuais, em menor número, superam em grande margem a produção dos outrora muitos.

                                                                                  Guido Lang
 “Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://economia.uol.com.br

O azar do gambá


Uma família ao qual morava na cidade resolveu enveredar pelas colônias. Ela, num domingo de verão, queria maior distância do calor do asfalto e concreto!
Esta, numa circulação pela estrada marginal, deparou-se com um ingênuo e modesto bichinho. O animal, por alguma razão, mantinha-se desnorteado e órfão!
A esperteza e ousadia, a pedido da filha menor, consistiu em apanhá-lo e querer domesticá-lo. Este, como tenro filhote, acabou enrolado e colocado veículo adentro!
A família, no retorno a aglomeração urbana, andou uns bons quilômetros na rodovia principal. Esta, numa casualidade e surpresa, viu-se parado numa blitz da polícia rodoviária!
O transporte de animais, espécie da fauna silvestre, mostra-se crime inafiançável pela legislação ambiental. O condutor, não podendo pagar fiança, acaba direto no “xadrez” (cadeia)!
A mulher, como paliativo de safar o marido, ostentou uma genial e inusitada ideia e prática. Ela, sem menor dúvida e às pressas, enfiou o inocente bichinho debaixo da saia!
A senhora, as amigas e familiares, relatou posteriormente a façanha. Alguém, criado nas colônias, interrogou: “- O cheiro impróprio como ficou?” 
Esta, pensando tratar-se duma referência ao final da menstruação, externou o completo desconhecimento. A fulana, numa frase, sintetizou: “- O gambá que se ralou!”
A extrema necessidade leva a reações e soluções inusitadas. Inúmeros consumidores desconhecem o singelo trabalho da produção básica dos alimentos. Certas histórias, pela anomalia e ingenuidade, acabam comentadas e rememoradas!

                                                                               Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Gamb%C3%A1.jpg

domingo, 28 de julho de 2013

A discreta vigilância


Os vizinhos, das redondezas, queixavam-se do sumiço frequente de artigos da produção agrícola. Algum malandro, na surdina, apropriava-se de alheios bens e  suores!
As suspeitas, no cruzamento de informações, davam conta de esporádicos roubos. As melhores colheitas, no primeiro descuido, “criavam pernas parciais nas lavouras e matos”.
Os desaparecimentos, a título de exemplo, relacionavam-se aos abacates, abóboras, banana, espigas (de milho verde), melancias, melões, raízes (aipim)...
As famílias, num pré-combinado, estabeleceram uma acirrada e discreta vigilância. O camarada, em suspeita, via-se com os movimentos observados! Este, nalgum cochilo, iria “morder a isca!”
Um vizinho, como chamarisco, deixou amadurecer no pé determinado cacho de banana. A vigilância, a partir das instalações e tensa vegetação, mantinha-se fácil como tocaia!
O cidadão, em suspeita, incursionou pelo espaço próximo a noite. O proprietário, com a mão na botija, repreendeu-o no flagrante. O ladrão tinha-se denunciado e desmascarado!
Este, daquele dia em diante, caiu na desconfiança e falatórios comunitários. Quaisquer sumiços, num primeiro momento, faziam referência ao larápio!
Os outros, da fama alheia, valiam-se para afrontar e aprontar maracutaias. O número de pequenos furtos acentuou-se no lugarejo. Ele, em primeiro plano, encontrava-se o apontado na autoria!
Os malandros podem mudam de lugar, porém a fama acompanha-os na migração. A ladroagem, como a mentira, costuma ostentar pernas curtas. As pessoas, em meio aos cochilos e descuidos, zelam pelos bens e patrimônios!

                                                                                          Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://poemasdojames.blogspot.com.br

A oportunidade de adubação


A mulher, no contexto do pátio, vivia a reclamar. As folhas, com o advento do outono, caiam e redistribuíam-se pelos quadrantes!
O espaço, com eventuais visitas, ostentar-se-ia imundo! As conversas e fofocas, em função do desleixo, tomariam forma no meio comunitário! As referências familiares não seriam das melhores!
A queixa, em resumo, consistia: “- Nada fica limpo! A gente arruma e desarrumam! A sujeira espalha-se pelo ambiente! A umidade, em véspera de chuva, complementa o aroma com cheiros de putrefação!”
O marido, como companheiro e parceiro da propriedade, procurou dar uma modesta mão. Ele deu-se a incumbência de amontoar e varrer os restos vegetais!
O trabalho, num passo posterior, consistiu em ajuntar e colocar num cesto. Este, depois de cheio, foi despejado nas cercanias das frutíferas.
As bergamoteiras e laranjeiras ganharam adubação! A horta, entre alfaces, couves, rabanetes e salsas, viram-se preservados do ressecamento!
Os resultados, com a massiva fertilidade, viram-se nos meses subsequentes. As plantas, num especial desenvolvimento e verde ímpar, agradeciam deveras pelo excepcional húmus.
Certos problemas revelam-se singelas dádivas. Marido e mulher, numa família e propriedade colonial, complementam-se nas conquistas e tarefas. A natureza, na discrição da seiva, ostenta-se um constante morrer e renascer!

                                                                               Guido Lang
 “Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://indaiatuba.olx.com.br

sábado, 27 de julho de 2013

Um melindroso número


As pessoas, na proporção da idade, convencem-se do rápido transcorrer do tempo. Os dias, semanas e meses, na proporção dos anos, assumem a aparência de cada vez mais acelerados!
Inúmeros amigos, familiares e vizinhos anteciparam-se na partida ou viagem derradeira. A fila, das constantes escolhas, diminuem rápido de tamanho! Os parceiros, da assemelhada faixa etária, reduzem-se continuamente!
A conversa vai e vem sobre a prestação de contas! Um ancião, no sabor da reflexão, apontou a singela descoberta ou suspeita. Este, aos incautos e supersticiosos, chegou a assustar e reforçar temores!
O diálogo ligou-se temida idade dos sessenta e seis. Esta, entre os muitos números de anos, seria o mais melindroso da existência. Uma espécie de cheque mate ou número da besta!  
O caso ligaria a uma costumeira confusão de São Pedro. O santo, responsável pelas escolhas dos inúmeros chamados as alturas, confundir-se-ia com extrema frequência!
O santo, olhando de cima abaixo (do céu à direção da terra), faria suas escolhas. O equívoco, como genérica confusão, ligaria do seis pelo nove.
Os sessenta e seis passariam a significar noventa e nove! A razão de inúmeros irmãos perecerem nesta primeira idade! Os cuidados, próximo à data, revelar-se-iam redobrados!
Uns, em meio às desgraças e pesar, conseguem ainda fazer brincadeiras e chacotas. O cidadão nunca sabe do real infortúnio a espreita. As pessoas, em estórias e mentiras, revelam-se muito criativas e ousadas!

                                                                                        Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.maestrobilly.com.br

Atualizar as conversas


Um conhecido, como de rotina, prometeu refazer a tradicional visita. O objetivo consiste em dialogar e colocar as fofocas em dia!
Ele, como uma espécie de andarilho, labuta cá e acolá como diarista. O fato faz conhecer a rotina e o patrimônio de inúmeras famílias da comuna.
Qualquer informação, mesmo detalhada, convém perguntar. Ele costumeiramente sabe informar! A convivência comunitária criou uma rica e vasta experiência.
O cidadão, como as pessoas em geral, adora alguma conversa e diálogo maior. Este gosta de ouvir os detalhes e particularidades dos acontecimentos comunitários.
O conhecido, na estrada geral, encontrou-o para um cumprimento e troca de algumas rápidas palavras. A pressa, em função de compromisso, obrigou-o a seguir sem maiores paradas e rodeios!
O amigo, no ínterim, pediu: “- Fulano! Vê se trazes bastante novidades! Quero tomar conhecimento das últimas fofocas do lugarejo. Mostra-se interessante estar atualizado!”
Uma realidade comum às pessoas conceder-se algum tempo para atualizar as conversas. Assuntos privados vêm-se comentados e debatidos!
As opiniões são formadas nesta conversação informal. A vida alheia, nos bastidores dos comentários, costuma ganhar ares comunitários.
A boa informação norteia a eficiência produtiva. Indivíduo esclarecido costuma ganhar a vida mais fácil! “A profissão sendo honesta, daí não importa como se ganha o pão”.
                                                                                         
Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://ultradownloads.com.br/papel-de-parede/Uma-Simples-Casa-de-Campo/