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segunda-feira, 8 de julho de 2013

O detalhe das ruas


O cidadão, como atento observador do comportamento social, observou uma singela minúcia das avenidas e rodovias. A diminuição acentuada e repentina do fluxo de veículos!
Condutores e proprietários, nos dias da agitação, temeram em serem vítimas. A fúria de baderneiros, na onda das manifestações, inspirou generalizadas fobias e precauções!
O patrimônio, na obstrução do fluxo, poderia resultar em depredações e incêndios. Veículos, como barricadas, serem usados como armas e defesas (contra a força da repressão).
Donos, como prudência, procuram precaver-se contra o impróprio. O resultado, de milhares de cidadãos em caminhada, desconhecia o desfecho das reivindicações!
Os temores começaram a ter reflexos no desempenho dos índices econômicos. A violência assustou cidadãos e investidores! Políticos ficaram desnorteados e inoperantes!
O país, apesar do adverso apregoado, encontra-se num clima de estagnação. A ganância fiscal, com baixos retornos em serviços, gerou a indignação e revolta!     
Um sistema político-econômico, com penalizações de quem produz e trabalha, carece de engrandecer a nação. Os bens, de qualquer natureza, não passam de mera concessão!
Políticos, outrora ferrenhos adversários (da “ordem e progresso”), conheceram facetas do próprio veneno. Uns, por demais, esquentaram suas cadeiras e postos! Precisa-se de ideias e sangue novo no sistema!
Certas retóricas visam somente angariar o próprio poder. As instâncias públicas precisam aprender a racionar e fazer render o dinheiro. “O comum de todos, na concepção geral, revela-se de ninguém”.   
                                                               
                                                                                      Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências” 

Crédito da imagem: http://noticias.uol.com.br

O teste da honestidade


Um determinado jovem, na atividade de garçom, viu-se testado na honestidade. Este, em meio aos estudos universitários, dava-se a opção de ganhar algum dinheiro como bico!
Um reforço de caixa, junto ao valor do empréstimo estudantil, com razão de honrar compromissos e melhorar a qualidade de vida. A labuta, em bailões e restaurantes, dava-se em feriados e finais de semana!
O dono, no começo da contratação, dava algum troco a mais: um singelo valor. O cidadão aceitava sem maior reclamo. O contratado achava tratar-se dum involuntário equívoco. A atitude, na prática, constituía-se num “pega ladrão ou ratão”.
Outro momento, no embalo da agitação e festa, oferecia algum dinheiro a menos. Este ficava a reivindicar o direito. O contratado, na próxima jornada, via-se dispensado. Funcionários, com “dois pesos e duas medidas”, desinteressavam ao empresário!
O princípio consistia em ostentar a correção. Ele, por anos, poderia labutar no estabelecimento e quadro! O indivíduo, nos muitos afazeres e atropelos, vê-se continuamente avaliado e testado. Os prudentes cercam-se de gente confiável e esperta!
A coerência e honestidade necessita serem princípios de vida. O sucesso e o progresso começam pelas escolhas. Felizes são aqueles que pernoitam sem maiores flagelos e pesos de consciência!
                                                              
Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://atribunabatatais.com.br

domingo, 7 de julho de 2013

Um singelo remédio



Uma cidadã, como as pessoas em geral, adora uns cafés, doces e carnes. O objetivo, em meio à abundância, consiste em apreciar e degustar as coisas boas da existência.
A acidez do estômago foi impondo limites. A gastrite, nas caladas dos comes e bebes, “parecia queimar por dentro”. A azia mantinha-se uma companheira inseparável!
O recurso, como receituário médico, consistiu na compra de algum leite de magnésio (neutralizador). A cura parecia mera esperança! O mal cedo retomava o fôlego!
O paliativo, como receita dos antigos, adveio através do segredo da batata inglesa. Esta, depois de descascada, viu-se esmagada e exprimida. O líquido recolhido como remédio!
Alguma porção de suco, em jejum, acabou consumida. O receituário assumiu ares de milagroso. A diferença, em dias e semanas, resultou em melhoras na disposição!
Os antigos, para cada doença ou ferida, possuíam sua natural solução. As fórmulas caseiras chocam-se com os interesses dos grupos econômicos. O excesso de bebedeira e comilança, somada a vida sedentária, assume ares de exagero e patologia!
                                                                                    
Guido Lang
 “Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://www.seeutivesseumcloset.com.br 

A generosa acolhida!



Um mendigo achegou-se a determinada cidade. Esta, com fortes raízes germânicas, desconhece o cenário de moradores de rua. Uma novidade com a progressiva urbanização!
O cidadão, como forasteiro, queria procurar alguma cobertura. Achar algum esconderijo nos espaços públicos. Moradores sensibilizaram-se com o sofrimento!
Uns cinco naturais, numa “vaquinha” (juntando dinheiro), contrataram táxi. Este acabou encaminhado ao conhecido lar de idosos. A achegada, num instante, parecia indigesta peça ou lorota!
O albergue municipal inexistia nas paragens. O cidadão viu-se descarregado/largado no ancionato. A grandeza e nobreza, como solidariedade, advieram dos administradores!
Eles, a par da miséria no crepúsculo da existência, procuraram dar abrigo e alento. A preocupação inicial consistiu em recuperar a alheia dignidade e o orgulho!
O atendimento, em síntese, consistiu num aconchegante e bom banho, refeição farta e variada, reparos na barba e cabelo, roupa limpa e nova, sono numa cama limpa e macia...
Uma cortesia, da instituição particular, com razão de aliviar o flagelo. O indivíduo, noutro dia, pode retomar sua sina. O modesto gesto reforçou o conceito da casa!
Singelas práticas fazem tremenda diferença aos despossuídos e necessitados. O espírito cristão comprova-se pela prática das atitudes e vivências. O exemplo do bom samaritano, nos séculos, perpassa as famílias e gerações.

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://foradazonadeconforto.blogspot.com.br

sábado, 6 de julho de 2013

A ingrata achegada


A mulher, a título de compras e visitação de lojas, dá sua tradicional saída ao grande centro. As pessoas, na aparência, parecem desconhecer e estarem indiferentes a alheia vida!
Ela, na saída, procura fugir da monotonia e rotina. A ideia consiste em respirar outros ares. O fato, numa tremenda casualidade, dá-se numa quarta (tarde do clube da dança).
O parceiro, com tamanha arrumação, desconfia da inocência. Ele, ocupado na jornada de trabalho, “fica de mutuca”. Um teste para avaliar à companhia!
A cidadã, no embalo da saída, dá uma passada no bailão. Alguma amiga une-se ao festerê (festa). Os convites e propostas, das partes masculinas, mostram-se rotineiros!
Esta conhece e encanta-se numa acalorada companhia. As danças, cervejadas e conversações tomam vulto. O “amigão” descaso faz ou ignora a condição matrimonial!
A surpresa, num imprevisto momento, ocorre com a invasão do espaço. O marido, muito enraivado, coloca os ares da presença. O casal novo, em altos afetos, vê-se nos apuros!
O invasor, ignorando explicações, “sacode o patrimônio e leva do ambiente”. Uma cena esdrúxula, diante de olhares atentos, “enchiam de bálsamo conhecidos e estranhos”.
Alguém, na era da informação, comunicou a empleitada. A aventura mexeu certamente com as estruturas do casamento. O mundo ficou pequeno! As notícias correm!
O sentimento de posse, entre casais e enamorados, encontra-se acirrado. Um olhar, no reverso da moeda, ostenta-se sabedoria dos precavidos. A roupa suja, conforme o conhecimento popular, lava-se em casa!

Guido Lang
”Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://www.violaobrasil.com.br

O significado do patrimônio


Um casal, com muita economia e trabalho, conseguiu comprar uma chácara. Esta, numa antiga propriedade rural, mantinha casa, instalações e terras.
A esposa, em função de cuidados de saúde, precisou viajar por uns bons dias. A ausência demorou uma aparente eternidade!
O marido, no ínterim, precisou cuidar e reparar construções, criações e plantações. O trabalho fazia-se todo sozinho! A solidão, na ausência de compartilhar, tornou-se uma realidade!
Os animais domésticos, como aves, cachorros e gatos, ostentaram-se sua melhor parceria. Estes, a todo instante, agitavam e gritavam. O trato era razão da presença!
A solidão cedo abateu-se sobre o espírito. Ele descobriu a dura realidade. O patrimônio, na ausência da cara metade, carecia de maior importância e sentido.
A parceria justificava unicamente a manutenção e reparos nos bens. A ausência definitiva, num flagelo maior, representaria a provável comercialização do empreendimento.
Certos negócios fazem sentido na proporção da companhia e parceria. O indivíduo, na proporção da ausência, conhece a importância e qualidade da cara metade. O casamento mostra-se uma espécie de negócio e sociedade!

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://www.planrural.com

O movimento das aparências


Um morador, na época do lugarejo ser um pacato distrito, acabou escolhido como subprefeito. Um honroso cargo, junto aos locais, como reformador das vias!
As estradas, com as chuvas de inverno, cedo viram-se esburacadas e lavadas. Buracos e rochas sucediam-se no leito da circulação.
O maquinário, num comboio de caminhões, patrolas e retroescavadeiras, adveio ao interior. Estes, em centenas de cargas, carregaram e espalharam cascalho e saibro (duma localidade a outra).
O trabalho, em síntese, consistia: “- Levar terra da segunda a primeira e, em seguida, da primeira à segunda”. O percurso, de uns trinta quilômetros, gerou enormes dispêndios!
O bom senso seria carregar e espalhar o material das respectivas comunidades. A quilometragem seria diminuta e o trabalho renderia bem mais!
Um contribuinte, diante do esdrúxulo desperdício, perguntou ao administrador do impróprio comportamento. Este, num momento, vacilou, porém respondeu!
O subprefeito, sem floreios e rodeios, disse: “- Precisa-se, diante do conjunto de moradores, aparentar o movimento de máquinas e trabalho!“
O resultado dobrou os dispêndios dos cofres públicos. Alguns espertalhões ganharam comissões! Os contribuintes, como tradicionais trouxas, custearam os onerosos serviços!
Certas histórias, pela anomalia, perpassam o relato de administrações e gerações. Dinheiro desonesto e fácil costuma cedo safar-se dos malandros. A coerência e honestidade permitem as boas referências e serenidade no travesseiro!
                                                                                    
Guido Lang
 “Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

 Obs.: História narrada por Lothário Dickel/Teutônia/RS.

Crédito da imagem: http://cidaderiodejaneiro.olx.com.br