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domingo, 9 de junho de 2013

O tradicional rádio corredor


Um instrumento de efetiva divulgação, sem aparelhagem específica e estação fixa, revela-se o tal do rádio corredor. Este, em minutos ou horas, leva e traz os boatos e fofocas! 
As conversas, como num rastilho de pólvora, divulgam mensagens nos cantos e recantos. Ouvidos atentos adoram escutar e comentar algum sucedido ímpar!
As empresas e órgãos públicos, nos corredores e salas dos expedientes, conhecem amplamente o esquema de divulgação. O rádio informal, com palavras lançadas ao vento, mostra-se o meio de assimilação e divulgação de rumores.  
As informações, como pão quente, saem fresquinhas ao paladar! As notícias, em curtas frases ou palavras, disseminam-se pelas bocas e ouvidos.
O curioso, na história, liga-se a veracidade. As narrações e relatos possuem costumeiramente seu fundo de verdade. A mera casualidade não cria comentários (“onde tem fumaça, tem fogo”).
Os temas, a título de exemplo, relacionam-se a dispensas, feriadões, greves, negociações, reposições... Noticiários, como de primeira mão, espalham-se entre colegas. Cada ouvinte, num ponto, acrescenta um ponto!
Alguns externam a vocação de serem especiais rádio transmissores! As horas ou dias confirmam a veracidade dos fatos. Sigilos, guardados a sete chaves, conhecem a informalidade.
Alguém, muito achegado às fontes, abre a boca ao melhor amigo. Este, por sua vez (numa sucessão), comenta com sua maior companhia. As conversas, como “troca de fichinhas”, vêem-se narradas e repassadas.
As informações, num “vap e vup”, tomam a direção das famílias, prédios, publicações, ruas... As notícias, com a telefonia celular, difunde-se em segundos!
O sigilo, do ninguém ouviu ou viu, revela-se uma doce ilusão! As pessoas, como satisfação e prazer, tem o hábito e a necessidade de conversar no ínterim das tarefas! Quem descarta algum boato ou fofoca de primeira mão?

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da vida: http://casamento.culturamix.com

sábado, 8 de junho de 2013

Os segredos das paixões


Uma moça, pelo conselho dos amigos e familiares, deveria ter um caso com o sicrano. Ele, diante dos olhares alheios, seria um excelente par!
O camarada, no meio comunitário, mostrava-se conceituado e reconhecido. Ele, nos negócios, ostentava-se dono de lavouras, prédios, terras e veículos. O patrimônio, para os ambiciosos e gananciosos, fazia enorme diferença!
A fulana, por alguma desconhecida razão, carecia de sentir atração e carinho. Esta, diante das iniciativas e conselhos, refletia: “O sicrano pode oferecer todos estes bens! Eu quero distância! Nada de maiores aconchegos e afagos!”
A jovem, por algum motivo, enamorou-se por outro rapaz. Este, como gentil e vivo macho, ganhou as graças e simpatias. As necessidades econômicas, apesar de constantes, careceram de ser razão principal da escolha.
O casal, nos brios íntimos, acirrava o fogo da paixão! O próximo, por alguma desconhecida razão, ascendia o pavio! Os amores e paixões carecem de maiores explicações!  
O dinheiro nem sempre mostra-se a razão de felicidades e realizações! Ele, na aparência, pode comprar a todos e a tudo. Alguns, em meio ao desenfreado mercado persa, ainda ligam à ética e moral!
As pessoas, nas escolhas amorosas, optam pelas afinidades e simpatias. A felicidade, em parte, consiste em estar com quem se gosta! As oportunidades encontram-se onde menos as espera.

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://todateen.uol.com.br

Os preceitos caseiros


Uma pacata senhora, educada no capricho, disciplina e organização, constituiu sua família e lar. O fato representou ter capricho, organização e muito trabalho!
A convivência, nos anos de matrimônio, revelou a dura realidade da desorganização. Ela, como esposa e mãe, vivia a arrumar calçadas, móveis, pátios, roupas...  A labuta, como responsável das funções caseiras, nunca se concluía.
Os encargos, como razões principais, ligavam-se a falta de colaboração dos familiares. Os filhos e o marido ostentavam-se relapsos na apresentação, colaboração, organização...
Os artigos, bens e peças, como calçados, ferramentas e vestuários, iam sendo descartados e deixados nos cantos e recantos. Estes, uma vez colocados, pareciam ficar a criar mofo (sem a intervenção feminina).
As cobranças e xingamentos, uma vez criado o costume e hábito, revelavam-se inúteis e irritantes.  As visitas advinham e depararam-se naquela bagunça e imundície. O encanto, do conviver familiar, perdia-se na organização e trabalho!
O idêntico, em termos gerais, aplica-se ao bem público. A carência do hábito, da honestidade, organização e trabalho, atrapalha e dificulta à formação duma grande civilização e nobre nação.
O governo, sem o apoio e capricho dos cidadãos e contribuintes, não tem como dar conta dos inúmeros encargos e problemas nacionais. Um país, para o bom entendedor, assemelha-se e ostenta-se uma espécie de casa e família!
Os comportamentos caseiros são o esteio dos preceitos públicos. Certos hábitos, uma vez impregnados, torna-se difícil mudar e melhorar! Em uma casa, onde todos colaboram e trabalham, ninguém acaba sendo onerado e ficando estressado.

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://artefogojg.blogspot.com.br

sexta-feira, 7 de junho de 2013

A especial ornamentação e trato


Algumas casas coloniais, no contexto das cercanias das instalações e moradias, ostentam inúmeros exemplares do coqueiro/jerivá. Qual seria a explicação desse cultivo e a manutenção da espécie nas lavouras e pátios? Seria a mera ornamentação?
A sabedoria, através da tradição oral, manteve-se viva na memória comunitária. Os colonos, entre 1868 a 1970 (na região da antiga Colônia Particular de Teutônia), mantinham a palmeira em alta cotação. A importância decorria do fato de ser uma ímpar forragem às carestias e emergências.
As estiagens e geadas, em momentos de extremo rigor, “produziam terra arrasada e seca”. A carência de água terminava com quaisquer verdes nas plantações. A geada, numa única noite, podia queimar o conjunto das vegetações. A brancura e ressecamento espalhavam-se pelos cenários rurais.
O coqueiro, a grosso modo, manteve-se alheio a hecatombe. Este contrastava com os ambientes torrados pelo calor e frio. O verde deste chamava a atenção no conjunto dos horizontes!
O gado, em meio à palha seca de trato, necessitava de algum verde. A flora intestinal exigia algum verde à sobrevivência. Os bichos, sem algum verde, confrontavam-se com acentuadas diarréias e inanições!
A palma, como santa solução, via-se administrada e revelava-se a sobrevivência animal. A justificativa, da difusão da espécie como planta nativa, residia no fato. Um paliativo no compasso de espera por melhores épocas e tempos!
O jerivá, no interior das colônias e roças, manteve-se o único vegetal poupado da destruição geral da floresta. As sementes, à fauna silvestre, mantinham outra extrema importância à sobrevivência. O fato explica a ampla difusão nos inúmeros ambientes!
Valiosos conhecimentos, em função da carência de registros, perdem-se com a história oral. Cada indivíduo, com os anos de vivência, ostenta-se um precioso e valioso livro. Singelas práticas agrícolas, no âmbito geral, fazem especial diferença.

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Obs.: Relato de Hugo Bergmann de Linha Clara/Teutônia/RS.


Crédito da imagem: http://mage.olx.com.br

O lugar impróprio das caçadas



Um colonial, morador das grotas, mantinha dificuldades de arrumar sua cara metade. Os anos transcorreriam e ele ostentar-se-ia na completa solidão.
Alguma investida, como “caçador de viúvas”, viu-se igualmente frustrada. Amigos e conhecidos, nas esporádicas ocasiões, antecipavam-se nos convites e namoros. A desesperada procura, em vão, mostrou-se uma preocupação e realidade diária!
Um amigo, na venda, comentou a decepção e frustração. O autor, no contexto, manteve-se presente ao comentário. Um forasteiro, passante ocasional, falou da “sobra de muita mulher bonita no meio urbano”.
As cidades, nos muitos e variados bailões, conheciam acentuada presença feminina. Inúmeras senhoras, para um sessentão, mantinham disposição para aventurar-se num namoro e relacionamento íntimo.
O viajante, numa conversa de homens (sem a presença feminina), externou-lhe um conselho: “- Camarada! Tu precisas caçar onde tem caça! Não adiante insistir onde não tem presa! Tu, nos matos das colônias, caças onde carece de oportunidades! O indivíduo, nos açudes e sangas, precisa pescar onde tem peixe! A ausência de cardumes revela-se ilusão e perda de tempo na pescaria!”
A turma, duma dezena de presentes, arregalou os olhos. Uns caíram na generalizada gargalhada! O esdrúxulo comparativo tornou-se um inesquecível e memorável diálogo.
A história certamente ficará guardada e marcada nos anais da memória comunitária. Os maridos, junto às famílias (em especial com suas companhias), comentam os comentários e sucedidos dos armazéns, bares e vendas!
O óbvio igualmente precisa ser explicado. Quê para uns mostra-se deveras simples, para outros ostenta-se tremendamente difícil. As fêmeas, em inúmeras espécies, escolhem sua parceria íntima!

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”


Crédito da imagem:http://bardeferreirinha.blogspot.com.br

quinta-feira, 6 de junho de 2013

A previsão meteorológica



Um ancião, com suas oitenta primaveras, pode observar os desígnios naturais. Este, como os rurais em geral, eleva os olhos na direção dos céus em diversos momentos diários.
Ele, como agricultor, dava muita atenção aos estados do tempo. O sucesso, das criações e plantações, dependiam da ausência ou disponibilidade de água e trato.
O colonial, nestas décadas, pode conviver e observar a natureza. A cada dúzia de anos, em média, sucedia-se uma acentuada e rigorosa estiagem.
A contagem dos anos, na sequência das secas, confirmam o conhecimento. As estiagens, de maneira geral, ceifavam plantações e diminuíam criações. O jeito consistia em armazenar reservas de água e víveres. O modo de antecipar-se as tragédias e diminuir perdas.
A explicação, para o fenômeno, encontrar-se-ia no aumento da insolação. O planeta aproximar-se-ia mais do Sol. As secas abater-se-iam nas faces mais expostas. Os solos, nestes locais, conheciam o secamento das fontes e reservatórios.
O estudo empírico ostenta uma valiosa sabedoria colonial. Os anos, nas décadas e séculos, unicamente ensinam certos conhecimentos. A ciência ainda tem muito a aprender com a experiência.

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Obs.: Relato de Verno Reckziegel de Linha Brasil/Paverama/RS

Crédito da imagem: http://www.astrosurf.com/carreira/obs2002_04.html

O estranho comportamento canino



Uma determinada sociedade esportiva promoveu seu grandioso jantar baile. O evento anual, junto à semana do município, procurou romper a monotonia e rotina colonial!
Os forasteiros e moradores, de inúmeras paragens e procedências, afluíram ao centro comunitário. A tripa grossa mantinha-se como especial atrativo e saboroso cardápio!
O conjunto musical, a princípio conceituado (pela propaganda da mídia), foi contratado para animação (como outro chamarisco). Este, com ampla parafernália eletrônica, “colocou o volume as alturas das nuvens”.
A própria voz, em momentos, parecia desatendível e sufocada. Uma singela dessintonização no fundo do controle, parecia acompanhar a algazarra e barulheira. Uns pareciam desnorteados com os chiados nos ouvidos e voz roca nas eventuais conversações.
O curioso, noutro dia, sucedeu-se com a cachorrada. Os animais, com a audição sensível, não puderam cochilar ou dormir durante o barulho. O bicharedo, noutro dia, obrigou-se a esticar o sono.
A localidade, numa aparente inexistência, conheceu a ausência dos rotineiros e tradicionais latidos caninos. Um fato raro para quem reside nas localidades. O indivíduo pode fazer uma leve ideia dos prejuízos ocasionados à audição (com os exagerados volumes).
Os frequentadores, como noutros eventos barulhentos, brincam e prejudicam a audição. A barulheira de uns ostenta-se animação para outros. O difícil, com a miscelânea de opções e recursos eletrônicos, consiste em atender e satisfazer os muitos e variados gostos.

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://inexo.com.br