Guido Lang
O
Vale do Rio dos Sinos (“Vale do Sapateiro”), em 25/07/1824, começou a tornar-se
a “terra prometida”, para um conjunto de forasteiros europeus. Estes, em meio
ao embalo das águas de um curso pluvial – com alguma semelhança com o
tradicional Rio Reno, iam chegando nessas plagas. As canoas, caíques, lanchões
foram sucessivamente trazendo uma massa de aventureiros, que foram abrindo
picadas, derrubando matos, semeando sementes... nesta exuberante e promissora
terra. Um insistente e permanente trabalho, sem trégua de sol a sol,
possibilitou a produção de abundância de bens. O sucesso produtivo permitiu a
introdução de um novo modelo de geração de riquezas. A agricultura
minifundiária de subsistência viu-se implantada em terras sulinas, quando a
labuta braçal e familiar passou a ser encarada como uma questão de dignidade e
orgulho. “O Vale da Fartura” (“Vale do Sapateiro”), deitado séculos em berço
esplêndido, conheceu uma revolução, quando banhados, campos e matas viram-se
tomados por lavouras, pomares e potreiros. As principiantes localidades tiveram
uma sociedade colonial, no qual pipocavam cemitérios, escolas e igrejas. As chaminés,
de toda ordem, não tardavam a nascer nos diversos cantos e recantos, quando não
faltavam atafonas, curtumes, ferrarias, moinhos, selarias, serrarias... Estes,
em anos e gerações sucessivas de trabalho, lançaram os esteios para um
grandioso parque industrial. Um monumento de labuta, belo e sólido, tornou-se
um modelo para gerações, que perenemente processaram a continuidade na
criatividade e inovação de uma gama de artigos-produtos. Cabe-nos, como
herdeiros e sucessores dos pioneiros, continuar a grandiosa obra que manterá
este solo continuamente abençoado.
Guido Lang –
Escritor, historiador e professor
Fonte:
Revista Vitrini (Campo Bom/RS),
número 32, julho de 1997, página 24.
Crédito da imagem: http://expansaors.com.br
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