O religioso, como de
práxis, fazia a cerimônia fúnebre. Outro membro, chorado e lamentado pelos
familiares, iria tomar o rumo do descanso derradeiro!
Amigos, conhecidos,
parentes e vizinhos, de forma parcial, achegaram-se ao local das finais despedidas.
O objetivo consistia em dar alento e solidariedade aos enlutados!
O pregador, como coordenador
e realizador da cerimônia, ostenta a primazia das palavras. Este, como de
hábito, rememora a contínua ladainha do sofrimento e ressurreição de Cristo.
A esperança e
promessa derradeira em seguir o idêntico caminho da salvação repete-se! Alguns
membros, em função dos muitos velórios, encontraram “carecas de saber” desse singelo
conteúdo!
O momento mostra-se
uma oportunidade ímpar de encontros e reencontros. Os participantes poderiam
comentar fofocas, resolver negócios, rever velhos amigos... O pessoal, num
descuido, exagerou nas conversações e ignorou a fala pastoral.
O religioso, num momento,
para a pregação. Este, numa pausa repentina, espera o silêncio da plateia. Ela,
num aparente susto, entreolha-se e silencia!
O religioso, depois
da cerimônia, retoma a conversa. Ele, junto à diretoria, afirma: “Os moradores
podem fazer a venda de animais e veículos noutro lugar e momento! Fora das cercanias
da casa mortuária e cemitério comunitário!”
O pessoal, nos
bastidores, comentou a severa repreensão. Inúmeros carecem ainda de conhecer a
importância de silenciar e ouvir! Outros até piadas chegam a narrar em ambientes
impróprios!
A visitação familiar, na convivência comunitária, tornou-se
uma restrita prática. A credibilidade religiosa, na era da informação, carece
de assumir a tradicional importância de outrora. A profissão religiosa, em
função do disseminado número de congregações e igrejas, revela-se uma banal
ocupação!
Guido Lang
“Singelos Fragmentos
das Histórias do Cotidiano das Vivências”
Crédito da imagem:http://myvoiceonthewingsofchange.blogspot.com.br
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