Amigas de
novidade, quiseram um dia as rãs ter seu rei, e pediram-no a Júpiter. Júpiter,
benigno a seus desejos, atirou ao charco em que viviam um pedaço de pau. Com o
baque a água estremeceu, e as rãs, cheias de pavor, esconderam-se no fundo mais
fundo, no lodo do charco. Para logo porém foram cobrando alento; levada pela
curiosidade, uma sobe à tona d’água, levanta a cabeça e põe-se a admirar o seu
rei. Imita a outra, e outra, e todas. E tomam ânimo, e aproximam-se nadando;
vendo que o rei nem se movia, põem do lado toda a timidez, e começam a saltar
sobre a inerte majestade.
Não era
isso que queriam as rãs; ei-las de novo ante o trono de Júpiter, queixosas do
logro que lhes havia pregado.
- Já que
por bom e manso vos não serve o rei que vos dei, fiquem satisfeitas com este
então - disse o deus cansado desta tão louca importunação.
E
deu-lhes a cobra, a qual de hora em hora abria a goela, e engolia alguma de
suas súditas.
Moral da
história:
Contentemo-nos com o que temos.
Esopo (Final do século VII a.C. e início do século VI a.C.)
Crédito da imagem: http://vivointensamenteascoisasmaissimples.blogspot.com.br
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