O
colono, a semelhança dos moradores urbanos, possui suas obrigações financeiras.
Ranchos e taxas, como encargos, pesam-lhe nos bolsos. As necessidades de
produção tornam-se imprescindíveis para angariar o dinheiro. A
carne, carvão, leite, madeira e ovo assumem importância na produção colonial. A
comercialização, para atravessadores, gera as divisas.
Um
certo produtor, na época própria, preparou a tradicional área. A cultura de
milho, para silagem, ganhou a preferência (em função dos tambos). O agricultor
fertilizou o solo, contratou serviço de máquinas, aplicou herbicidas, cultivou
sementes, reparou germinação, colocou ureia... “Tudo nos trinques” como manda a
prática rural. Um investimento acentuado, para seus esparsos recursos
financeiros, num compasso de espera dos resultados.
Ele,
tendo concluído as diversas tarefas agrícolas, alevantou os olhos ao céu.
Disse, para um amigo, nestes termos: “- As coisas, daqui em diante, dependem
da vontade do Todo Poderoso! Ele, conforme manda as chuvas (na época
própria ao cereal), define os frutos. Fizemos nossa parte porém não depende
somente do capricho e dedicação da gente. Uma trabalheira para chegar a esse
ponto!”
Quem trata o cereal, para produção de carnes, nem sempre imagina o
trabalho dispendido. Qualquer alimento, até chegar a mesa do consumidor,
perpassa dezenas de mãos e percorre uma infinidade de caminhos. Os
desperdícios, em alimentos prontos ao consumo, ostentam-se velado crime (contra
os esfomeados e despossuídos). Qualquer artigo, no final das contas, ostenta-se
uma dádiva divina.
Guido Lang
“Singelas Histórias
do Cotidiano das Colônias”
Crédito da imagem:http://portalhiperon.blogspot.com.br/2011/03/por-que-o-ceu-e-azul.html
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