Um certo morador,
como de rotina, foi a fruteira adquirir seu tradicional abacate, banana, limão,
maçã, mamão, tomate... Este tornou-se um
velho conhecido dos comerciantes. Um hábito, comparado aos demais clientes,
salientava-se nele. Este nada colocava na balança sem primeiro conhecer/perguntar/vislumbrar
os valores das mercadorias/produtos. Ostentava-se chato e metódico neste item.
O indivíduo, no final
de determinada compra, alcançou/deu uma graúda nota. A atendente/moça, com escasso
troco, mantinha dificuldade de descontar/trocar os cem. Ajuntou notas aqui e
acolá; nada de fechar no valor. Precisou unicamente de mais dez centavos para
completar a troca. A solução, para não ficar correndo na vizinhança, foi dar o
desconto. O senhor cliente, naquele momento, nada falou e manteve-se como
satisfeito!
Achegou-se, na semana
vindoura, a idêntica compra. Avolumou produtos e foi à balança. Pesou e a atendente,
na calculadora, foi acrescentando/somando valores. Pesado e ensacado as
mercadorias/produtos, achegou-se a hora do acerto do devido/pagamento. O valor
foi tal e o cidadão pediu para somar os devidos (dez centavos). A moça,
atendendo inúmeros clientes num único dia, nem mais lembrava-se do fato.
O senhor disse-lhe: “-
Aqueles dez centavos, devidos da semana passada, são de vocês. O lucro é a
sobrevivência do negócio! Se não o tiverem, fecham! Vocês cerrando as portas,
não posso mais comprar? Gosto da qualidade dos serviços! ‘Quem não valoriza os
centavos, acaba privado dos reais’. Quê não é da gente, não devemos aspirar! Alegra-me
e torço pelo sucesso alheio”. A moça admirou e comentou a honestidade e
sinceridade do senhor. Ele, com seu singelo gesto, aumentou o crédito e a
estima! Os poucos centavos compraram admiração e consideração!
Singelos atos demonstram a real grandeza de espírito. A
confiança e honestidade conquistam-se na transparência dos atos. Um pouco aqui
e acolá, no conjunto, somam polpudos valores! Quem equivoca-se com míseras
somas, imagina gerenciando vultosas quantidades!
Guido Lang
Livro “Singelas
Histórias do Cotidiano da Vida”
Crédito da imagem: http://alemdamargem.blogspot.com.br/2011/11/meus-dois-centavos-sobre-o-assunto.html
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