Um trabalhador,
ligado à faxina/limpeza, via inúmeros colegas no aparente ócio. Estes,
enfurnados em computadores, livros e telefones, pareciam ostentar a maior folga
e moleza. O fulano, nestas idas e vindas, pensou: “-Queria eu um trabalho
desses? Veja os caras conversando e passeando e, no final do mês, ganham o
dobro ou o triplo do que eu em salário. Quê ostentam diferente de mim? Quais as
razões desse desnível social?”...
O cidadão, numa
dessas conversas informais - “daquelas de jogar palavras ao vento” - comentou o
tema (com os profissionais de área). Disse, na presença do grupo, aos colegas: “-Queria eu um trabalho desses de vocês? Ficar os dias sentados em frente aos
computadores? Mexem só com dados/informações? O serviço público paga até para
ler os diários/jornais (virtuais)! Coloca bênção e moleza nisso?” Um dito
formado/profissional ouviu a ladainha e sentiu-se atingido na exposição. Aquela
história de ter falado o assunto à pessoa imprópria! Ouviu o que nem imaginara
ouvir!
O profissional, com
dezenas de anos em bancos escolares e investimentos graúdos em formação, explanou-lhe:
“-Como comparas o teu trabalho com o meu? O nível de exigências mostra-se bem
diverso! O pessoal do setor trabalha com informações! A tua labuta consiste em
limpezas. Pergunta-te o número de anos de estudo? Os reais investidos em
formação? Os níveis de cobrança? Quantos cursos e palestras de complementação?
O número de livros manejados? Conhecimentos de específicos de área/profissão? A
dureza na efetuação do concurso público?” O camarada saiu constrangido da
conversa! Melhor teria sido em ficar quieto! Difícil falar com os doutores sem
ouvir uma série de argumentos!
Certas realidades nem adianta reclamar ou querer mudar! Prevalece
à formação e pouco entra o mérito empírico do conhecimento. Aquele que almeja
galgar postos obriga-se a investir em formação escolar. Prevalece, no mercado do
serviço público, a formação externada em títulos. O indivíduo tem a tendência
de achar o trabalho alheio mais fácil que o próprio. Cada labuta e tarefa com
suas conveniências e inconveniências. O melhor consiste consorciar profissão
com vocação. O ganho assume ares de brincadeira e passatempo!
Guido Lang
“Singelas Histórias
do Cotidiano da Vida”
Crédito da imagem: http://hfmoveisplanejados.com.br/moveis-para-escritorio.html
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