Qualquer morador/rural,
junto a casa, preocupa-se em ter umas boas instalações. Estas relacionam-se a
boas coberturas. Elas abrigam o conjunto de criações, ferramentas, maquinários...
Espelham, numa primeira impressão, a real vocação agrícola dos ocupantes desses
espaços. O estado da sua real apresentação de longe o forasteiro e a vizinhança
vislumbra. Procure, portanto, ser caprichoso nas tuas edificações!
Estas, a título de
exemplo, relacionam-se ao estábulo (para quem cria vacas como tambo); chiqueiro
(criador de suínos como creche e consequente engorda); galinheiro (cultiva
criação de galinhas caipiras)... Os locais, nos dias chuvosos (sobretudo no
inverno), conhecem sua real importância. Permitem o manejo do bicharedo
abrigado das intempéries do tempo. Elas, de maneira geral, localizam-se alguma
dezena de metros da moradia. Permitem o rápido acesso (diante do primeiro
berreiro de algum predador). Os cuidados, na domesticação, são primordiais caso
contrário nem adianta começar nalguma empleitada. Os animais precisam de abrigo,
cuidado e trato. Alguma distância, da residência, visa manter afastado/resguardar-se
das eventuais incursões de insetos (sobretudo das moscas). O colono caprichoso
e dedicado prima em não deixar acumular dejetos/fezes, que são próprios à
proliferação de inconveniências.
Inúmeros moradores
deixaram de criar maior número de animais. O pequeno criatório pouco compensa
em função dos dispêndios com rações e tempo. Cria-se algum bichinho para consumo
próprio e “fugir das carnes com hormônios”. O fato tem levado ao desleixo com
as instalações. O paiol, com a história
da confecção da silagem, caiu praticamente no desuso. O chiqueiro, com o gasto
da alimentação, pouco compensa criar algum porquinho. Este autoconsume-se na
despesa e a maioria opta por comprar a carne suína. O espaço, com exceção dos
criadores cooperativados/integrados, encontram-se ocioso. O tambo mantém-se o
espaço mais ativo. O comércio do leite ainda angaria dividendos/sobras. Permite
um dinheiro à manutenção da atividade rural de subsistência. O galinheiro
abriga poucas aves em função do impróprio (de defecar por tudo). Abastecem a família
com ovos e eventuais carnes (uma boa galinhada, com galinha caipira, mostra-se
um prato especial na ceia familiar). Espaço das máquinas ocorre nalguma
cobertura/puxado próprio ou encontra abrigo junto às demais instalações.
As ferramentas, cada
qual no seu espaço próprio, pode ganhar guarda no paiol. Colono organizado
ostenta boas construções; integram o conjunto de edificações dos pátios
coloniais. O estado delas dá noção do real capricho e vocação agrícola. Algum
arvoredo, como excepcional sombra, complementa o cenário do ambiente de moradia
e produção. Soma-se, ao conjunto, uma boa garagem. O veículo automotor ganha
uma atenção primordial (uma espécie de rei em função do status social).
As instalações, na proporção da casa ser das mulheres,
mostram os locais próprios dos homens. Eles arrumam, cuidam e trabalham no
ambiente. Um alento, para sossegar ouvidos, das reclamações e queixas das
companhias. A produção de alguns animais mostra-se um fator de economia familiar
(na proporção de diminuir custos com compra de carnes). Boas instalações
ostentam-se sinônimos de capricho, dedicação, investimento... Em outras
palavras: são um retrato dos donos/usuários.
Guido Lang
Livro “Histórias da
Colônias”
(Literatura Colonial
Teuto-brasileira)
Crédito da imagem: http://venanciojl.multiply.com/journal/item/14/14
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