Um certo casal, no seu veículo, adveio numa rótula!
Encontra-se, a observar o trânsito, um guarda municipal. Preocupado, na certa,
em cumprir sua função social e merecer o salário. O carro, dirigido pela parte
masculina, vem acelerado. O fiscal do trânsito grita: “- Olha o contorno?” O
motorista, num acostamento adiante, para e adveio na direção do cidadão
uniformizado. Pergunta: “- Me chamou de quê senhor? Eu ouvi e minha senhora
também! Chamou-me de corno?” “- Quê?” Respondeu o guardinha. “- Dê que lhe
chamei?” Inicia-se uma acirrada discussão e o bate boca tomou conta. As partes,
o dito contra não dito - palavra contra palavra, acabaram no fórum.
A mulher, como testemunha,
favorece o motorista/parceiro. Mostra-se igualmente irritada pela aparente
afirmação do agente público. Colocou em jogo sua fidelidade e relacionamento. A
solução foi acabar diante do juiz. Este procurou conciliar os elementos e, numa
altura, interroga: “- Querem levar adiante o caso ou chegar a um denominador
comum?” O guarda diz: “- Para mim tanto faz!” O condutor: “- Creio não querer
perder tempo! Vamos deixar nisso!”. O guarda descobre de o motorista ser agente
da polícia (hierarquia maior na segurança pública). Pensa e repensa a situação!
“- O estado de irritação do fulano foi
muito acentuado! Explodiu como uma bomba! Deve ter sido corno mesmo!”.
Cada qual com suas conclusões. Poucas
letras/sílabas, numa pronúncia, fazem muita diferença. Conflitos, no trânsito,
tornaram-se uma rotina social. Certas afirmações/realidades convém ignorar. A indiferença
pouco abala nosso espírito. Quem, nalgum momento, não se exalta e passa de
ridículo?
Guido Lang
(Livro: Singelas Histórias do Cotidiano da Vida)
Crédito da imagem: http://www.blogdothame.blog.br/v1/tag/corno/
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