Quê as singelas mãos, coordenadas pela inteligência
e vontade, não podem realizar? O lugar do nada, num aparente descampado, faz
brotar maravilhas. Uma dedicação contínua, no passar dos dias, vai criando cenários
e mudando histórias! Inúmeros espaços, nos diversos ambientes, vêem-se inovados
e transformados! As cidades, com sua complexidade, são os exemplos típicos da
ação humana.
As
mãos milagrosas, a exemplo duma modesta família, revelam facetas do poder de
mudança e transformação. A unidade familiar, como quaisquer rurais, degladiavam-se
com as dificuldades financeiras. Alimentos, no interior das colônias, não
faltaram, porém disponibilidades monetárias foram uma eterna carestia. “Os tachos
viviam rapados diante das exigências!” A escassa produção não dava maiores
dividendos. Tentava-se, com carvão, criações e madeiras, angariar alguns
ganhos. Os preços, diante do baixo poder de barganha (dos produtores),
mantinham-se humilhantes. Aumentaram nos mercados, no entanto, tiveram-se
baixos/estabilizados nos interiores. O comércio desigual fazia a alegria dos
lucros (para atravessadores e fisco).
A
família, numa oportunidade, enveredou-se num viveiro. Produziu mudas de acácia (negra)
e eucalipto. As nativas, estando disponíveis nos matos, nada de maior comercialização,
portanto, sem produção. Os plantadores quiseram as exóticas. Estas devolviam-se
rápidas e forneciam abundantes recursos (de casca, madeira e toras). A instalação
de fornos, a combustão do produto, gerou o carvão. Fornos, no interior das
antigas lavouras e agora matos, pipocaram aos quadrantes. Caminhões e carretas,
de carvão e madeira (em metros), escoavam produtos na direção de empresas e
cidades. O viveiro, nesta mudança de ciclo econômico, foi fornecedor principal
de plantas.
Os
pedidos de mudas, de inúmeras famílias (das diversas localidades), tomaram
vulto. Produziu-se milhares a milhões, a cada safra, no desejo de atender a
demanda dos clientes. Estes, num trabalho incessante e persistente, foram
transplantando plantas (nas antigas áreas produtivas) e mudando cenários. O
processo demorou uns anos e adveio o resultado estarrecido. A família, com modestas
mãos e singelos negócios, havia sido instrumento de plantio de localidades.
Baixadas e morros viram-se cobertas pelo verde das árvores. O deserto, através da silvicultura, havia tomado forma. Mãos
modestas, nas cotas diárias de criação, foram abastecendo as solicitações e
sendo instrumentos duma revolução (verde). O cidadão, conhecedor dos cenários
do passado (comparado aos atuais), parece defrontar-se com a lorota ou mentira.
Aprecia os cenários coloniais/rurais, tomadas pelo "tapete verde florestal", a
semelhança duma onda da outrora Floresta Pluvial Subtropical/Mata Atlântica.
Façamos as obrigações do cotidiano e, no
final da sina, realizamos façanhas (dignas das pirâmides). O indivíduo, nalguma
tarefa (vocacionada), salienta-se como excepcional empreendedor! O trabalho
anônimo e persistente transforma cenários e realiza milagres! Qual a missão de
cada um de nós à evolução do gênero humano?
Guido Lang
Livro “História das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)
Crédito da imagem: http://www.zun.com.br/plantio-de-eucalipto-no-brasil/
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