A sabedoria popular atribui a Pedro, discípulo de Jesus, a sublime
missão de coordenar o tempo. Conta-se que São Pedro, como novo santo, recebeu a
nobre tarefa do Deus Pai, quando este, após o seu martírio, “achegou-se aos
céus”. Este, como alma boa e inexperiente na sublime missão, resolveu dar
ouvidos, nos primeiros trabalhos, aos interlocutores humanos. Procurou ouvir as
pessoas sobre seus desejos das condições meteorológicas, quando almejava
atender a inúmeras perspectivas. Na tradição oral afirma-se “atender a gregos e
troianos”.
As pessoas cedo deixaram São Pedro atordoado. Alguém pediu chuvas;
muitos, tempo bom; outros preferiram dias nublados... Estabeleceu-se uma
confusão generalizada, quando havia chuva, tempo bom, dias nublados... Os
humanos também deram-se por insatisfeitos e os mais inconvenientes rogaram
pragas. São Pedro, diante da bagunça, pediu conselhos ao Criador, que lhe
sugeriu seguir a velha sina. Este, de maneira geral, descreve desígnios
inimagináveis sobre o estado da mãe natureza, quando a pequenês humana, com
todos os artefatos científicos auxiliares, incompreende as oscilações
climáticas. As previsões e profecias são muitas e variadas, porém não seguem o
rigor dos propósitos humanos.
São Pedro, alheios aos clamores, elogios e lamúrias, procura
cumprir sua tarefa, que segue os critérios naturais da Terra. Os homens
precisam aprender a adequar-se e prevenir-se da mãe natureza e não querer
enquadrá-la nos seus caprichos. Enchentes e estiagem advirão e integram a sina
da história geológica do planeta.
Guido Lang
Jornal O Eco do Tirol, p. 03
05 de julho de 2005
Crédito da imagem: http://www.kidnoel.com/kidnoel/view.php?idc=2&sidc=1484
Nenhum comentário:
Postar um comentário