O ASSOBIO
Um ingênuo menino,
começando as noções de economia, foi agraciado com um certo valor monetário.
Este ficou muito faceiro e não sabia como gastar o dinheiro. Procurou, noutro
dia, ir numa loja de brinquedos, quando compraria algum joguinho.
Ele, no percurso
de ida, deparou-se com um camelô, que oferecia assobios. O som envolveu-o e
pagou caro pelo artefato. O menino deu o seu precioso dinheiro em troca duma “felicidade”.
A criança, por uns momentos, ficou contente com a sua compra, porém passou-lhe despercebido
o tormento dos familiares. Os estridentes assobios infortunavam pais e
vizinhos, que externaram comentários generalizados. Alguém perguntou-lhe pelo
valor pago pelo “insuportável barulho”, quando mostraram-no o exagero. O
aparelho do assobio nem valia um décimo da quantia despendida; orientaram-no das
coisas apetitosas e bonitas, que poderia ter comprado com o valor pago.
O menino, no seu
impulso e carência de prudência, chorou de raiva e remorso, porque conheceu
o desgosto causado pelo arrependimento e a efemeridade dos assobios. O fato
ficou na memória do menino, que, uma vez adulto, relembrava-se do assobio a
cada dinheiro desprendido. Ele, no consumismo barato que ronda o mundo, vê como muitos
deixam-se fascinar por "assobios nas suas contas diárias".
O trabalho e a
economia são o único modo de enriquecer de forma sólida. O indivíduo, a todo
instante, depara-se com “a venda de assobios”. O dinheiro e o tempo são
conquistas irrenováveis, por isso não podem ser desperdiçados.
Guido Lang
Jornal O Eco do
Tirol, p. 03, edição 031
23 de julho de
2005
Livro "História das Colônias"
Livro "História das Colônias"
Nenhum comentário:
Postar um comentário