Conta, a tradição colonial oral,
numa propriedade rural havia dezenas de aves, que nos diversos cochos, comiam a
ração em conjunto. Galinhas e pombos relacionavam-se bem no criatório, quando
cada qual respeitava os devidos espaços. Aconteceu em uma época das galinhas
estarem cansadas de pôr ovos e “almejarem alguma folga/férias”.
Estas, certo dia, ficaram
conversando com alguns pombos quando pediram conselhos. Elas conhecendo a
realidade do bom conselho (de não custar nada), foram falando: “-Amigas
galinhas! Finjam estarem adoentadas com os piolhos das quais o dono não dá um
jeito de exterminar/limpar!” As ingênuas galinhas procuraram seguir a risca a
recomendação, quando desleixaram na nobre tarefa de pôr ovos. O patrão, ao
anoitecer, recolheu os frutos do dia, quando se admirou do escasso resultado da
colheita: “uns poucos ovos”. Ele, para sua senhora, disse: “-Ó companhia e
parceria de inúmeras tarefas! Vamos esta noite dar um jeito nestes pombos que
defecam tudo e trazem piolhos as galinhas.” Os pombos, conhecidos como “ratos
de asas”, foram apanhados e levados ao armazém/venda, quando como pombos
brancos foram utilizados em ritos religiosos (nas cidades).
Cuidado!
Muito cuidado com os conselhos! Estes, nalgum momento, podem ser a tua própria
desgraça. Tarefas atrasadas, inúmeras vezes postergadas, nalgum momento, tomam
vulto.
Guido Lang
Livro “Histórias
das Colônias”
Crédito da imagem: http://eudesalencar.blogspot.com.br/2010/05/pomba-da-paz-uma-pinoia.html
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