“Com
que pensamento nas suas mentes suporíamos que esta tropa de homens ilustres
perdeu a vida pelo bem público? Seria para que o seu nome ficasse restrito aos
limites estreitos de sua vida? Ninguém jamais se teria exposto à morte pelo seu
país sem uma boa esperança de alcançar a imortalidade. Temístocles poderia ter
levado uma vida tranquila (...) e eu poderia ter feito o mesmo. Mas acontece
que, de algum modo, foi implantado na mente dos homens um pressentimento
profundamente arraigado sobre as eras futuras, e tal sentimento torna-se mais
forte e mais patente nos homens dotados de gênio e espírito mais elevado.
Retire-se tal sentimento, e quem seria louco de passar a vida em constante
perigo e labuta? Até aqui falei de estadistas, mas e os poetas? Não possuem
eles algum desejo de fama após a morte? (...) Mas porquê parar nos poetas? Os
artistas anseiam tornar-se famosos após a morte. Ou então por que Fídias
inseriu uma silhueta sua no escudo de Minerva, embora não lhe tenham permitido
inscrever o seu nome nele? E os filósofos? Não inscrevem eles os seus próprios
nomes nos livros que escrevem sobre o desprezo da fama?”
Marco
Cícero
Crédito da imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%ADcero
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