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terça-feira, 10 de novembro de 2015

A casa cheia



A família, na gama de amistosos e parentes, caía na casa cheia. O pessoal, na chácara, coexistia apinhado no ambiente. As gentes, dentre cunhados, enteados, noras e sobrinhos, afluíam na ardência. Os feriadões, no sítio fresco e limpo, caíam nas fugidas e saídas urbanas. As arrumações, no lugar, caíam no dispêndio dos hóspedes. O repouso, na comilança e folia, traduzia ares de hotel. As despesas, na carga e faina, incidiam no igual dos senhores. A ocasião, no acréscimo dos “enxertos”, foi avultando amigos. Os passeios, no corriqueiro e meteórico, entraram na canseira e náusea. O casal, em excessos, entrou nas restrições. As visitas, no sútil, acabaram oneradas. Os ônus, em consumos, foram divididos. Os muitos amigos, no abre mão, incorreram no sumiço. Os encargos, na divisão, diminuem afeições e obséquios. As gentilezas e mimos, na regalia, assentam e reúnem os idênticos. Os encargos, na requisição, afugentam e distanciam próximos. O dinheiro, nos humanos, norteia jeitos e ligações.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://www.sitiomodelo.com.br/
Imagem meramente ilustrativa.


A saga do Arroio Vermelho

O riacho, no fluxo da linha da Boa Vista Fundos/Teutônia/RS, delineia andanças e narrações. O trajeto, em beirados seis quilômetros de extensão, inicia nas encostas dos Morros da Bela Vista e Catarina. A água, em baixadas e nascentes, brota confortante no meio das matas e roças. As propriedades, na direção leste - oeste, viram-se instituídas na ascensão das demarcações nos primórdios da conquista (1858 a 1872). A animália, na criação e fauna, acerta no acesso ao indispensável e precioso fluido. A mão humana, no parco tempo da instalação (lotes), instituíra modificações no panorama da selva pluvial subtropical.
Os cardumes, nas poças d’água, faziam contínua alegria e folia dos residentes. Os habitantes, em inventados banhistas e pescadores, visitavam beiras e canal. A gurizada, no sabor das folgas, esquadrinhava os filetes e reservatórios do regato. Os espaços aprofundados, em cacimbas, eram abundantes e variados em espécies. Os apreciadores, em exóticas carnes, trataram de contrair os graúdos entes. Os relatos, na mostra exagerada das mãos, caem de unidades de beirados de quilos. A história de quem conta um conto aumenta um ponto. Os balneários, em dias infernais de calor, faziam alacridades e brincadeiras das meninadas.
As espécies, em protótipos de cascudos, joaninhas, lambaris, jundiás e muçuns, advinham no exacerbado cômputo. O ambiente característico, em máximo volume, incidia na ponte da estrada geral. Os arranjados pescadores, nos lugares exclusivos, conheciam os espaços das coletas.  Alguns, em balaios e sacos, ensejavam parciais arrastões. A natureza, na amplitude dos nutrientes, tratava no escasso tempo de recompor populações. Os açudes, no alastrado das propriedades, trataram de introduzir carpas, prateadas e traíras. Os aguaceiros, na egressão das águas, faziam unidades safar-se das barragens e represas.
A modernidade, no advento da colocação de saibro (na estrada de chão batido) e uso desenfreado de agrotóxicos nas lavouras, minaram abastança e variedade. As antigas banais poças, no leito, acabaram aterradas e suprimidas. Os viveiros, nos difundidos aquários, advieram em pérolas. As águas, na descida dos cerros, incidem poluídas em tóxicos e urinas. Os parcos peixes, em especiais cascudos e lambaris, descrevem nostalgias dos tempos de antigamente. As tecnologias, na larga produção no ativo das diminutas áreas dos domínios, advêm na danificação. Os rejuvenescidos, nas beiradas, incidem em matagal e silvicultura.
O curso, no epílogo das trompas d’água dos aclives, descreve histórias de enchentes. O leito maior, em minutos, apresenta acentuados volumes e submergem margens. Os amontoados, em folhas, galhos e madeiras, tomam direção do Arroio Boa Vista (afluente do Rio Taquari). A fúria, na semelhança de decurso de rio, faz reocupar aterrado leito. O avermelhado, na coloração das águas, dá origem ao título. O curioso, no conjunto dos solos de massapê, flui na bizarra tonalidade. A fragrância, na massiva putrefação (dejetos vegetais), oferecia alcunha de Arroio Fedorento. A ocorrência, na baixa vazão, advém na seca de verão.
O patrimônio ambiental, no anexo do pacato lugarejo, seguirá alistando pitorescos contos. Arroio Vermelho, no decurso do tempo, segue famosa sina entre regatos. A consciência humana, no unido das gentes, redimensionará desventuras e reavaliará valor.

(Fonte: Guido Lang, novembro/2015, observação: residente nas cercanias).

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

A hábil saída


O habitante, na qualidade de morador urbano-rural, processou determinados cultivos. O solo, na chácara, caía no desuso. O objetivo, na escalada dos preços, havia em diminuir custos na nutrição. O alimento, no trato animal e humano, sucedia na elevada demanda. As culturas, no molde da abóbora, aipim, banana, batata e frutas, fluíam no mérito da plantação. As dificuldades, na demasia das chuvas e inverno tardio, ocorriam no alcance da rama. As mudas, na certa variedade de batata, calhavam na inexistência. O chacareiro, no círculo de amigos e vizinhos, inqueriu da arrumação. A variedade, no elegido, fazia-se indisponível. O conhecido, no versado lavrador, aconselhou na fácil e hábil obtenção. A sugestão consistiu em: “Busque comprar alguma unidade e aloque no chão. Os ramos, no curto tempo, advirão no disponível ao cultivo”. O artifício, no contíguo tempo, transcorreu na ação. Os colonos, na linha do próprio entendimento, conferem-se ardilosos e especialistas no ofício.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://www.infobibos.com/

domingo, 8 de novembro de 2015

A irrealizável pretensão


O filho das colônias, descendente da quarta geração dos pioneiros, nutria anseio e imaginação. O sonho, em oitenta anos de essência, careceu da ação e execução. O propósito, nalguma linha, havia na junção das linhagens. O encontro, na reunião de família, viria no desígnio de nobilitar biografia familiar e sublimar soberba do sobrenome. A morte, em certa época, achegou-se na desgraça e lamento. Os filhos, nos intentos do falecido, enveredaram na atuação e realização. O trio de filhos, numa soma de quinze (total), promoveu reunião festiva. A ocorrência, no tradicional, incidiu no acolhimento, colóquio, meditação, almoço e dança. As descendências, no advindo das longínquas paragens, acorreram no ajuntamento e confraternização. A bandinha e foguetório, no clássico dos antigos, assinalaram passagem e reminiscência. As famílias, na ideação das memórias e nomes, louvam desbravadores e feitas. Os rebentos, na missão, advêm na obrigação do impossível dos progenitores.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://soureporter.com.br/

sábado, 7 de novembro de 2015

A clemência no sacrifício


A idosa senhora, nos setenta anos, advinha na canseira e enjoo. A descendência, na luta da supervivência, continha parca paciência e tempo. Filha, genro e esposo anteciparam na morte. A moléstia, na solidão, pintava contínuo ônus. A longa vida, no enigma da extinção, mostrou-se delongada e sofrida. As lembranças, na prática usual da memória rural dos antigos, adotaram repetida lembrança. Os animais, na impraticável recuperação (em caso extremo de achaque ou ferido), caíam no dó do sacrifício. A clemência, no alívio da agonia e desdita, aconteciam na obra do detentor. A ascendência, em modelos, deparou-se em assemelhados holocaustos. A anciã, no silêncio da aurora, materializou igual extermínio. A dolente história ansiava regresso às origens primárias (no unido aos finados). O óbito, na causa mortis, atestou depressão. A agente, na praxe dos suicidas, careceu dos anotados. O chamado, no íntimo, impeliu ao ardil. Os vivos, na dor e reverência, comentam e pensam na inimaginável força.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://airodebas.blogspot.com.br/

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

O primeiro comento

Porto Alegre vista do Everest Hotel. Foto: Gilberto Simon

Os vizinhos, na condição de filhos das colônias, fluíam no contínuo da cidade grande. Os negócios, na sobrevivência, sobrevêm no trabalho assalariado. Os empregos, no serviço burocrático e transporte de cargas, constituem-se os ofícios. O transportador, na entrega no certo supermercado, reencontra conhecido (na ampla e distante paragem). A casualidade, nas compras e entregas, consentiu incidência. As breves expressões, na conjuntura da mútua pressa, assumiram consideração. O motorista, no primeiro ato (ao regresso da residência junto aos pais), tratou de explanar caso. A tamanha admiração, no conjunto de milhares de semelhantes, merecia atenção e menção peculiar. As notícias, no amplo e encurtado mundo, circulam apressadas e intensas. As pessoas, nas facilidades de locomoção, afeiçoam bater pernas (em veículos). Alguns, na evasão da lavoura, residem no interior e ralam nas cidades. O saudável advém em saber conversar com todo tipo de pares.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: https://portoimagem.wordpress.com

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

A cota diária


O instrutor, no amor da leitura, encarou curiosidade e desafio. O livro, na seleção a dedo, mostrou-se obra de estudo e mérito. O utilitário, no exame, incide em instruir-se com terceiros. O volume, no total de novecentas páginas, incorreu no desafio da degustação. O material, na dimensão, assusta apreciadores no número e tempo. O sujeito, no calejado na arte das escritas, rala na manha da astúcia. Os dias, nas sequências, estabelecem leitura de exclusivo capítulo. A dedicação e disposição, no andamento, acham-se destinados à missão. A tarefa, no tópico (diário), avança firme e rápida. A admiração, na evolução da tarefa, acontece na quantia de páginas. A pessoa, na cota habitual do pouco, edifica obra insonhável. O autor, na vida, mostra-se capaz de arquitetar pirâmide. O encargo calha na ajustada disciplina e inclinação. A pessoa, no ofício terreno, necessita perpetrar sua parte. Os distintos carecem de fazer, advém no peso da consciência. Os empenhos, nas prestezas, removem cerros e matas.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://se.freepik.com/