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sexta-feira, 21 de março de 2014

A estranha gente


O filho das colônias, na modesta aposentadoria, adquiriu chácara. O objetivo foi safar-se das aglomerações e confusões das cidades. As aflições cunharam estresses e neuroses!
O convívio, na natureza, admitia acomodada existência. Os parentes, no bom número, achegarem-se ao ambiente. Os finais de semana enchiam-se de gente e veículos!
A ideia, nas idas e vindas, foi de trazer amigos, “cachorros”, enteados, genros, namorados, netos, noras... O dono, na altitude, observou-se taxativo em abrandar excessos!
O recado, aos amigos, foi: “- Vocês, chegados, aconchegam-se de bom grado. Quero distância de trazer estranha gente. Careço de obrigações com curiosos e desconhecidos!”
“Uns alimentam melindrosos interesses e negócios. Outros se mostram meras cargas e transtornos. O juízo consiste em abreviar acidentais aborrecimentos e dispensáveis gastos!”
As delongas, nas frequências, abarcam ofertas. As multidões demandavam mimos e regalias. O local, na alheia manutenção, permitia fáceis férias e magníficas hospedagens!
O cidadão, em momentos, necessita instituir limites. Os companheiros, dos parentes, carecem da especial proximidade. Vários, no peculiar ensejo, viam-se em exclusiva ocasião!
A boa vontade desanda em exageros e gastos. Os peregrinos batalham para criar conveniente espaço. Solicitações, nas frequências, precisam ser restringidas ao círculo íntimo!
O sujeito, na afadigada vida, peleja para conquistar reservado canto. Os afagos e confortos, no imprevisto, avolumam demasiada gente!

Guido Lang
“Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://brunabrb.tumblr.com/post/15753905545

quinta-feira, 20 de março de 2014

Filosofia colonial

  1.  Quem não trabalha procura carecer de atrapalhar.
  2.  As colheitas apropriadas sucedem no frescor da manhã.
  3. O trabalho matinal frutifica no descansado corpo e mente.
  4.  Quem cedo madruga afeiçoa-se na produção e satisfação.
  5.  A precaução da velhice ocorre na aurora da existência.
  6.  A tarefa determina o ânimo e apego a labuta.
  7.  O trabalho excessivo priva tempo necessário à reflexão.
  8.  Uma pedra sobre outra edifica a sonhada moradia.
  9.  O inteligente une descida morro abaixo com a sorte.
  10.  A correção permite nobreza de espírito e tranquilo sono.
  11.  Qualquer canto e pedra ostenta utilidade na propriedade.
  12.  As ferramentas possuem apropriada guarda e próprio dono.
  13.  Vizinhos bons ou ruins provêm da propagada índole.
  14.  Os exemplos práticos sobrepõem-se as ladainhas e palavras.
  15.  A coerência e limpidez paterna transluz na psique dos filhos.
  16.  O espírito alheio identifica-se nas entrelinhas das vivências.
  17.  O conjunto de detalhes faz a diferença na funcionalidade.
  18.  A exuberância vegetal denuncia a privilegiada terra.
  19.  A presença do inço desponta a fertilidade do solo.
  20.  O trabalho diário conduz a façanha da grandiosa obra.
  21.  Os falantes acabam restritos a própria ladainha.
  22.  O sucesso no enlace coincide em ficar na própria gente.
  23.  O poupador avoluma dinheiro na ideia de angariar dividendos.
  24.  O colono compra artigos nos reais e recebe nos centavos.
  25.  O pior pecado da existência consiste em educar mal os filhos.
  26.  O pátio mostra-se o espelho do capricho do proprietário.
  27.  O rendimento decorre do segredo da utilização dos materiais.
  28.  A extração do último centavo incide no exercício da ganância.
  29.  O indivíduo ganha e perde no exercício dos negócios.
  30.  O exemplo alheio serve de especial escola e referência.
  31.  O potreiro ostenta-se a impressão do capricho no imóvel.
  32.  O comportamento canino reflete o espírito dos tratadores.
  33.  O tempo cura infindáveis males e revela veladas verdades.
  34.  O cidadão dispensa dinheiro na proporção de ostentar crédito.
  35.  A ausência de regras induz ao descumprimento das normas.
Guido Lang
“Crônicas Coloniais”

Crédito da imagem: http://www.turismo.gal/

quarta-feira, 19 de março de 2014

O desleixo patrimonial


O cidadão, na chácara incrustada na terra dos ancestrais, instituiu o descaso. O patrimônio, em sucessivos meses, ficou no abandono. A natureza procurou retomar o espaço!
Os invasores, na presença de plantas e répteis, tomaram o espaço. O desleixo, no descaso dos bens, instalou-se no excepcional cenário. O abandono do imóvel decorria como fato consumado!
A água e calor, na ocorrência do período de verão, acentuaram o crescimento das vegetações. Os arbustos e capins, na exuberância, pareciam retomar original ambiente!
O mano (irmão), na situação, externou imprópria observação. A velha lógica de proprietário viu-se enfocada na conversação. O familiar, nas duras palavras, desgostou da afirmação!
“O indivíduo, no descuido do patrimônio no tamanho tempo, acaba frustrado e subtraído no investimento. Os bens, em qualquer época, exigem manutenção e reparação”.
Repreensões afligem a consciência, porém convém externar na sabedoria. Os progressos e sucessos, a qualquer espaço e hora no trabalho, requerem atenção e superação!
Acúmulos de bens abarcam somas em manutenção e segurança. Os proprietários, nos vastos patrimônios, acabam subtraídos e surrupiados nos artigos e recursos!
Amigos e familiares, em escassos momentos e situações, externam os reais conhecimentos e sentimentos. O dinheiro, em razão última, revela-se causa maior das querelas!

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.lovantino.com.br/

terça-feira, 18 de março de 2014

A alcunha de fofoqueiro


O mano (irmão), caçula da família, acumulou desconfiança no irmão. O relacionamento, vida afora, mantinha intensa admiração e conversação. O crédito vinha em alta conta!
Os diálogos enfocavam acontecimentos e negócios. O ingênuo contava os bons e maus ocorridos. A contrapartida, no primogênito, carecia de prevalecer nas convivências!
O fiel amigo e parceiro, bem sucedido no financeiro, viu-se enciumado e invejado. A alcunha de fofoqueiro externou-se na família. O conhecimento levou ao término dos relatos!
As particularidades deixaram de ser comentadas ou omitidas. Ocasionais conversas e diálogos ficaram nos genéricos. As ceias e encontros viram-se diluídas e escassas!
A solução, na carência da amizade, foi seguir a existência. Os irmãos, nos respectivos cantos, viveram seus dias. Cunhadas e rebentos acentuaram comentários e concorrências!
Os excessos, no geral, resultam em brigas e intrigas. As famílias, nas querelas, acumulam desconfianças e diferenças. Alguém, no proposital, reforça aborrecimentos!
Os negócios, para terem sucesso, exigem atuação e discrição. As fofocas, aos alheios ouvidos, aconchegam-se cedo no imprevisto!

Guido Lang
“Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://juninhoadm.blogspot.com.br/

segunda-feira, 17 de março de 2014

As excessivas perguntas


O camarada, curtido nas administrações, participou da assembleia da entidade. As perguntas, na reunião ordinária, foram banais e várias no tema prestações de contas!
O indivíduo, nos detalhes melindrosos dos números, apontou itens. Os esclarecimentos foram pedidos. O resultado, na contabilidade, incidiu na tediosa participação!
Os dados foram explicados de forma solicitada. A descortesia, no entender dos detalhes, perpassou aos presentes. A clareza assistia-se como um dos preceitos dos antepassados!
O pessoal, nos ambientes das gestões, descarta as excessivas correções, críticas e interrogações. As informações melindrosas, na esperteza, veem-se deixadas de lado e omitidas!
O espírito crítico revela-se agradável na alheia seara. O discurso prega em interrogar nas dúvidas, porém pode detectar o escamoteado. O difícil consiste em driblar entendidos!
A transparência permite serenas noites de sono. Desconfiados e chatos coexistem em vários espaços e ocasiões. Os membros necessitam zelar pela honestidade das instituições!
A integridade, na conjuntura atual das disseminadas tramoias, revela-se equivocadamente princípio dos otários. O sujeito, na extremada desconfiança, revela-se inconveniente nas relações sociais!

Guido Lang
“Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://transparencia.fee.tche.br/

domingo, 16 de março de 2014

O rumo norte


O casal, na união, pelejou para angariar casa e propriedade. A cruz orientou o bem estar familiar. Os rebentos, crescidos, seguiram direção das conceituadas universidades!
As visitas, na hospedagem, sucederam-se nas férias e folgas. O bom e melhor viu-se custeado e oferecido. A filiação, no atrevimento, recebeu os contornos dos limites!
Os adolescentes queriam definir desígnios familiares. Os jovens, nos idosos pais, empunharam resoluções. Os velhos, na oportuna morada, ouviram berros e xingamentos!
O pai, filho das colônias, impôs limites. A fala versou: “- Filhos! Vocês podem mandar na própria casa. Os genitores, em vida, são os senhores. A obediência faz-se necessária!”
“As asas, na excessiva altura, precisam ser talhadas”. O cidadão obriga-se fazer valer adequada voz. O costume de gritar, nas conversas e falas, transcreve indevida instrução!
A juventude, na precocidade, entende-se esperta e vivida. Os moradores, na própria casa e propriedade, estabelecem contratos e princípios. Normas asseguram afabilidade!
A caridade, de alheio chapéu, soa indiscreta inteligência. O “rumo norte”, na estóica instrução, abre portas e guia caminhos!

Guido Lang
“Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://iriny.com.br/atuacao/juventude/

sábado, 15 de março de 2014

A aloprada concorrência


O plantador, no aperfeiçoado pomar, extraía frutos. As espécies, no suplemento alimentar, ofereciam a diversidade de produtos. As vitaminas veem-se imprescindíveis na mesa!
O particular figo, em fevereiro, produzia diária cota. As colheitas faziam-se no alvorecer. A exasperada concorrência, aves e humanos, chamou reservada atenção!
O produtor, no primeiro descuido, assistia-se ultrapassado. O desejo original consistia em deixar amadurecer os produtos.  A brandura, na plena maduração, estaria avigorada!
A admiração observou-se vasta. As aves antecediam-se no proveito. Os pássaros, na sobrevivência, defrontaram-se na acelerada captação. Uma porção apresentava-se picada!
O fato espelha a generalizada dificuldade de granjear o sustento. O apetite vê-se o flagelo dos viventes. “O grão de milho, na prática, mostra-se pleiteado a quaisquer viventes!”
Os ousais degladiam-se pelo mantimento. O primeiro osso, na cachorrada, observa-se pretexto de enfurecido arranca-rabo. Os racionais debruçam-se pelo “cobre ou prata”!
O indivíduo força-se a cuidar dos interesses e ganhar o pão. A pessoa apressa-se a auferir dinheiro. A aloprada concorrência verifica-se pelo imperativo dos reais!
O fraquejo, na corrida, denota suplantação. A natureza proporciona a abundância, porém a ganância a faz parecer insuficiente!

Guido Lang
“Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.paopinheirense.com.br/blog/tag/beneficios-do-figo