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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

A vida


Conversa vai, relacionamento vem! Os assuntos, no seio comunitário e familiar, sucedem-se em comunicados, ladainhas, relatos... O cidadão, nas palavras jogadas ao vento, aprende e reflete sobre acontecimentos e comportamentos!
O ancião, numa roda de amigos e familiares, foi interrogado sobre o sentido da vida. Quê seria essa breve e ousada odisseia? A ocasional bênção, ofertado aos felizardos, revelou-se ímpar sorte entre milhões de concorrentes e possibilidades!
A resposta, numa espontânea reflexão, consistiu: “- Querem saber o significado da existência? Procurem visitar os cemitérios! As respostas, as dúvidas, encontram-se lá. Os ancestrais, amigos e vizinhos vêm-se rememorados. Cada qual com sua história”!
“O lugar, de forma aterrada, engavetada ou incinerada, armazena e guarda os gananciosos e modestos, jovens e velhos, néscios e sábios, pobres e ricos... O desfecho, depois das despedidas, acabam numa modesta pá de terra. Alguma revela-se mera areia lavada”!
“O importante ostenta-se o agradável e bem vivenciado com próximos e semelhantes. As felicidades e satisfações auferidas nos diários convívios. Os conhecimentos e experiências assimiladas nos trabalhos. As conquistas e realizações angariadas no bem comum...”
O Criador, nos desfechos das histórias, procura igualar ou nivelar as disputas e vaidades. As diferenças, entre cercados e classes, desaparecem diante da morte! Todos, sem nenhuma exceção, prestam contas da auferida doação!
A fatídica pergunta, nalgum momento, atormenta quaisquer viventes. As respostas, para o sentido da existência, influem e norteiam atitudes e crenças!
                                                                                       
    Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: blogdopaulinhowordpress.com/

O pretexto das contas



O maridão, as quartas de tarde, toma o rumo do centro na cidade grande. A ingênua e pacata esposa, idosa e recém operada, cuida e ocupa-se dos afazeres domésticos!
O argumento, às semanais saídas, relaciona-se aos compromissos bancários e custeio das prestações. Estas acumularam-se e espalharam-se em bazares, lojas e magazines!
O cidadão, junto à companheira, trata de omitir o detalhe. A quarta, com início vespertino, marca os tradicionais bailes. O cidadão, junto às velhas amizades, marca encontro e ponto!
Os amigos e vizinhos sabem da semanal incursionada. Estes, no entanto, procuram resguardar-se de aborrecimentos e comentários! “Boca fechada não entra mosca”!  
O fulano, diante da impossibilidade da parceria, procura modesta diversão. A dança, como exercício físico, revela-se o grande objetivo! A monotonia da rotina tenta abafar!
Uns carecem de mentir, porém omitem informações. Os homens, no geral, tem necessidade de bater pernas! Prevalece a concepção: “Carro parado não ganha frete”!
Os direitos iguais, de maneira geral, carecem de suceder-se nos casamentos. Alguns aborrecimentos e transtornos convêm desprezar e ignorar!

                                                                                    Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.grzero.com.br/como-ganhar-dinheiro-organizando-festas/

terça-feira, 1 de outubro de 2013

O familiar mutirão


A primavera achegou-se nas colônias! A terra, com maior insolação, conhece a generalizada brotação! O florido estende-se pelos ambientes e espaços!
O pátio, junto à moradia, apresenta aparência de brejo. Os inços predominam nos canteiros! Os gramados mostram-se crescidos!  As calçadas revelam-se invadidas pela terra!
O patriarca, junto à esposa e filhos, convoca uma generalizada faxina. Os membros, sem nenhuma exceção, precisam arregaçar mangas e fazer pausa nas privadas tarefas!
Todos, os cinco membros, dedicam-se as arrumações e limpezas. As tarefas, determinadas ou escolhidas, seguem o critério das forças, habilidades e ferramentas!
Uma oportunidade especial de aprender e mostrar o amor ao lar. Os membros enaltecem o vigor ao trabalho. A necessidade de colaborar no deslanchar das obrigações...
O ambiente, em horas, mudou de visual. O milagre da labuta humanizou outro adverso espaço. O eventual bicharedo peçonhento precisou procurar novo lugar de refúgio!
O princípio reforçou-se: “Onde todos colaboram e trabalham ninguém judia-se”. A contribuição e empenho, no capricho e dedicação, desperta o amor e valorização do espaço!
Nenhum membro, numa família colonial, ostenta-se mero hóspede! O amor e apego, às lidas rurais, assimila-se desde tenra idade com a convivência e prática cotidiana!

                                                                                Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.vocesabia.net

O carisma


Um ancião, muito amigo e parceiro por natureza, achegava-se para conversar e cumprimentar. Os moradores, a longas distâncias, conheciam-no pela gentileza e simpatia!
Um forasteiro, podendo ser seu filho, precisou dar sua pitada. Ele falou: “- Beltrano! Terias dado um especial político! Prefeito, no mínimo, seria o menor cargo público!”
Este, admirado e gentil, respondeu: “Inúmeros amigos e conhecidos falaram dessa possibilidade”! O carisma, digno por vocação, brotava do interior da sua d’alma!
O cidadão, em breves e rápidas palavras, explicou as causas da renúncia. Este, dos aborrecimentos e acusações, queria viver sossegado nesta transitória existência!
A administração pública, apesar dos bons e convidativos salários, revela-se motivo de atropelos e inquietações. “O camarada faz dum jeito e logo outros acham equivocado”!
O seio comunitário, em três oportunidades, elegeu-o como presidente da igreja! O ônus revelou-se acentuado numa pacata instituição! Imagina a gerência da cidade grande!  
O autêntico carisma mescla-se com os princípios de vida. O indivíduo faz continuamente escolhas! Certas cobranças e experiências convêm desconhecer ou ignorar!
A correção e honestidade privam uns de serem homens públicos. A História, sem maiores arranhões ou confusões, permite poucos a inscrever um honroso nome!

                                                                                Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.tribunadaconquista.com.br/

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A surpresa


O beltrano, durante algumas oportunidades, manteve caso com a especial sicrana. Os bailes e festas sucediam-se na sua agradável e interessante companhia!
O namoro, numa segunda tentativa de união matrimonial, parecia engrenar para um relacionamento duradouro e feliz! As expectativas, a cada reencontro, viram-se multiplicados!
As esperanças e sonhos, numa provável união, encaminhavam-se para residir debaixo do idêntico teto. A cama, em meio ao frio de inverno, seria compartilhada e dividida!
O camarada, noutra cidade, foi conferir determinado evento. O baile, bem falado e visitado, valeria a pena apreciar. O indivíduo aconchega-se sem maiores preocupações!
A surpresa, de fazer cair o queixo, sucede-se com a presença da sicrana. Esta, na alheia concorrência e seara, encontrava-se em altos abraços, beijos e ternuras!
O gosto e preferência contrastavam em muito com sua pessoa. O vivente, dali em diante, nem queria mais ouvir falar no nome dela. Quaisquer contatos viram-se descartados!
O indivíduo, no mundo das intimidades e traições, “carece de conhecer a real estrutura e montagem do circo”. Inúmeros compram gato por lebre nas histórias dos relacionamentos!
As pessoas, nas grandes cidades, desconhecem detalhes dos bastidores da alheia vida. O cidadão, numa ou noutra, pode deparar-se com alguma desagradável surpresa!
                                                                                         
   Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano das Vivências” 

Crédito da imagem:  http://www.bbel.com.br/

O tempo


Os anciões, diante do armazém, encontram-se numa animada conversação. Os benefícios, em função da aposentadoria, permitem certos ócios e regalias!
Os cidadãos, diante da idade, admiram-se do transcorrer do tempo. Eles, entre si, comentam e procuram externar o temor diante do inevitável suceder!
O tempo, como máquina cruel e imparável, “derruba e mói a todos e tudo”. Os amigos, conhecidos e parceiros, em função dos anos e décadas, ficaram reduzidos!
As pessoas, da idêntica idade, carecem de somar-se! “Os coroas diminuem com os chamados diários do Criador”. Perdas irreparáveis despedem-se e partem ao final destino!
A fila, de forma acentuada e rápida, corre e dilui velhos relacionamentos! As memórias guardam somente pitorescas histórias e saudosas reminiscências!
Os jovens, no vigor da existência, entendem-se os espertos. Estes, aos idosos, dispensam atenção e interesse! Os anciões ostentam-se os reais curtidos e tarimbados!
Inúmeros indivíduos, na flor da idade, esquecem-se de extrair a devida sabedoria dos ancestrais. O Criador, através do tempo, escreve certo em linhas tortas sua magna obra!
As gerações, no deslanchar da civilização, perecem com razão de ceder o espaço as novas ideias e revoluções. A vida mostra-se curta e interessante para quem sabe apreciar e curtir a terrena odisseia!

                                                                                    Guido Lang
                                                                   “Pérolas do Cotidiano das Vivências” 

Crédito da imagem: http://dorasantoro.blogspot.com.br/2012/07/platanos.html

domingo, 29 de setembro de 2013

O vício


O cidadão, ao companheiro e parceiro, resolveu “quebrar um modesto galho”. Ele, como pensionista, levaria mais um dia até sair o benefício! “A fome ousara bater a porta”!
O dinheiro, numa cidade grande, mostra-se mercadoria essencial à subsistência. Este, na alheia carteira, encontrava-se esgotado e gastado! O crédito andava igualmente curto!
As refeições, naquele dia, seriam carentes ou inexistentes. O companheiro, enxugando dispêndios e necessidades próprias, cedeu uma dezena de reais na extrema emergência!
O objetivo consistiria em adquirir artigos às parcas refeições. A recomendação, diante do auxílio, somou um expresso aviso: “- Parceiro! Nada de comprar cigarro pelo dinheiro”!
O fulano, dobrando a primeira esquina, adquiriu os necessários maços. O estômago, diante do cruel e mortífero vício, “ficou no compasso de espera e saudades”!
O cidadão, mesmo diante da bela ladainha e ousada promessa, não pode dispender grana a dependentes. Alguma doação, no máximo, necessita ser em comida e bebida!
Alguns, pelas impróprias atitudes, estragam amizades e confianças. As palavras de viciados, mesmo “juradas com os pés juntos como promessa”, assumem escassa credibilidade!
Os vícios, no gênero humano, sobrepõem-se a inteligência e racionalidade. Dinheiro, dado sem controle a título de ajuda e compaixão, externa cedo o desperdício e trapaça!

                                                                                      Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://g1.globo.com