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terça-feira, 2 de junho de 2020

TRANSPORTE À ESTRELA/RS


Guido Lang

Jacob Veeck com seu “caminhão ônibus”. Fazia linha uma vez por semana (quintas-feiras) à Estrela. O trajeto era Languiru, Canabarro, Posses, São Jacó, Estrela/RS. Não havia rodoviária e a parada era no Hotel Sipmann em Estrela/RS. O veículo tinha 21 cavalos de força e um eixo de força com 10 cavalos, carregava 13 passageiros e levava 4 dias para chegar a Panambi/RS. As estradas eram precárias; viajava muito pelos campos com diversos atoleiros. O pessoal é Willibaldo Veeck (guri), Jacó Veeck (motorista), Paulina Veeck, Alma Veeck e Otto Dickel. Sem informações quanto ao ano em que a foto foi tirada.

*Texto extraído dos livros “COLÔNIA TEUTÔNIA: HISTÓRIA E CRÔNICA (1858-1908)" e "OS COLONIZADORES DA COLÔNIA TEUTÔNIA", de GUIDO LANG.

* PROIBIDA A REPRODUÇÃO INTEGRAL OU PARCIAL DO TEXTO SEM A MENÇÃO DA REFERIDA FONTE (LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998).

* Postagem: Júlio César Lang.

* Crédito da imagem: Gentileza - Raimundo Bayer da Boa Vista Fundos/Teutônia/RS.

segunda-feira, 1 de junho de 2020

AS FASES DA COLONIZAÇÃO DE TEUTÔNIA/RS



Guido Lang

O processo de ocupação ocorreu em três etapas: o primeiro período ocorreu entre os anos de 1862 a 1868, quando foram colonizadas as picadas situadas ao sul da Colônia Teutônia, isto é, as terras situadas à margem esquerda do Arroio Boa Vista. Constituía-se na área mais plana, formada pelas picadas Hermann, Glück-auf, Nove Colônias, Posses, Catarina e Boa Vista. Colonizou-se, neste período, somente as picadas de Hermann, Glück-auf e Boa Vista. Destacaram-se neste empreendimento de colonização os colonos teuto-brasileiros ou imigrantes alemães que, inicialmente, tentaram estabelecer-se na área da antiga Colônia Alemã de São Leopoldo. Estes foram atraídos pela propaganda da fertilidade das terras (solo massapê — muito valorizado antes do advento dos adubos químicos), assim como pela informação da boa administração da colônia e na tentativa de fazer uma colonização, principalmente, com evangélicos luteranos (que sentiam-se perseguidos com os acontecimentos dos Mucker e o espírito da Contra-Reforma com a chegada dos jesuítas). Estes colonos iniciaram propriamente a colonização, ao contrário do que querem fazer algumas bibliografias tradicionais. Verificou-se nesta ocupação, uma colonização mista, pois afluíram teuto-brasileiros e imigrantes das mais variadas procedências. Instalaram-se nos lotes, que tiveram uma extensão de uma a duas colônias (100.000 a 200.000 b2).
A segunda fase ultrapassou o Arroio Boa Vista, isto é, abrangeu as terras situadas a sua margem direita. Foram ocupadas as picadas Frank, Welp, Clara, Schmidt e Neuhaus (atual Teutônia Várzea) assim como Posses, Nove Colônias e parte da Catarina (lotes nº 1 a 10) da margem esquerda. A ocupação ocorreu a partir de 1868 a 1875, quando a influência dos colonos teuto-brasileiros das velhas colônias foi menor. Predominaram os colonos westfalianos, que tinham imigrado a partir de 1868. Posses foi uma exceção, pois foi forte a influência luso-brasileira e africana (tinha existido, provavelmente, um quilombo próximo à área, por isso a presença acentuada). A comercialização e ocupação destes lotes foi rápida, isto é, em menos de uma década vendeu-se toda a área. A característica dos prazos é que ficaram menores (média de 100.000 b2) e as terras começaram a ficar acidentadas (devido à presença de morros testemunhos em Clara, Schmidt, Harmonia, Teutônia e as encostas ou cuestas do Planalto Meridional). A extensão das picadas (linhas) igualmente reduziu-se e estas localizavam-se no centro da Colônia Teutônia. 
A última etapa ocorreu no espaço compreendido de 1876 a 1885, quando foram desbravadas as picadas do norte da colônia. A área engloba os terrenos acidentados das encostas do planalto, que dificultaram a agricultura (favorecem na atualidade a instalação de aviários, devido ao clima ameno). Foram colonizadas as picadas: Moltke, Köln, Berlim, Huch ou Krupp, Bismarck, Arroio Secco, Frederico Guilherme, Horst e Silveira Martins. Predominou uma colonização homogênea de colonos westfalianos, que tiveram inicialmente, sérios obstáculos em meio aos morros, para alcançar a prosperidade. O tamanho dos prazos reduziu-se ainda mais (média de 40 a 60.000 b2), assim como das picadas (de 10 a 20 lotes de terras). A área abrange atualmente, a parte norte do município de Teutônia/RS e sul de Imigrante/RS. 
Teutônia foi colonizada, portanto, num espaço de três décadas, nas quais predominaram os colonos provenientes da Westfália, seguidos dos pioneiros das velhas colônias. 

*Texto extraído do livro “COLÔNIA TEUTÔNIA (1858-1908)", de GUIDO LANG

* É PROIBIDA A REPRODUÇÃO INTEGRAL OU PARCIAL DO TEXTO SEM A MENÇÃO DA REFERIDA FONTE (LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998). 

* Postagem: Júlio César Lang

* Crédito da imagem: Moradores da Picada Schmidt/Westfália/RS jogando baralho. Aparece, terceiro jogador da direita para esquerda; Karl Heinrich Strate - Ano 1890 (Foto: Gentileza - Guido Lang). 

sexta-feira, 29 de maio de 2020

COLONIZAÇÃO DE TEUTÔNIA/RS


Guido Lang

A ocupação enquadrara-se dentro da política nacional de imigração e colonização, dirigida a imigrantes europeus (preferencialmente alemães e italianos). Estes tiveram de povoar zonas distantes e desabitadas, ocupá-las de forma definitiva, desenvolver a atividade agrícola com produtos suplementares às grandes culturas (produtos destinados ao mercado interno), reforçar o sistema do trabalho livre (em substituição ao trabalho escravo, desinteressante ao capitalismo em expansão e aos interesses comerciais ingleses), ajudar a trazer a nova mentalidade do trabalho da terra, contribuir na expansão do mercado interno e na formação de um mercado consumidor, reforçar as fronteiras com uma ocupação permanente e criar uma economia complementar ao setor exportador.
O êxito da colonização, na Colônia Teutônia, enquadra-se neste processo. Teutônia acabou ocupada de uma forma permanente e, consequentemente, auxiliou na fabricação de produtos destinados ao mercado interno (cereais, banha, fumo, nata, carne...), desenvolveu a atividade agrícola através da mão-de-obra familiar e reforçou a ideia do trabalho livre (embora tenha-se encontrado casos esporádicos de escravidão negra entre alguns colonos) numa área de largo emprego do trabalho servil (como Taquari/RS). Ela também contribuiu à formação de uma nova mentalidade econômica, à constituição de uma classe média e de um mercado interno.
A Província, afinada com os interesses do Estado nacional brasileiro, viu concretizados seus interesses através do aumento da produção de mercadorias suplementares à economia nacional, integração da área de terras devolutas ao sistema produtivo e diminuição do custo do processo de colonização (devido ao povoamento efetuado por particulares). A Companhia assistiu ao retorno, com lucro, do capital empregado com a venda dos lotes coloniais aos colonos. Os pioneiros viram suas aspirações e sonhos concretizados porque encontraram perspectiva de vida nesta área; inúmeros imigrantes e migrantes (da Colônia Alemã de São Leopoldo) saíram numa situação de miséria da Europa e não tiveram grandes oportunidades de adquirir lotes em São Leopoldo, mas alcançaram a vida digna em terras teutonienses.
O primeiro lote foi comercializado a Christiano Schwingel que, em 5 de janeiro de 1863, adquiriu a colônia número dois da Picada Hermann (atual Linha Germana); esta área possuía mil braças quadradas ao lado esquerdo da dita localidade. O segundo quinhão foi vendido em 23 de novembro de 1863 a Conrado Schwingel, os quais provavelmente, eram irmãos. Este comprou a colônia número um da Picada Hermann com área estimada em cento e oitenta e sete braças quadradas. Os lotes subsequentes foram vendidos a: Armândio Dickel (nº 12 da Picada Glück-auf, atual Canabarro, área de cem mil braças quadradas, em 22 de novembro de 1866), Francisco Antônio Machado (nº 9 da Picada Nove Colônias, atual Linha Travessão, localizada entre Germana, Canabarro e Paverama, área de cem mil braças quadradas, em 7 de fevereiro de 1868), Pedro Michel (nº 1 da Picada Glück-auf, área de cem mil braças quadradas em 16 de junho de 1869).
Outros pioneiros foram compradores de prazos coloniais: viúva Carolina Hauenstein, Jacó Feldens, Adam Lambert, Joseph Hagemann, Johannes Lambert, August Flesch, Carl Dietze, Friedrich Dickel, Johannes Dreyer, Heinrich Henchen, Heinrich Dickel, August Böhm, José Anisette, Friedrich Brandt, Jacob Weber, Carl Schneider, Heinrich Müller, Ernst Guntzel, Heinrich Höfler, Wilhelm Landmaier, Friedrich Sommer, Wilhelm Hasenkamp, Friedrich Neuhaus, Willhem Decker, Friedrich Knebelkamp, Hermann Pohmann, Heinrich Eggers (da Westfália), Friedrich Roloff, Johann Kruger, Carl Sippel, Hermann Heinemann, Daniel Gref, Franz Götz, Jacob Elicker, Friedrich Feldmann, Abraham Heinrich, Friedrich Blömker, Heinrich Welp, Ernst Borgelt, Hermann Schlieck, Carl Lagemann, Carl Schäeffer, Willhelm Hunemann, Friedrich e Heinrich Etgeton, Ernst Osterkamp, Friedrich Trennepohl, Hermann Binnecker, Wilhelm Kreimeier, Christ Appel, Rudolph Ehrenbring, Wilhelm Fangmeier, Johann Schröer, Wilhelm Hollmann, Heinrich Frangmeier, Gerhardt Wahlbring, Friedrich Peter, Wilher Schumann, Bertram Driemeier, Heinrich Graf, Hermann Wiedheuper, Heinrich Schröer, Wilhelm Kniebe, Wilhelm Heemann, Ernst Fiegenbaum, Gustav Britzki, August Wessel, Wilhelm Brönstrupp Senior, Ernst Hachmann, Johann Heinrich Behne, Hermann Heinrich Rahmeier, Wilhelm Vocke, Theodor Hauenstein, Heinrich Kerger, Christ Schneider, Carl Fries, Wilhelm Ahlert, Philipp Faller, Georg Schmidt, Wilhelm Schonhorst, Heinrich Messer, Adam Zimmermann, Cidônia Carra, Hermann Hunemeier, Heinrich Hagemann, Friedrich Elicker, Ernst Windmöller, Georg Wallauer, Julius Bauemgarten, Jacob Brust, Ernst Hachmann II, Heinrich Decker, Wilhelm Krutzmann, Wilhelm Schlieck, Gustav Weier, Heinrich Sommer, Heinrich Brönstrupp, Friedrich Jasper, Heinrich Osterkamp, Friedrich Osterkamp, Wilhelm Driemeier, Heinrich Lagemann, Hermann Cort, Wilhelm Altmann, Heinrich Thepe, Heinrich Haslage, Franz Staggemeier, Wilhelm Brackmann, Georg Carl Dreher, Heinrich Lautert, Heinrich Lammes, Friedrich Lautert, Carl Etzberger, Conrad Fleck, Wilhelm Rahmeier...que adquiriram terras até o ano de 1870.
A companhia continuou comercializando terras até o ano de 1886, quando então esgotaram-se os lotes. A relação comprova-nos a rápida evolução da colônia que, em 1864, já possuía 16 casas, 70 habitantes, 31 prazos coloniais comercializados e uma área cultivada de aproximadamente 220 braças quadradas.
Teutônia continuou progredindo, atingindo em 1869 aproximadamente 800 moradores. Estes residiam num raio de duas horas à cavalo. Em 1870 chegaram ao número de 1000 habitantes, graças a vinda dos migrantes westfalianos, que vieram sobretudo do círculo de Osnabrück.

*Texto extraído do livro “COLÔNIA TEUTÔNIA (1858-1908)", de GUIDO LANG.

* É PROIBIDA A REPRODUÇÃO INTEGRAL OU PARCIAL DO TEXTO SEM A MENÇÃO DA REFERIDA FONTE (LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998).

* Postagem: Júlio César Lang.

* Crédito da imagem: Turma de animação de Ano Novo na Boa Vista (Gentileza de Alcido Schneider).

quinta-feira, 28 de maio de 2020

DENOMINAÇÃO DAS PICADAS DE TEUTÔNIA/RS


Guido Lang

Teutônia foi dividida em picadas (linhas ou localidades), que receberam denominações de acordo com os primeiros pioneiros, paisagens geográficas ou nomes ligados a unificação alemã. Estas picadas foram: a) Posses: uma referência ao Arroio Posses, que banha a área; b) Glück-auf: significa, em alemão, “boa sorte, prado da felicidade ou alto de felicidade” e retratara a esperança dos colonos em dias de prosperidade; c) Nove Colônias: a picada possuía um total de nove lotes coloniais entre Hermann e Glück-auf, resultando daí a denominação de Nove Colônias; d) Brust ou Hermann: a denominação original era Picada Brust, que era uma referência ao pioneiro Jacob Brust — passando posteriormente a Hermann, numa homenagem ao morador Hermann Gewehr; e) Boa vista: provém do Arroio Boa Vista, que teria sido uma atribuição do agrimensor Lothar de la Rue ou Boa Vista (numa referência à exuberante vegetação da Mata Pluvial Subtropical); f) Catarina ou Catharina: uma menção à primeira moradora Catharina Dockhorn (esposa de Jacob Lang); g) Picada Frank: uma homenagem aos pioneiros Daniel e Jacob Franck, a grafia original deveria ser Picada Franck; h) Picada Neuhaus: referência ao pioneiro Friedrich Neuhaus, que instalou-se na Teutônia Várzea — denominação posteriormente ignorada pelos moradores teutonienses; i) Picada Welp: homenagem a Friedrich Welp; j) Picada Schmidt: referência aos pioneiros Christian e Peter Schmitt — a grafia original seria Picada Schmitt e não Schmidt; 1) Clara: constituiu-se na primeira picada colonizada pelos colonos westfalianos — representava a claridade na Mata Pluvial, a claridade do céu e a magnífica visão do lugar, em direção ao vale do arroio Boa Vista; m) Berlim e Nova Berlim: homenagem à capital do Estado da Prússia e da Alemanha (após a unificação em 1870), que constituiu-se no centro político da Alemanha Unida sob Bismarck (atual Almirante Barroso ou Berlim — Município de Imigrante/RS); n) Picada Moltke: referência ao general e chefe do Estado Maior do exército prussiano Helmuth Karl Ernhard Moltke (1800-91), que dedicou-se a aperfeiçoar a eficiência do exército prussiano e teve decisiva participação na unificação; o) Huch ou Krupp: Huch numa referência ao dono da “Sociedade Huch & Companhia” ou Krupp numa homenagem à família de fabricantes de aço, armamentos e máquinas, que foram indispensáveis à unificação alemã; p) Picada Bismarck: homenagem ao estadista Ottto Eduard Leopold Bismarck (1815-95), Chanceler de Ferro e realizador da unidade alemã; q) Picada Frederico Guilherme: homenagem ao rei Frederico Guilherme IV (1795-1861), que tentou organizar, sem êxito, uma pequena Alemanha Unificada diante da Áustria; r) Picada Köln: referência à famosa e importante cidade, próxima à região do Ruhr, de Köln (Colônia); s) Picada Horst: atribuída ao primeiro morador Guilherme (Wilhelm) Horst, por isso ficou conhecida como lugar do morador Horst; t) Picada Arroio Secco ou Arroio da Seca: referência a um riacho seco durante o período da grande estiagem de 1873, que serviu como divisor dos lotes coloniais entre alguns prazos coloniais (atual Arroio da Seca — Imigrante/RS).

*Texto extraído do livro “COLÔNIA TEUTÔNIA (1858-1908)", de GUIDO LANG.

* É PROIBIDA A REPRODUÇÃO INTEGRAL OU PARCIAL DO TEXTO SEM A MENÇÃO DA REFERIDA FONTE (LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998).

* Postagem: Júlio César Lang.

* Crédito da imagem: Inauguração da Estrada Nova Capivara — Pontes Filho (Foto: Gentileza - Celma Schneider).

quinta-feira, 7 de maio de 2020

A BARRIGA CHEIA


Guido Lang

O ancião, “em perdido na linha” (numa sensata localidade dominada pela silvicultura), ostenta-se um modesto lenhador. A madeira, em acácia e eucalipto, verifica-se vendida (no complemento de renda do benefício social). Este, em décadas, labutou como guarda noturno numa afamada empresa. O convívio, em melindrosa vila, externou facetas da criminalidade e transgressão. A vida, no contexto urbano, tratava-se de “um salve-se quem puder para não passar fome”. A maneira, na terceira idade, foi refugiar-se na liberdade e tranquilidade do interior. A subsistência, numa essência de peleia, ensinou uma realidade social. Ela, na tradição oral, acorre externada a descendência. A lição reza: “melhor pobre de barriga cheia no interior do que diplomado/estudado de estômago vazio no contexto urbano”. O indivíduo, na exclusiva existência, convém prezar pela alegria e realização do que batalhar pela fama e riqueza. As sensatas ciências assimilam-se no exclusivo do desenrolar das vivências.

* Livro: Ciência dos Antigos

* Postagem: Júlio César Lang

* Crédito da imagem: http://www.osmais.com/index.php?ver=MTMzODA=

sexta-feira, 1 de maio de 2020

O PRINCÍPIO DA MELHORIA


Guido Lang

O filho das colônias, em pacato empreendedor e produtor rural, sobrevinha no capricho e dedicação. A propriedade, em modesta área de subsistência, assumiu ares de jardim. Este, na criação e cultivo, obriga-se a extrair o máximo (no intensivo produtivo). O trabalho, na aparência da agricultura de jardinagem, advinha no princípio: a morada e roça, no contínuo das semanas, ganhava alguma melhoria. Os exemplos, no variado, assistiam na arrumação de bagunça, introdução de artefatos, inovação na biodiversidade, melhoria de solos, expansão no espaço arável, organização de sobras de pedra... O ofício, em produtor, sucedia em real vocação. Os modelos, em organizações e reformulações, serviam de mostruário. A vizinhança, na antecipada hora, inspirava-se nos caprichos. O casal, no homem na lavoura e a mulher nas cercanias da casa, parecia complementar-se nas tarefas. O paulatino, em investimentos, trouxe ampliados ganhos. A família, no seio da morada, externa o grau da evolução cultural.

* Livro: Ciência dos Antigos

* Postagem: Júlio César Lang

* Crédito da imagem: https://www.booking.com/

quarta-feira, 29 de abril de 2020

A PEDAGOGIA RURAL


Guido Lang

O ancião, no tarimbado do massivo trabalho braçal, repassou o assimilado dos ancestrais. Este, no desfecho da vida produtiva, reuniu filhos e “enxertos” (genros e noras). A razão, no modelo dos antigos, foi ensinar as manhas da manutenção da propriedade. As arrumações, nos diversos afazeres, foram repassadas nas aulas práticas. As podas foram ensinadas nos detalhes do outono. A horta no cuidado da extração de chás e verdes. O jardim realimentado na diversidade de plantas. O apiário sobreveio no extermínio das formigas... A instrução, no empírico, visou criar o apego ao ambiente. Cada membro, na dimensão da habilidade e gosto, ganhou sensata incumbência. A velhice, no anterior a derradeira partida, obrigou a repassar tarefas. A pessoa, nalgum momento, obriga-se a “pendurar as chuteiras”. A escola, no exercício de mestre, instrui através do modelo e treinamento prático. Os rurais, nos filhos em ajudantes e serventes dos pais, criam e despertam o gosto pelas atividades primárias.

* Livro: Ciência dos Antigos

* Postagem: Júlio César Lang

* Crédito da imagem: http://southeastagnet.com/