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quinta-feira, 28 de maio de 2020

DENOMINAÇÃO DAS PICADAS DE TEUTÔNIA/RS


Guido Lang

Teutônia foi dividida em picadas (linhas ou localidades), que receberam denominações de acordo com os primeiros pioneiros, paisagens geográficas ou nomes ligados a unificação alemã. Estas picadas foram: a) Posses: uma referência ao Arroio Posses, que banha a área; b) Glück-auf: significa, em alemão, “boa sorte, prado da felicidade ou alto de felicidade” e retratara a esperança dos colonos em dias de prosperidade; c) Nove Colônias: a picada possuía um total de nove lotes coloniais entre Hermann e Glück-auf, resultando daí a denominação de Nove Colônias; d) Brust ou Hermann: a denominação original era Picada Brust, que era uma referência ao pioneiro Jacob Brust — passando posteriormente a Hermann, numa homenagem ao morador Hermann Gewehr; e) Boa vista: provém do Arroio Boa Vista, que teria sido uma atribuição do agrimensor Lothar de la Rue ou Boa Vista (numa referência à exuberante vegetação da Mata Pluvial Subtropical); f) Catarina ou Catharina: uma menção à primeira moradora Catharina Dockhorn (esposa de Jacob Lang); g) Picada Frank: uma homenagem aos pioneiros Daniel e Jacob Franck, a grafia original deveria ser Picada Franck; h) Picada Neuhaus: referência ao pioneiro Friedrich Neuhaus, que instalou-se na Teutônia Várzea — denominação posteriormente ignorada pelos moradores teutonienses; i) Picada Welp: homenagem a Friedrich Welp; j) Picada Schmidt: referência aos pioneiros Christian e Peter Schmitt — a grafia original seria Picada Schmitt e não Schmidt; 1) Clara: constituiu-se na primeira picada colonizada pelos colonos westfalianos — representava a claridade na Mata Pluvial, a claridade do céu e a magnífica visão do lugar, em direção ao vale do arroio Boa Vista; m) Berlim e Nova Berlim: homenagem à capital do Estado da Prússia e da Alemanha (após a unificação em 1870), que constituiu-se no centro político da Alemanha Unida sob Bismarck (atual Almirante Barroso ou Berlim — Município de Imigrante/RS); n) Picada Moltke: referência ao general e chefe do Estado Maior do exército prussiano Helmuth Karl Ernhard Moltke (1800-91), que dedicou-se a aperfeiçoar a eficiência do exército prussiano e teve decisiva participação na unificação; o) Huch ou Krupp: Huch numa referência ao dono da “Sociedade Huch & Companhia” ou Krupp numa homenagem à família de fabricantes de aço, armamentos e máquinas, que foram indispensáveis à unificação alemã; p) Picada Bismarck: homenagem ao estadista Ottto Eduard Leopold Bismarck (1815-95), Chanceler de Ferro e realizador da unidade alemã; q) Picada Frederico Guilherme: homenagem ao rei Frederico Guilherme IV (1795-1861), que tentou organizar, sem êxito, uma pequena Alemanha Unificada diante da Áustria; r) Picada Köln: referência à famosa e importante cidade, próxima à região do Ruhr, de Köln (Colônia); s) Picada Horst: atribuída ao primeiro morador Guilherme (Wilhelm) Horst, por isso ficou conhecida como lugar do morador Horst; t) Picada Arroio Secco ou Arroio da Seca: referência a um riacho seco durante o período da grande estiagem de 1873, que serviu como divisor dos lotes coloniais entre alguns prazos coloniais (atual Arroio da Seca — Imigrante/RS).

*Texto extraído do livro “COLÔNIA TEUTÔNIA (1858-1908)", de GUIDO LANG.

* É PROIBIDA A REPRODUÇÃO INTEGRAL OU PARCIAL DO TEXTO SEM A MENÇÃO DA REFERIDA FONTE (LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998).

* Postagem: Júlio César Lang.

* Crédito da imagem: Inauguração da Estrada Nova Capivara — Pontes Filho (Foto: Gentileza - Celma Schneider).

quinta-feira, 7 de maio de 2020

A BARRIGA CHEIA


Guido Lang

O ancião, “em perdido na linha” (numa sensata localidade dominada pela silvicultura), ostenta-se um modesto lenhador. A madeira, em acácia e eucalipto, verifica-se vendida (no complemento de renda do benefício social). Este, em décadas, labutou como guarda noturno numa afamada empresa. O convívio, em melindrosa vila, externou facetas da criminalidade e transgressão. A vida, no contexto urbano, tratava-se de “um salve-se quem puder para não passar fome”. A maneira, na terceira idade, foi refugiar-se na liberdade e tranquilidade do interior. A subsistência, numa essência de peleia, ensinou uma realidade social. Ela, na tradição oral, acorre externada a descendência. A lição reza: “melhor pobre de barriga cheia no interior do que diplomado/estudado de estômago vazio no contexto urbano”. O indivíduo, na exclusiva existência, convém prezar pela alegria e realização do que batalhar pela fama e riqueza. As sensatas ciências assimilam-se no exclusivo do desenrolar das vivências.

* Livro: Ciência dos Antigos

* Postagem: Júlio César Lang

* Crédito da imagem: http://www.osmais.com/index.php?ver=MTMzODA=

sexta-feira, 1 de maio de 2020

O PRINCÍPIO DA MELHORIA


Guido Lang

O filho das colônias, em pacato empreendedor e produtor rural, sobrevinha no capricho e dedicação. A propriedade, em modesta área de subsistência, assumiu ares de jardim. Este, na criação e cultivo, obriga-se a extrair o máximo (no intensivo produtivo). O trabalho, na aparência da agricultura de jardinagem, advinha no princípio: a morada e roça, no contínuo das semanas, ganhava alguma melhoria. Os exemplos, no variado, assistiam na arrumação de bagunça, introdução de artefatos, inovação na biodiversidade, melhoria de solos, expansão no espaço arável, organização de sobras de pedra... O ofício, em produtor, sucedia em real vocação. Os modelos, em organizações e reformulações, serviam de mostruário. A vizinhança, na antecipada hora, inspirava-se nos caprichos. O casal, no homem na lavoura e a mulher nas cercanias da casa, parecia complementar-se nas tarefas. O paulatino, em investimentos, trouxe ampliados ganhos. A família, no seio da morada, externa o grau da evolução cultural.

* Livro: Ciência dos Antigos

* Postagem: Júlio César Lang

* Crédito da imagem: https://www.booking.com/

quarta-feira, 29 de abril de 2020

A PEDAGOGIA RURAL


Guido Lang

O ancião, no tarimbado do massivo trabalho braçal, repassou o assimilado dos ancestrais. Este, no desfecho da vida produtiva, reuniu filhos e “enxertos” (genros e noras). A razão, no modelo dos antigos, foi ensinar as manhas da manutenção da propriedade. As arrumações, nos diversos afazeres, foram repassadas nas aulas práticas. As podas foram ensinadas nos detalhes do outono. A horta no cuidado da extração de chás e verdes. O jardim realimentado na diversidade de plantas. O apiário sobreveio no extermínio das formigas... A instrução, no empírico, visou criar o apego ao ambiente. Cada membro, na dimensão da habilidade e gosto, ganhou sensata incumbência. A velhice, no anterior a derradeira partida, obrigou a repassar tarefas. A pessoa, nalgum momento, obriga-se a “pendurar as chuteiras”. A escola, no exercício de mestre, instrui através do modelo e treinamento prático. Os rurais, nos filhos em ajudantes e serventes dos pais, criam e despertam o gosto pelas atividades primárias.

* Livro: Ciência dos Antigos

* Postagem: Júlio César Lang

* Crédito da imagem: http://southeastagnet.com/

quinta-feira, 23 de abril de 2020

O APELO AOS SUBTERFÚGIOS

Cebola: Maravilha ao Alcance de Todos!

Guido Lang

A pandemia, no coronavírus, trouxe pavor e precauções. As pessoas, em determinação estatal sanitária, ficaram obrigadas a enclausurarem-se em suas moradas. Algumas, nos disseminados cortiços, enjaularam-se nos cubículos. Os externados, nas mídias sociais, eram de massivo avanço da peste humana. As maneiras, no combate ou inibição a praga, acorreram em velhos subterfúgios. O consumo, em alho, cebola, limão, entre outros artigos, acorreu na utilidade expressiva. O bálsamo alemão, em gostas, sobrevinha no jejum. O mel, no preparado das caipiras, sobrevinha como fortificante para os beberrões... A novidade, em cantos e recantos das moradas, sucedia na cebola. As rodelas, em especial nos quartos, diziam “puxar as doenças”. A gripe, no aroma impróprio, sobreviria afugentada do ambiente. O segredo, no sistema imunológico são, reside na resistência aos agentes do vírus. Os idosos, no especial, apelam à sabedoria dos antigos. A morte, em “batendo na porta”, conduz em instituir ações, porque a vida calha no dom mais precioso. A sorte convém reforçar na adversidade. As pessoas, no desespero, apelam ao imaginável e ao inimaginável.

* Livro: Ciências dos Antigos

* Postagem: Júlio César Lang

* Crédito da imagem: https://belezaesaude.com/cebola/

terça-feira, 21 de abril de 2020

A GRANDE SURPRESA


Guido Lang

O moço colonial, em “pé rapado”, enamorou-se da elegante moça da cidade. Ela, em boa morada e cotejada a centenas, ganhou inesperada visita na frente do portão. O rapaz, na modesta bicicleta, externou proposta de galanteio. O intento, em namoro, viu-se no pedido. A resposta, na imediata irreflexão, foi o categórico “não”. O jovem, com o “rabo no meio das pernas”, tomou seu rumo ao trabalho. O propósito, na adversidade do amor, foi dedicar-se ao estudo e labor. A obsessão, em melhorar status, absorveu energias e tomou o tempo. Este, em sensata ocasião, inscreveu-se em afamado concurso e foi aprovado em destaque. Os auferidos, no serviço público, permitiram ganhar capital e instituir sólida empresa. Os assalariados, no variado, candidataram-se às vagas ao emprego. A moça, agora senhora, inscreveu-se para um posto. A escolha, em empregada, fez conhecer seu dono. A surpresa foi de fazer cair o queixo. Os contratados, em conversa informal, tiveram acesso ao proprietário. O antigo pretendente era agora seu patrão. O dono, no instante, reconheceu a beltrana e fingiu desconhecer transcorrido. A vida, em reviravolta, pregara uma esdrúxula peça. Procure, nunca dizer, “desta água eu não bebo”: eu posso pretender não beber. Avalie os semelhantes pelo caráter/qualidades e não pelas aparências e belezas. 

*Livro: Histórias Coloniais

* Edição: Júlio César Lang

* Crédito da imagem: https://amenteemaravilhosa.com.br/9-conselhos-superar-crise-no-relacionamento/

segunda-feira, 13 de abril de 2020

A CRENÇA DA CANTORIA

Ouviu o galo cantar mas não sabe onde - O Livre
Guido Lang

Os antigos, na vasta ciência das vivências, alimentavam a crença da cantoria. Os galos, nos contextos dos acentuados alaridos do “cocoricó”, advinham pelo pátio colonial. A conduta, na boa energia e imagem, parecia querer entrar portas adentro das moradias. Os coloniais, em tarimbados no convívio dos desígnios da natureza, estabeleciam sua sutil leitura. O comportamento, no instinto das aves, sinalizava o agouro de visitas. A família, em proveniente de distante paragem, receberia inesperada visita. Os galos, no acirrado dos ânimos, pareciam os pôsteres. Os moradores rurais, em finais de semana, reparavam comportamento e organizavam-se ao eventual imprevisto e surpresa. A natureza, no estudo das entrelinhas dos desenrolares dos sucedidos, esconde valiosos enigmas. O perito, no observar atento, vislumbra os desígnios do clima. A sabedoria, no acumulado de gerações e séculos, confirma a ciência: “A mão do Todo Poderoso perpassa no contínuo da avaliação da Sua Obra”.

* Livro: Ciência dos Antigos

* Edição: Júlio César Lang

* Crédito da imagem: https://olivre.com.br/ouviu-o-galo-cantar-mas-nao-sabe-onde