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sábado, 14 de novembro de 2015

As indigestas visitas


A família, no ambiente da propriedade, sobrevém na massiva especificação. A criação, em porcos, incorre na série de melhorias e produções. As arrumações, no interno das edificações, assumem ares de linha de produção (em carnes). As burocracias, na legislação, incidem em consecutivas exigências e implantações. O prédio, no componente dos estrumes e extenuações, incide em edificações exclusivas. O problema, na propagação dos cheiros, advém em indigestas visitas. As mortes, no bem retido dos finados (leitões), exalam odores. Os invasores, na andança noturna, afluem das longínquas paragens. Os cães, em romaria, acorrem e ousam no espaço. O objetivo, na dor da fome, consiste em digerir os extermínios. Os residentes, na estadia e guarda das instalações, temem próprio pátio. As bestas, no instinto de guarás, calham enjoados e irritados. Os empreendedores, nos iniciais cochilos, sobrevêm em ativos sócios. Os enfadonhos avultam em quaisquer ambientes e negócios.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://www.fatosdesconhecidos.com.br/

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

O fundo quintal


A crise, na escalada dos preços, castiga os padecidos assalariados. O ordenado, na licenciosa carga (tributária) e desconto, encolhe no diário dos gastos. Os preços, no achaque da economia (inflação), aumentam no bolso. Os volumes encolhem nas trocas. A beltrana, na laia de profissional da faxina, colocou mente a laborar na renda. O solo, nos parcos metros (fundo de quintal), ganhou faxina e proveito. A tarefa, na adubação, aterro e limpeza, tomaram encargo e tempo. As plantações, em chás, legumes e temperos, acorreram na proporção das mudas e sementes. Os itens frescos, em parcos dias, acresceram consumo. A empreitada, em cuidados e encargos, assumiu distração em mexer no chão. Os frutos, em jardinagem, serviram de inspiração aos imitantes. As precisões, na carestia, incentivam atitude ativa. A mão e mente, no ajustado arranjo, processam maravilhas (em meios antes adversos). As chances, no arrojado e funcional, ocultam-se nos espaços da esquina.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://mulher.uol.com.br/

O cemitério velho da Picada Capivara


A Picada Capivara/Colônia Teutônia/Estrela/RS, nos primórdios da colonização (1858-1908), teve instalado campo-santo. O idêntico, nas cercanias da escola comunitária, ocorreu na Picada Catharina (atual Linha Boa Vista Fundos/Teutônia/RS). O local, próximo à casa comercial de Ernst Hetzel (na estrada Linhas Boa Vista - Catarina), apareceu indicado a dedo.
A extensão, no presente, revela-se adotada pelo aturado cerrado. A floresta, na mata rejuvenescida pluvial subtropical, retomou lugar original. Os resquícios, em obeliscos e pedras, ostentam-se testemunha das vivências dos pioneiros. A desativação, na junção provável das Comunidades da Boa Vista, Capivara e Catarina (parcial), adveio na constituição da Comunidade Evangélica Bethânia (Boa Vista/Teutônia/RS). Os ministros leigos, na expressão de Gustav von Grafen e Heinrich Beckmann, atendiam estirpes abrigadas nas paragens.
A inspeção, no ocasionado pela curiosidade, inspirou a pesquisa. Os enterrados, na compressão particular, mereceriam registros nas genealogias. Os entes, em função da consideração comunitária, mereceriam uma referência na saga da colonização. O enigma, no parcial, viu-se resolvido na consulta aos registros de falecimentos. 
O Livro de Falecimentos da Comunidade Evangélica Bethânia, nos apontamentos de Heinrich Beckmann, consta: Número 12 – Johannes Rasche, nascido em 24/06/1896 e falecido em 27/07/1896 na Picada Capivara, testemunhas foram os pais (Jacob Rasche e Lina Hatje), enterro efetivado pelo pastor e professor Heinrich Beckmann em 29/07/1896, causa da morte foi dispepsia (má digestão ou doença provável dela). Número 18 – Hannibal da Silva, nascido em 05/07/1896 e falecido em 09/07/1896, na Picada Capivara, testemunhas foram os pais (Antônio Vasco da Silva e Karolina Maria da Silva), enterro realizado por Beckmann em 10/08/1896.  Número 64 – Heinrich Brugmann, profissão marceneiro, nascido em março de 1841 em Kiel, falecido em 30/10/1904 na Picada Capivara, testemunha do falecimento foi Claus Damann, carece de nome dos pais, enterro realizado pelo pastor Beckmann em 31/10/1904. Número 65 – Jacok Johann Rasche, profissão colono, nascido em 05/01/1865 em Feliz/RS, falecido em 30/10/1904, na Capivara, pais foram Theodor Rasche e Maria May, enterro concretizado em 31/10/1904 por Beckmann. Número 67 – Heinrich Hetzel, nascido em 11/08/1905 e falecido em 12/08/1905 na Picada Capivara, testemunhas do falecimento foram os pais (Ernst Hetzel e Petersine Heinrichsen), enterro realizado em 14/08/1905 por Beckmann. Número 84  – Alma Jasper, nascida em 03/10/1906 e falecida em 05/09/1907 na Picada Capivara, testemunhas foram os pais (Wilhelm Jasper e Auguste Brandenburg), enterro realizado por Beckmann em 07/09/1907. Número 86 – Klara von Grol, nascida em 20/04/1907 e falecido em 07/04/1908 na Capivara, testemunhas do falecimento foram os pais (Heinrich Friedrich von Grol e Lina Hatje), enterro realizado por Beckmann em 08/04/1908. Número 87- Amanda Baumgardt, nascida em 23/07/1902 e falecida em 15/08/1908 na Capivara, causa da morte: sarampo, testemunhas foram os pais (Karl Baumgardt e Karolina Dhein), enterro realizado por Beckmann em 16/08/1908...
A relação, no registro de Beckmann, conclui com o funeral de Amanda. O cemitério, no possível, vê-se desativado. A desativação, no admissível, tenha ocorrido na morte do pastor e professor Heinrich Beckmann. O ministro formado Karl Sick, na Comunidade Evangélica Bethânia, careceu de obrar na necrópole. Os parentes, na dimensão dos fenecidos, foram relegando cemitério. A vegetação, no vivo aumento, foi reocupando ambiente. Outros falecidos, na precisão de exame das crônicas comunitárias, primam pelas lembranças.

(Guido Lang, O Informativo de Teutônia n/ 129, dia 05/02/1992, pág. 02. Texto reescrito).

Crédito da imagem: http://www.unaflor.com.br/

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

O módico empréstimo


A senhora moça, no legado familiar, perpassou no troco. O imóvel, na casa e terreno (progenitores), acabou negociado na elevada soma. O dinheiro, na ilusão do expressivo saldo, adveio no alívio e fartura da carteira. As gastanças, em festanças, tomaram vulto em família. As lojas, na farta roupa, granjearam aquisições. Os investimentos, em carro, absorveram capital... A amiga, na muito íntima, requereu módico empréstimo. O socorro, na cedência de mês, viu-se recusado. As desculpas acolheram conto. O episódio ficou no guardado. O tempo, em ardentes gastos, diluiu riqueza. As dívidas, no ilusório, assumiram vulto. A amistosa, na ajuda, acabou solicitada no crédito. O indeferimento adveio no minuto. O taxativo, na negação, ocorreu na lembrança. A história educa: As situações, nas agitações da economia, alternam fortunas e tendências. Os estranhos, nas desventuras, auferem em básicos socorros. Os impróprios amigos, na bonança, externam apego e valor.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://exame.abril.com.br/

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

A velha lataria


O colega, na laia de empregado, andava no carro velho. O acanhado fusca, no curto curso das idas e vindas, enchia as precisões dos deslocamentos. O estacionamento, na frontal do prédio, caía no espaço e horário do expediente público. A ocorrência, na certa manobra, acorreu no xingamento da colega. O mau humor, na hora, conduziu ao comento. O carro novo, na saída, viu problema. A fala mal, na raiva, consistiu: “Tira daqui essa velha lataria!”. O proprietário, na instrução e resignação, relevou teatral indiferença. A briga e intriga, no local dos convívios e fainas, sobrevêm na chateação e irreflexão. A artífice, na ação, caiu na amnésia. O tempo decorreu na agitação e pressa. A cuja, no sensato tempo, adveio no arrojo e precisão. A obrigação, nas cotas do veículo, exigiam crédito e suprimento financeiro. O amigo, no esquecimento, viu-se requerido. O pedido, no instante, lembrou-se do ocorrido. A recusa caiu no instante. “O sujeito externa agravas, esquece ato; a pessoa ultrajada espera ocasião”.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://carros.cozot.com.br/

terça-feira, 10 de novembro de 2015

A casa cheia



A família, na gama de amistosos e parentes, caía na casa cheia. O pessoal, na chácara, coexistia apinhado no ambiente. As gentes, dentre cunhados, enteados, noras e sobrinhos, afluíam na ardência. Os feriadões, no sítio fresco e limpo, caíam nas fugidas e saídas urbanas. As arrumações, no lugar, caíam no dispêndio dos hóspedes. O repouso, na comilança e folia, traduzia ares de hotel. As despesas, na carga e faina, incidiam no igual dos senhores. A ocasião, no acréscimo dos “enxertos”, foi avultando amigos. Os passeios, no corriqueiro e meteórico, entraram na canseira e náusea. O casal, em excessos, entrou nas restrições. As visitas, no sútil, acabaram oneradas. Os ônus, em consumos, foram divididos. Os muitos amigos, no abre mão, incorreram no sumiço. Os encargos, na divisão, diminuem afeições e obséquios. As gentilezas e mimos, na regalia, assentam e reúnem os idênticos. Os encargos, na requisição, afugentam e distanciam próximos. O dinheiro, nos humanos, norteia jeitos e ligações.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://www.sitiomodelo.com.br/
Imagem meramente ilustrativa.


A saga do Arroio Vermelho

O riacho, no fluxo da linha da Boa Vista Fundos/Teutônia/RS, delineia andanças e narrações. O trajeto, em beirados seis quilômetros de extensão, inicia nas encostas dos Morros da Bela Vista e Catarina. A água, em baixadas e nascentes, brota confortante no meio das matas e roças. As propriedades, na direção leste - oeste, viram-se instituídas na ascensão das demarcações nos primórdios da conquista (1858 a 1872). A animália, na criação e fauna, acerta no acesso ao indispensável e precioso fluido. A mão humana, no parco tempo da instalação (lotes), instituíra modificações no panorama da selva pluvial subtropical.
Os cardumes, nas poças d’água, faziam contínua alegria e folia dos residentes. Os habitantes, em inventados banhistas e pescadores, visitavam beiras e canal. A gurizada, no sabor das folgas, esquadrinhava os filetes e reservatórios do regato. Os espaços aprofundados, em cacimbas, eram abundantes e variados em espécies. Os apreciadores, em exóticas carnes, trataram de contrair os graúdos entes. Os relatos, na mostra exagerada das mãos, caem de unidades de beirados de quilos. A história de quem conta um conto aumenta um ponto. Os balneários, em dias infernais de calor, faziam alacridades e brincadeiras das meninadas.
As espécies, em protótipos de cascudos, joaninhas, lambaris, jundiás e muçuns, advinham no exacerbado cômputo. O ambiente característico, em máximo volume, incidia na ponte da estrada geral. Os arranjados pescadores, nos lugares exclusivos, conheciam os espaços das coletas.  Alguns, em balaios e sacos, ensejavam parciais arrastões. A natureza, na amplitude dos nutrientes, tratava no escasso tempo de recompor populações. Os açudes, no alastrado das propriedades, trataram de introduzir carpas, prateadas e traíras. Os aguaceiros, na egressão das águas, faziam unidades safar-se das barragens e represas.
A modernidade, no advento da colocação de saibro (na estrada de chão batido) e uso desenfreado de agrotóxicos nas lavouras, minaram abastança e variedade. As antigas banais poças, no leito, acabaram aterradas e suprimidas. Os viveiros, nos difundidos aquários, advieram em pérolas. As águas, na descida dos cerros, incidem poluídas em tóxicos e urinas. Os parcos peixes, em especiais cascudos e lambaris, descrevem nostalgias dos tempos de antigamente. As tecnologias, na larga produção no ativo das diminutas áreas dos domínios, advêm na danificação. Os rejuvenescidos, nas beiradas, incidem em matagal e silvicultura.
O curso, no epílogo das trompas d’água dos aclives, descreve histórias de enchentes. O leito maior, em minutos, apresenta acentuados volumes e submergem margens. Os amontoados, em folhas, galhos e madeiras, tomam direção do Arroio Boa Vista (afluente do Rio Taquari). A fúria, na semelhança de decurso de rio, faz reocupar aterrado leito. O avermelhado, na coloração das águas, dá origem ao título. O curioso, no conjunto dos solos de massapê, flui na bizarra tonalidade. A fragrância, na massiva putrefação (dejetos vegetais), oferecia alcunha de Arroio Fedorento. A ocorrência, na baixa vazão, advém na seca de verão.
O patrimônio ambiental, no anexo do pacato lugarejo, seguirá alistando pitorescos contos. Arroio Vermelho, no decurso do tempo, segue famosa sina entre regatos. A consciência humana, no unido das gentes, redimensionará desventuras e reavaliará valor.

(Fonte: Guido Lang, novembro/2015, observação: residente nas cercanias).