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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Os velhos amigos


O cidadão, na luta pela sobrevivência, vivia atucanado. A adolescência caía na busca das ocasiões e sucessos. A consorciação, estudo e trabalho, diluía o tempo. O cansaço, nas prolongadas jornadas, sucedia no diário dos afazeres. As folgas ficaram no plano secundário.
A vida pessoal, nos tempos, ficava no acessório. Os familiares sobrevinham na parca visita. A aguçada velhice, na idolatrada tia (classe de secundária mãe), aconteceu no inicial ensejo. A paisagem incorreu na parca mudança. O tempo parecia corroer apenas os entes.
Os cinco anos, na última estadia, haviam transcorrido “na feição de piscar de olhos”. A achegada, na outrora habitual morada, marcou caso curioso. O envelhecido cão, no idêntico instante, distinguiu o encanecido amigo. O cheiro e feição delatou o companheiro.
As brincadeiras, no decorrido, existiam vivas nas memórias. O fato retrata o vigor das habituais reminiscências. As ocasiões permanecem registradas na alegoria e retina. Os sinceros amigos recordam os experimentos e sucedidos. A sorte acompanha os nobres de coração.
Os cães revelam-se os guardas dos pátios. O procedimento retrata o espírito dos donos. Os amigáveis, nos contíguos, incidem na consideração. Os hostis, na suspeita, pintam banimento. O altivo número, no parco fruto, cai no inútil dispêndio e mau trato.
As adequadas sociedades, na curta e rápida estada terrena, incidem na bênção divina. A confiança mútua, na afeição e convívio, proporciona encanto e fortuna.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.caesmania.com/

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

A extravagante ocorrência


O forasteiro, carregado de gente, achega-se de supetão ao alheio domínio. A admirável caminhoneta, no vidro fumê, advém no fausto e riqueza. A placa, na longínqua cidade, calha na observância e procedência. A tática consiste em impressionar o distraído e reservado.
O proprietário, modesto filho das colônias, assusta-se na extravagante ocorrência. O horário oportuno, no expediente do ofício bancário, fecha-se no decurso. O receio advém na lembrança dos incômodos e temidos fiscais de banco. As penhoras caem nas reminiscências.
Os agentes, no endividado conjunto social, adotariam o rumo da averiguação e requisição. As acomodações e maquinários, em graúdas iniciativas, solicitariam pagamento. Os juros e taxas, na exorbitância, assumem aparência de agressão e extorsão na liquidação.
A identificação, no amigo e parceiro, “tira o receio do coração” A condição exótica cunha a aparência de cilada. Débitos sucedem nas dificuldades de compensação. A estrela da prudência deve nortear os mercados. “Gato escaldado tem medo de água fria”.
Admiráveis empresas, no meio rural, criaram-se nos velhos rincões. Os abrigos, em aviários, pocilgas e tambos, aguçaram produções. Os créditos, na queda das cotações, caem no dilema da cobertura e negociação. Os avanços ajustam-se aos acasos dos mercados.
O segredo reside em jamais dar um passo maior que as pernas. Dívidas incidem no flagelo das ansiedades e insônias.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.der.mg.gov.br/

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

A bizarra penitência


O moço, na baixa instrução, guia-se no exame dos estranhos. O sincretismo místico, na variedade de religiões, advém como norte. As confusões, na diversidade das aclarações e avaliações, regeram no peculiar. A lorota, no “emprego de arapuca”, assumiu exercício.
O sujeito, no itinerário de aproximados quinze quilômetros, caminha carregado na estrada. A marcha, nas costas, acontece na singular carga. Os estimados trinta quilos, no saco branco, sobrevém num terço do peso do corpo. A demasia, no esforço, acomete os olhares.
O carregador, na fadiga e suor, acaba parado no meio do trajeto. A vizinha, na exagerada curiosidade, estranha as lamúrias e transpirações. A substância apresenta-se verificada. O espanto e surpresa, no inesperado, sobrevêm no carregamento de pedras.
Um religioso, metido na ciência do verbo divino, impingiu a penitência. As iniquidades, no diário e variado dos ambíguos, sucederiam diluídas (na dor e esforço). Os seixos, na marcha e peso, induziriam meditação e pagamento. As árduas forças direcionadas aos parcos fins.
O trabalho espontâneo, no benefício ao carente e próximo, acabaria seguramente em melhor efeito e obra. O bom senso necessita decorrer na gama de atividades e obrigações. Uns procedem no rumo de estonteados. A tolice, na abjeta formação e reflexão, carece de limites.
A inteligência e nobreza transluzem no preceito dos artifícios. A prudência necessita ser abonação e direção.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://gruporuah.com/

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

A reserva americana


O cidadão, no abalo econômico, desconfia da economia nacional. O excessivo gasto e má gerência, no dinheiro do ente, incidem na “roubalheira inflacionária”. O arrocho salarial, na ambição fiscal, sobrevém na cédula nacional. A capacidade de compra flui na redução.
A manipulação de referência, na desconfiança das estatísticas (oficiais), levou ao indevido artifício. O detrimento, no mantimento do valor monetário, advém na precaução. O dinheiro, no ensejo do caminho seguro, direciona a técnica do investimento em dólares.
A suada capitalização, em contínuos anos, acaba paulatinamente protegida. A poupança, na condição de reservatório, carece da previsão de gasto. Alguma viagem, no futuro, persegue no interesse. A aspiração liga-se na turnê pelas paragens dos ancestrais.
O receio, no infortúnio da velhice, sobrevém na precaução. Os investimentos, em bens de família, advêm na descomunal tributação e dispêndios de manutenção. A diversificação financeira, na avançada idade, calha no juízo e processo. O abrigo incide na inquietação.
As narrativas, na depreciação da moeda, mostram-se comuns nas linhagens. Anciãos, na confiança nas notas, avultaram significativas somas. O valor, no parco tempo, apontou diluído na inflação. A míngua ocorreu no rumo. A pessoa obriga-se a agir certo no próprio pão.
A fortuna, no emprego e manobro, apadrinha os aguerridos e arrojados. O animal xucro, no maligno experimento, verifica-se complexo de atrelar no tablado.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://veja.abril.com.br/

domingo, 8 de fevereiro de 2015

A clássica cortesia


O estranho, na condição de moço e motoqueiro, aconchega-se ao interior. O espaço ermo, na remota paragem, advinha na situação. A finura, no trato, carecia na essência das atenções e preocupações. A cultura e modo, nos naturais, incidiam no descaso e desleixo.
O residente, na beira da picada geral, ocupava-se no emprego de herbicida. O esmero, no acesso ao domínio, ocorria na tarefa. O andante, na dissimulada observação, adveio na reserva. A apatia inicial, na ausência da saudação, adveio na expressão e impressão.
A clássica fineza, no bom dia ou boa tarde, aboliu na amnésia e marasmo. O forasteiro, na compleição exclusiva (entre os dois entes), calhou na precisão da posterior informação. O endereço, na exata propriedade, incidia na busca e localização. A petição ocorreu na alcunha.
O natural, “sem travas na língua”, externou: “- Estranho! Careço de conhecê-lo. O bom cumprimento, na astúcia, sobrevém na polidez. A pedida, no acessório, acontece na criteriosa elegância. O artifício, na manha da ciência, acolhe e promove afinidades e negócios”.
O andante, no assombro e reflexão, arregalou os olhares. A súplica, na boa iniciação, fora exteriorizada. A instrução, no início, acontece no brio dos pais. O apreço, em quaisquer ambientes e situações, sobrevém no acentuado denoto e reverência ao idêntico.
Certeiros ocorridos, no fraquejo do tempo, perpassam na condição de exemplares e inesquecíveis. A aclaração, no aviso e lição, sobrevém em agradecimentos e sugestões.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://sp.quebarato.com.br/

sábado, 7 de fevereiro de 2015

O singular choro


O filho das colônias, ancião no pacato interior, advinha na singular conversa e lamúria. A constante insistência, em função do excessivo aborrecimento e frustração, acontecia nas relações sociais. Os desígnios, no exercício das atividades primárias, pareciam tenebrosos.
Os próximos, na extensão do convívio (na mercearia e templo), sabiam do enfadonho procedimento. As causas, no mau governo, advinham na ganância fiscal e impróprio dos impostos. O contribuinte, na compreensão particular, advinha despojado e roubado nos domínios.
O alto encargo (tributário), na condição de simples empreendedor, induziria no dano e extermínio da livre iniciativa. A socialização, no acuado e dissimulado das administrações, brotaria no assalto ao erário e ineficiência produtiva. O horror, na esquerda, caía firme e forte.
As estirpes, no banal, têm sensatas primazias partidárias. Os abonados e arrojados inclinam-se nas facções da direita. Os endividados e pobres simpatizam nas tendências de esquerda. A diferença incide nos discursos. A apreensão comum calha em “ganhar o cocho”.
Os vizinhos, na atração e regalia da ocasião, versaram em suprimir visitas. As falas, nas idas e vindas (casa), incidiam no peculiar achaque e tema. Os objetivos, nos passeios, ocorriam no anseio de aliviar ideias e esquecer problemas. Maledicências, nas falas, enxotam chegados.
O bom senso deve prevalecer em quaisquer analogias e aspectos. As localidades, no conjunto dos naturais, convivem nas disputas e intrigas singulares.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: https://cooperativadeletras.wordpress.com

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

O sutil prenúncio


A amizade, na analogia e conversa, tomou forma no convívio comunitário e encontros de família. O idoso e moço viram-se bons amigos e parceiros. A afeição acirrou-se no estudo das genealogias e histórias. Os acidentais encontros resultaram em enraizadas falações.
Os amigos, outrora alheios, nutriram tópicos inesgotáveis. A estima, nos encontros e eventos, mantinha-se recíproca. A idade, na sucessão, pesou na extensa e fecunda existência. O pressentimento, no “sexto sentido”, anunciava a atenuação das forças e desfecho da jornada.
A vivência, na corrosão da estrutura, advinha no epílogo. A visitação, na ocasião inesperada, ocorreu no domicílio do (velho) companheiro. Os parcos instantes, no teor das afinidades, advieram na bênção. O bom senso, no presságio, adivinhou o indesejável.
A repentina morte, nas posteriores semanas, zelou irreparável dano. O esgotamento, sem despedida do derradeiro amigo, parecia dificílima partida. A missão cumprida, na tranquila morte, adveio na ausência de dor e receio. O diário colocou ardis e surpresas.
As pessoas, na pirraça final, apreendem a aflição e extinção. As obras e atos incidem na direção dos arremates e conclusões. A matéria regressa a concepção original. A angústia, na sã e tranquila consciência, advém no alívio e bênção. O sujeito, no aqui e agora, presta contas.
Os bons e grandiosos gestos descrevem a nobreza de espírito. A vida, na odisseia terrena e sucessão das linhagens, oculta enigmas e propósitos maiores.


Guido Lang
“Singelas Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.elhombre.com.br/