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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

A boa informação


         A vizinha, filha das colônias, pediu carona. A acidental presença, no armazém, permitiu a gentileza. O condutor, no carro particular, achava-se nas compras e distrações. O retorno, na facilidade da situação, conduziu ao pedido. A pernada, na carga, entrou na reserva.
            O alerto, no contíguo, foi: “- Nada de falatórios e problemas com marido”. O bate-papo, no percurso, estendeu-se sobre acontecimentos e experiências. A dita-cuja, no espírito jornalístico (no ambiente comunitário), adora espalhar e repassar os acontecimentos.
           A companhia, no sucinto da conversa, permitiu a “atualização do noticiário”. A cidadã, na descida, indagou do dispêndio. A boa educação, na pergunta pelo débito, entrou na avaliação e consideração. Uma mão, nos imperativos, costuma lavar a outra nos interiores.
            O motorista, na elegância, proferiu: “- Custa nada! Conta, no próximo bate-papo, a nova do dia”. A cidadã, no singelo sorriso, concordou na circunstância. A fama, no desperdício da vocação (repórter), sucedeu no cálculo. Circunvizinhanças julgam as amizades e conversas.
      As pessoas, no universal, possuem extrema necessidade de conviver e relacionar. O mensageiro, no ardor da informação, trabalha costumeiramente no espontâneo das remunerações.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://startupi.com.br/

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

A riqueza familiar


        A descendência, por gerações, habitou o determinado lugar. O solar familiar, na encosta do morro, salientava-se no conjunto residencial. A fertilidade da terra, no microclima próprio, permitia a farta produção. O espaço caía na apreciação e satisfação particular.
        A abundância, na questão água, incidia na riqueza natural. Os olhos d’água, no milagre da mãe natureza, brotavam das entranhas. A fauna e flora, na iluminação e umidade, difundiam-se na atmosfera. O taquaral, no conjunto das pedras, assinalava a abastança e vida.
            Os herdeiros, no sensato momento, resolveram desfazer-se da riqueza. As decidas e subidas, no íngreme chão, advieram no empecilho. O morro, nas idas e vindas, sobrevinha no desafio do inverno. Os consertos, na estrada, advinham na baixa consideração do ente público.
            Os estranhos, no dinheiro, fecharam a compra. Os anos transcorreram e novos donos adquiriram instalações e terras (imóvel). A descendência, no filho e neto, quisera na certa altura recomprar o imóvel. A indisponibilidade demostrou-se a dura realidade.
            A pergunta, aos genitores, foi: como pôde desfazer-se de tão valoroso patrimônio familiar? O arrependimento revelou-se acentuado. Certos negócios, na compra ou venda, exigem apuradas análises. As pessoas adoram adonar-se e afeiçoar-se aos ambientes.
            O difícil, no despojado, consiste em refazer o desfeito. Alguns domínios, no conjunto de gerações, verificam-se alheios aos valores monetários.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.correiodeuberlandia.com.br/

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

A floresta artificial


      A localidade, na agricultura familiar de subsistência, mostrou-se conquistada pela Floresta Pluvial Subtropical. Mãos calejadas, em cinco gerações e cem anos de invasão, instituíram o solo arável. As baixadas e ladeiras, no lavor braçal, alastraram os cultivos anuais.
       A cana, o feijão, a mandioca e o milho, na preferência, foram habituais culturas. O panorama colonial, no decorrer de 1980, mudou na extração agrícola. Os colonos, na velha raiz, feneceram no ambiente. Os jovens, de formação escolar, readequaram o chão arável.
         O espaço cultivável, na maioria da paisagem, acabou no reflorestamento. As ilhas, em lavouras e matos, ganharam o progressivo acréscimo do eucalipto. O amplo plantio, na exuberância vegetal e fertilidade do terreno, estabeleceu o espetáculo da floresta artificial.
        O eucalipto, nas remotas paragens, vislumbra-se no hábitat. A integração, no contíguo natural, confere ares de árvore aborígine. O instintivo, em três décadas, ocorreu: a selva recobrou o lugar original. A subsistência, no ritmo do monopólio, adveio na nova revolução.
            O cenário colonial, nos aclives e cerros, jaz no cultivo e exploração florestal. A natureza, no devido momento, retoma a aparência e lugar original.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.depceliomoreira.com.br/

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

As aves de estimação


              O filho das colônias, no ambiente das encostas, reside no lugar ermo. O acesso, na estrada de chão batido, vê-se complicado. A estreita e íngreme via cai no arrojo e peripécia. O trabalho urbano, no deslocamento diário, revela-se moroso e oneroso na sobrevivência.
           O prático, no chão dos ancestrais (fruto do despojo), reside em usar a boa e refrescante atmosfera. O aclive oferece a peculiar visão. A vida, na tranquilidade do interior, incide na pretensão. As cargas urbanas, no abuso das cobranças, permitem safar-se dos ônus.
            O pormenor, no aramado terreno, sucede na beleza e capricho. O gramado, no tapete verde-escuro das gramíneas, circula a paisagem residencial. A fertilidade, no solo massapê, palpita aos distraídos olhares. Quaisquer plantações sobrevêm no provável encanto.
            O engenho, na criação de galinhas, sobrevém no ambiente. A dúzia e meia de unidades fluem alforriada. O utilitário vê-se na produção de carne e ovos. A exuberância vegetal absorve os escassos dejetos. As caipiras, no proveito, substituem custosos cães e gatos.
            A conveniência, na força da economia, precede a distração. O indivíduo, na instalação de morada, força-se a apurados desígnios e pretensões.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.cpt.com.br/

domingo, 7 de dezembro de 2014

O real sumiço


             A dita-cuja, nos variados acontecimentos, incorria na presença e primazia. O sucesso nutria-se proeminente. Os cavalheiros, nos aturados e variados ambientes, cortejavam na associação e dança. A graça, na simpatia, atraia o séquito de admiradores e bajuladores.
            Os agrados, no chamego, aconteciam no elevado cálculo. A surpresa, no imprevisto, ocorreu no pronto sumiço. Os chegados, nos íntimos dos entretenimentos, ignoram o real paradeiro. A fulana desapareceu meramente do conjunto. O caso verificou-se excepcional.
          As conjecturas prendem-se ao regresso às origens. A realidade, no imediato, transcorre na apatia social. A condição urbana delineia ímpares fatos. As pessoas achegam e submergem no vácuo. Uns, na peculiar ocasião, ostentam convivências e encantos.
              Outros, no marasmo, jazem no mundo: a existência, no privado, cai na indiferença. As realidades exóticas, na habilidade e sabedoria, ensinam a coexistir no elevado número de idênticos. O indivíduo, no escasso tempo, precisa saber fazer os anos interessantes.
            A pessoa, na aglomeração humana, decorre como estatística e número. A vida, no contíguo das mazelas, assume parca consideração e graça.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: m.mdemulher.abril.com.br

sábado, 6 de dezembro de 2014

O ímpar rejeite


            O filho das colônias, na tradição familiar, mantinha animal de estimação. O macaco, no criado peculiar, entrava no singular desejo e paixão. O animal, em ocasiões e situações, assumia enfoques humanos. As analogias, entre espécies, incidem no mistério da ciência.
            O colono, na tradição oral, sobrevivia do comércio com leite. O acréscimo, nalguma água, acontecia no trato. A malandrice, no cochilo e fraude, multiplicava ganhos. O recíproco ardil, entre comprador e vendedor, adentrava na cobertura e remuneração do produto.
            O animal, na coexistência, assistia a falácia. O caso sucedeu nos bons tempos de outrora. O dinheiro, na módica mala, caía conservado da cobertura. O elevado volume, na alma de poupador, decorria no avultado. A guarda, no temor da velhice, reunia no pé-de-meia.
            O símio, na situação das cheias, perpetrou o insonhável. O numerável, no retido do envoltório, sucedeu furtado. O bicho, no arrojo, arremessou o embuste no riacho. As águas acarrearam e arrastaram o encorpado. O ilícito, na cobiça da economia, incide na falácia.
            O dinheiro fácil, na experiência, achega e arreda no ligeiro. As malícias, na gama de artifícios, encorajam a adulteração e perversão.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.recriarcomvoce.com.br/

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

O cheiro de gasolina


            O jovem, no ambiente urbano, incidia na dificuldade de locomoção. O tempo, na deficiência do transporte coletivo, incorria no cansaço e desperdício. O carro particular, no auxílio paterno (na compra), adveio na solução. As fantasias caíram no ditado.
             O veículo, no básico e usado, aprontou contraído. As voltas, nas festas e trabalhos, advieram na facilidade. A mulherada, no juízo e projeto, sucederia “no cheiro de gasolina”. O detalhe, nas intermináveis obrigações, aconteceu na ausência e dificuldade de cofre.
            O salário mínimo, na manutenção, acabou dissolvido. O poder de compra, na reflexão do trabalhador, caiu na avaliação. O sujeito, nas idas e vindas, devia no financeiro. A saudade, no “passado de pobretão”, adveio no balanço: “tinha dinheiro e dificuldade de condução”.
            Os ônus, no conduzir de quatro rodas, aspiraram meses de duras jornadas. Os jovens ruem nas falácias das preleções. Os inícios acontecem na dificuldade. A abastança, em domínios e itens, resulta em gulosos sócios. A coisa advém em ter o certo e imprescindível.
            A aberração mora em dar um passo maior que as pernas. As escolhas, no acerto ou erro, deliberam dificuldades ou facilidades.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://radiomirandelafm.com/?p=331