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sexta-feira, 20 de junho de 2014

A perda da identidade


O pacato lugarejo, na paragem, nutria analogia. Os residentes, como filhos das colônias, possuíam centro comunitário, dialeto local, escola particular, igreja cristã, modelo peculiar...
A colonização, no século de isolamento, compôs desenvolvimento autóctone. A mentalidade colonial, inserida na cultura latina, ganhou adequação e particularidade!
O distrito, na onda das emancipações político-administrativas municipais, ganhou autonomia. A municipalidade, na proximidade do poder público, propagou progressos!
O caminho de acesso, na facilidade das estradas, trouxe a implantação do asfalto. Os deslocamentos granjearam ágil e intensa circulação dos automóveis e pessoas!
A identidade, na década sucessiva, tornou-se desfigurada. A incursão dos estranhos tornou-se hábito. Os apegos locais viram-se dissolvidos nas diferenças e novidades!
A ambição e egocentrismo, na ideia das aparências e posses, dominaram no implante da filosofia do consumismo. Os valores tradicionais perderam expressão e participação!
O figurino consistiu em “conduzir possantes máquinas”. A tranquilidade foi “pervertida na admissão da parafernália tecnológica”. O progresso altera apego à cultura local!
A humanidade, na diminuição das distâncias, conduz-se na direção da relativa uniformização. Avanços carecem de ser sinônimos de felicidade e realização!

Guido Lang
“Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.es.gov.br/

quinta-feira, 19 de junho de 2014

O discurso marxista


O cidadão, na instrução estatal, formou-se depois de muitos anos dedicados ao estudo e a formação. O concurso, no serviço público, revelou-se o caminho de ascensão ao ganha-pão!
O ingresso, na estabilidade e salário, aliciou o mérito profissional. As ciências humanas, nas políticas do estado, mostraram-se a especificação e a paixão!
Os “gabinetes da papelada”, na fixação e preparação de planos, tornaram-se a delegação. As alocuções, nos idealismos partidários, sucediam na ideologia da socialização!
Os padrões, dos desmantelados estados socialistas da Europa, permaneceram como meta e miragem. O exemplo, nas Américas, inspirava-se na amostra cubana!
O dinheiro, na receita, sobrevinha da suada produção originada no capitalismo. Os espoliados tributos, obra da iniciativa particular, custeavam o bom ordenado!
O fato, na ilusão das gestões, exterioriza as ofuscadas alocuções marxistas. O interesse, na apropriação das legendas, versa em adonar-se e perpetuar-se no domínio estatal!
Os radicais, nos discursos e princípios partidários, adoram legislar sobre a alheia riqueza. Os empreendedores e proprietários, no distorcido preceito capitalista, tornaram-se senhores das obrigações e riscos da produção!

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://lounge.obviousmag.org/pindorama/2012/10/recepcao-do-marxismo-no-brasil.html

quarta-feira, 18 de junho de 2014

A especial consideração


O proprietário, na diversidade de aves, ostenta afeição e capricho. As galinhas, criadas folgadas e soltas, ganham renovada água e variedade de trato. O tratador, na condição de dono, vela pelos membros. Algumas unidades, no entanto, revelam-se as apreciadas e mimadas. Elas, nos olhos, ganham a preferência da atenção e observação!
A mãe, numa dezena, adora os filhos. Os brotos, à existência, advieram das entranhas. A companhia mostra-se especial alegria e gratidão. A filha menor, no conjunto, destaca-se a excepcional. Ela, na afinidade e jeito, salienta-se no coração. A afeição e amizade, no cotidiano das vivências, veem-se exteriorizada nos cuidados e preocupações!
Deus realizou o milagre da vida. Os entes espalham-se pelos ambientes. Este zela pelas espécies. Os humanos, na bendita esperteza, despontam imitação do próprio Espírito. O Criador, no conjunto, ufana-se de todos. Uns, nas milagrosas mãos, salientam-se muito exclusivos. As ações e agudezas traduzem-se em avanços e sucessos!
A mente humana, na insignificância, mostra-se incapaz de assimilar a grandiosidade da obra divina. O indivíduo, na breve e curta passagem terrena, convém orientar-se na amizade e benevolência!

Guido Lang
“Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem:  http://www.saiadolugar.com.br/empreendedorismo/8-atitudes-para-nao-ser-um-esquecido-na-multidao/

terça-feira, 17 de junho de 2014

A mexida no celular


A motorista, no desordenado e engarrafado centro, dirigiu no pico. A agitação, entre pedestres e veículos, sucedeu-se no espaço. A afobação via-se uma constante correria!
As longas filas, na alternância dos semáforos, abarrotaram o lugar. Os estacionamentos, nas laterais, infernizaram a circulação. Conduções haviam por todos os lados!
A guia, na traseira, sentiu a mexida. O veículo, de trás, bateu no descuido. A situação repetiu-se no parado trânsito. Outro acidente de percurso somou-se nas rodovias!
O causador, no desejo da liberação da rua, pediu de estacionar lá na frente. A vítima, na confiança, acatou o pedido. A preocupação primeira foi anotar placa e tipo de carro!
O motorista, na lei do esperto, escapou da situação. O desejo havia de repassar danos e prejuízos. A ocorrência policial viu-se necessária. O reparo, no processo, será na Justiça!
A causa, no relato de testemunhas, consistiu na mexida ao celular. A desconcentração, na direção, sucedeu-se no ínterim. A malfadada ideia de ocupar-se no paralelo de tarefas!
A direção e telefonia, na pressa do deslocamento e dinheiro, andam em imprópria parceria. O trânsito, no compasso da confusão e espera, descreve exercício de inteligência e paciência!

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.capitalfm.com.br/

segunda-feira, 16 de junho de 2014

A barbeiragem no trânsito


O velho professor, de forma acidental, encontra-se com o outrora estudante. O fulano, na vida profissional, tornou-se agente público. O zelo da legislação viu-se no encargo!
O concurso, como guarda municipal, o introduziu no serviço público. A segurança, com ganhos certos no final de cada mês, seduziu na função do ofício!
A conversa, sobre a realidade do trânsito, toma sentido. O mestre, num tom de brincadeira e gozação de penalizado, interroga: “- Muita multa? Cadê o bloco das infrações?”
O funcionário, como notório amigo, externa explicação. “As multas visam disciplinar a realidade. Os motoristas, na afobação e pressa, comportam-se como crianças!”
Os detalhes seguiram: “- A barbeiragem revela-se infração! As erradas manobras, nos acidentes, foram infrações mal sucedidas! As penalizações evitam o caos na circulação”.
O bom mestre necessita aprender e valorizar amizade e explanações. O conhecimento e sabedoria, exteriorizada na experiência, serve de escola à vida!
As transgressões, no trânsito, sucedem-se de forma contínua na rotina. O gênero humano manifesta-se dificílimo em padronizar e uniformizar!

                                                                      Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://seguroautofacil.com.br/blog/?cat=76&paged=3

domingo, 15 de junho de 2014

Os segredos do lixo


Os vizinhos, no comum das realidades urbanas, convivem no distanciamento. As relações, no acidental, verificam-se nos escassos cumprimentos e fortuitas palavras!
Os moradores procuram seguir a vida. Alguns, a princípio, ignoram detalhes dos outros. Cercados, nas grades e muros, isolam prédios! Fechado traduz discrição e indiferença!
Os vizinhos, em três oportunidades semanais, largam lixo residencial. O espaço, na lixeira, vê-se compartilhado. Os descartes, nos restos, descrevem o modo de subsistência!
Os materiais possibilitam a leitura dos consumos. A minúcia, no rejeite, liga-se ao número de garrafas. Os invólucros, na habitual pinga, denunciam saliente ingestão!
O próximo, no cochilo, expõem as dificuldades de alcoolismo. O achaque refletiu-se inclusive na desunião matrimonial. O descontrole acirra-se na intensidade e rotina!
Imundícies, ao perito, delineiam informações. Intrigas e reservas, na circunvizinhança, integram as vivências. Acidentes espelham dados do comportamento e subconsciente!
As pessoas, no sentido implícito, descrevem crenças e valores. A perfeita discrição iguala-se a doce Ilusão!
                                                         
Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.clasf.com.br/q/garrafas-vazias-de-absolut-red-label-black-label/

sábado, 14 de junho de 2014

A estranha doença


O assalariado e inativo, na conversa de mercado, discorre sobre a inflação. As partes, “na dor do bolso”, queixam-se do poder de compra. O dinheiro some no conjunto dos aumentos!
Os preços, a cada ida e vinda, absorvem maiores dispêndios. As mercadorias e quantidades, em medidas e volumes, diminuem nas sacolas. A grana verifica-se calculada!
Carnes elevaram preços. Guloseimas atenuaram volumes. Salames encolheram no tamanho... A maquilagem ganhara vulto. Os salários, na reposição, ficaram no contraído!
O aposentado, no espanto, explana: “- Os produtos ostentam a doença da incompetência e vigarice. Os gestores, nas perdas monetárias, elevam ganhos!”
O ganhador constata-se no próprio governo. O administrador, no bom senso, sabe da necessidade dos controles de gastos. As famílias e países perseguem idênticas regras!
A inflação, na ordem nacional, aponta desvios de rota. As alocuções e cantilenas, na dificuldade e requinte da moeda, enganam escassa gente!
O barnabé, na base da pirâmide da produção, sente a “moléstia”. Os trabalhadores, legítimos produtores das riquezas, custeiam nos alicerces os descalabros!
Os governos, na vicissitude da moeda, convivem na agitação e dificuldade no mando. O “veneno do mundo” desponta na língua do povo!

                                                                  Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://br.advfn.com/economia/inflacao/brasil/historia