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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

A diferença de férias


As dezenas de funcionários receberam as merecidas férias. O pessoal, numa romaria, tomou o rumo do litoral. A ideia consistiu em fugir da aridez e fervura das cidades!
Calor, congestionamento, consumo, estrada e fila somaram-se no percurso. Caminhar na praia, folgar horários, seduzir da maresia, torrar a pele trouxeram revigoramento!
O filho das colônias, na contramão, tomou o caminho do interior. Este, na chácara, procurou refúgio e repouso. O ambiente, calmo e familiar, diluiu fobias e neuroses!
A ideia consistiu na distância de agitações, dispêndios, gentes, perigos, tumultos... O prazer de conviver na natureza, degustar banho, respirar ar puro, usufruir do trabalho...
O momento tinha de romper hábitos. O exercício, em arrumações e tarefas, consumir energias. O tempo sintetizou-se em folgas, passeios, plantações, roçados, visitas...
Investimentos ganharam alento. O dinheiro, de fazer muito com pouco, resultou em avanços. O mero consumo e ócio compreendem-se como sinônimo de imprudência!
A mentalidade direciona-se na capitalização. Os recursos geram multiplicação e racionalização. Os economistas, na primeira esquina, vislumbram negócios e oportunidades!
O indivíduo cauteloso prioriza economias. O ardiloso, na sucessão dos ganhos, faz sobrar singelas divisas. A adversidade, na velhice, obriga armazenar e resguardar reservas!
A mentalidade, no inesperado, cunha classes e distingue indivíduos. O trabalho, no deleite e melhoria, instala avanços e insurge ambientes!

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.aluguerferias.com/

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

O exemplo bíblico


O produtor, com pequena propriedade, precisa fazer valer o chão. As terras, ao extremo, são exploradas e planejadas à produção. O solo vê-se a essência do patrimônio!
O plantador, em milhares de árvores, recorreu à concretização do relegado serviço. Algumas horas, no intervalo das variadas tarefas, ganharam a nobre incumbência!
O conjunto do mato foi relegado a plano secundário. A ideia consistiu no alento às arvorezinhas. O solo, na aresta, mereceu aproveitamento. O desperdício lê-se imprudência!  
As mudas, em tenros eucaliptos, ostentavam-se encravadas na capoeira. Os parcos metros viam-se extraviados nas adjacências do mato. Quem valoriza o pouco, merece o muito!
As raquíticas plantas, em meio a natural vegetação, acharam-se ocultadas e sufocadas. O retardamento, no crescimento e desenvolvimento, manteve-se acentuado!
A ideia, por inspiração na parábola da ovelha perdida, acabou seguida a risca. Mãos a obra, no roçado, ceifaram a concorrência. O devotado trabalho insere prodígio!
O visual, em minutos, descreveu a humanização e modificação. As miúdas plantas, vizinhas das gigantes, tiveram sobrevida. As exóticas passaram as exclusivas do recanto!
O ulterior papel consistiu na adubação. A diferença, em meses, foi apreciada. A mão humana, no auxílio da divina, produzira fartura e riqueza. A exuberância abençoou o cenário!
Os detalhes, no capricho e dedicação, fazem a derradeira diferença. Os fracos e humildes, em momentos e situações, precisam do impulso da atenção e auxílio!
O aproveitamento e racionalização dos recursos integram os segredos da prosperidade. A sorte recai a quem vislumbra empenhos e oportunidades!

Guido Lang
“Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://templojovemvirtual.blogspot.com.br/

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

O último pedido


O filho das colônias, depois de abençoada e suada existência, achegou-se aos términos. Oito décadas, na importante e intensa vida, tinham decorrido rápidas!
As experiências e histórias foram muitas e variadas. Os filhos e netos continuaram o elo e incumbência. Conselhos e lições, nos atos, foram dados e ensinados à descendência!
O prestigiado sobrenome assegurou-se na sucessão. O cidadão, dias anteriores à partida, reuniu os familiares. A conversa, franca e serena, externou o derradeiro anseio!
A petição deixou admirados os participantes. O desejo, distinto a tradição dos ancestrais, consistiria em ser incinerado. As poupanças, aos dispêndios, tinham sido realizadas!
O punhado de cinzas receberia uma peculiar destinação. Um pinheiro, desconsiderando lugar e tamanho, ficaria beneficiado pelo bucólico material!
O objetivo, no elo da vida, consistia em continuar na energia e matéria. O resíduo, em parte, seria certamente absorvido. Os frutos e madeira seriam benévolos aos vivos!
A prestação de contas revela-se uma absoluta certeza. Os humanos, no ciclo da vida, procedem e retornam à terra. A eternidade reside na continuidade da espécie!
Os altivos e sublimes gestos transcorrem como modelos. A esperteza e grandeza espiritual residem nas aprendizagens e sabedorias!

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.picstopin.com/350/pinheiro-araucaria-angustifolia/http:%7C%7Cwww*flordecactospji*yolasite*com%7Cresources%7CPINHEIROARAUCARIA*jpg/

domingo, 9 de fevereiro de 2014

A revolução verde


A diminuta área, por décadas e gerações, via-se tradicional gramado. O potreiro, ao pastoreio, produzia modesto alimento. O plantio, na produção de cereal, incutiu a revolução!
O objetivo, na concepção dos ancestrais, permitia a locomoção dos animais. Estes, como feras, careciam de ser enjaulados. O ensaio físico reforçara condições sanitárias!
O proprietário, no acerto com meeiro, implantou as mudanças. O cultivo, em função de rendimentos, despertou os ares das inovações. O milho ganhou a primazia da produção!
O espaço, de aproximados dois hectares, foi ocupado pela plantação. A adubação e gradeação, anterior a semeadura, ganharam os conhecimentos e procedimentos agrícolas!
O milho, em semanas, germinou e multiplicou a massa verde. A aparência de inço dominou o cenário da lavoura. A admiração e espanto instituíram-se na produção!
A cultura assumiu fisionomia de impenetrável floresta. A circulação, no interior, ostentou-se desafio. A precoce colheita, em espiga e palha, tomou corpo na silagem!
As gramíneas davam mal para alimentar exclusiva cabeça. O milho, na única safra (de três anuais), permitia alimentar um rebanho. A diferença de rendimento saltou aos olhos!
O milagre do campo sustenta os milhões das cidades. Singelas áreas produzem quantidades incríveis de alimentos! A abundância conduz a preservação e reflorestamento!
A abastança, na margem de lucro, falha na idêntica renda aos plantadores. As velhas lavouras, numa “fábrica de alimentos”, viraram sinônimo de “ilhas de fartura e progresso”!

Guido Lang
“Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.infoescola.com/pecuaria/gado-nelore/

sábado, 8 de fevereiro de 2014

O milagre das sementes


O morador, em ocasional oportunidade, viajou as distantes paragens. A ideia, na viagem do encontro de família, consistia em conhecer diversas gentes, ideias e lugares!
Algum suvenir, da estada no lugar, precisou ser trazido como lembrança. A globalização, na sociedade de consumo, carecia de oferecer novidades!
Na ida e vinda, na ocasional parada, o sujeito deparou-se com excepcional palmeira. A beleza, na exuberância vegetal, impressionou o forasteiro. A ausência, no torrão, levou a genialidade!
O jeito, na discrição, consistiu em amontoar sementes. Elas, do chão e floreira, acabaram ajuntadas e trazidas. As dezenas foram inseridas na improvisada sacola!
O germe da vida e relíquia vegetal, na essência do mato, foi semeado ao abrigo das geadas e solares. O espaço, na propriedade, viu-se estranho ao ambiente nativo da espécie!
O semeador esquadrinhou a germinação. O insucesso, a princípio, tomara fato. O interior do bosque, em meio a gigantes, parecia empecilho ao florescimento e propagação!
Os anos transcorreram no esquecimento. O morador, na ocasional passagem, averiguou o cenário dos coquinhos. As reminiscências achegaram-se das modestas frutinhas!
A surpresa revelou-se bendita. As parcas sementes lançaram magníficos e robustos exemplares. A natureza, no ritmo da espécie, brotara outro milagre!
As maravilhas decorrem dos bucólicos empreendimentos. Ocasionais empleitadas podem resultar em imortais obras. O admirável e atraente reside em cada qual fazer a parte!
O improcedente, em momentos, produz excelentes frutos. As incumbências e tarefas descrevem o poder das conquistas e realizações dos indivíduos!

Guido Lang
“Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://elekistao.blogfolha.uol.com.br/page/4/

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

A comida colonial


Inúmeros indivíduos, migrantes e urbanizados, renegam as origens coloniais. A comodidade e facilidade, nas cidades, seduziu a vivência. Exemplos ouvem-se aos quadrantes!
Os interiores, em síntese, relembram atraso, carência, distância, humildade, ingenuidades, sujeira, trabalho... Formigas e mosquitos acentuam “fantasmas” à memória!
A moda consiste em seguir e viver os protótipos urbanos. O consumismo, dinheiro, facilidade, moda, ostentação assumem o centro das ocupações e preocupações!
Um cidadão, criado e educado nas colônias, iniciou negócio na metrópole. Este, no ramo das comidas, conciliou conhecimento e vocação. A criatividade vê-se filha do sucesso!
Uma singela placa, no centro da grande capital, anunciou: “Serve-se comida colonial”. Um comunicado viu-se no ambiente dos embonecados, engravatados, perfumados...
O lugar vivia abarrotado de gente. Os clientes afluíam para degustar os apetitosos e variados pratos. Os ímpares cheiros, nos esfomeados e exigentes estômagos, fizeram faltar lugar!
Os cheiros e gostos, como aipim, arroz, carnes (frango, peixe, porco e rês), feijão, massas, omeletes, saladas, ostentavam-se um néctar. Fregueses instituíram a cadeira cativa!
O preparo, na base do fogão a lenha, incutia alento e vontade. O preparo manual, na base da abundância, capricho e esmero, agregava qualidade e valor aos frescos alimentos!
Os indivíduos, dos ancestrais e torrões, guardam conselho, orgulho e reminiscência. Correção, dificuldade, honestidade, simplicidade e trabalho são princípios básicos no interior!
O apego e esmero revelam-se segredo no alcance ao sucesso. O sujeito, na pacata subsistência, consegue viver feliz e realizado no pouco!

Guido Lang
“Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://ninassweet.wordpress.com/2010/10/31/churrasco/

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

O centro das atenções


O cidadão, na querela de gerações, observou uma modesta e improvisada junção e reunião. Os familiares, no sabor do calor de verão, reuniram-se no encerrar da tarde!
A família, avô, pai, mãe e filhos (dois), encontraram-se assentados em frente a casa. A conversa, outrora animada e mútua, assumiu ares da modernidade na periferia urbana!
O tradicional intercâmbio de sucedidos deixou de existir. Os membros, na conversa informal, relatavam experiências e vivências. O fato aproximava e unia os integrantes!
A preocupação, na intensa comunicação (da atualidade), consiste em mexer em aparelhos. Jornal, rádio e televisão, em bom número, tornaram-se desinteressantes e dispensáveis!
O quadro descreveu: Avô estava de gaiato. O pai telefonou a fornecedores. A mãe ocupou-se das redes sociais. Filhos interessaram-se nos joguinhos dos celulares!
A conversa viu-se inexistente. Amigos e conhecidos careceram de atenção e cumprimento. Os aparelhos, no vício da tecnologia, assumiram o centro das preocupações!
A realidade, na informática, descreve novas vivências. As pessoas vivem antenadas e próximas aos aparelhos. Os indivíduos veem-se senhor do próprio tempo e umbigo!
A convivência informal tornou-se chatice e supérflua. As relações, restritas ao grupo da idade, tornaram-se dilema. A moda verifica-se em desleixar o perto e priorizar a distância!
O resultado trará a geração de solitários. A convivência, na indiferença, verá dificuldades de estabelecer contatos. Os próximos, no descaso, ignoram-se como estranhos!
Indivíduos, na multidão de semelhantes, convivem como “ilhas perdidas no oceano da vida”. As banalidades e futilidades absorvem o centro das atenções e preocupações!

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://redeglobo.globo.com/