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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O sumiço


Um auxiliar de pedreiro, como empregado braçal, foi contratado numa determinada obra. Este, desde os alicerces as paredes, prestou um inestimável esforço e serviço!
O investidor, num primeiro momento, gostou e precisou do trabalho. Uma parceria boa e interessante junto ao chefe responsável pela obra!
O problema, numa altura, adveio com o sumiço de materiais. Pequenos artigos, como ferramentas, fios, fitas e pregos, tomavam ares do sumiço e escusos rumos!
O responsável, a título de intencional descuido, “deixou estirado algumas modestas iscas”. Estas, numa discreta vigilância, confirmaram as suspeitas de desonestidade e roubo!
A dispensa, sob o argumento de dificuldades monetárias, tomou vulto! Algumas forçadas férias, a título de descanso e merecido repouso, viram-se oferecidos ao beltrano!
Este, com a improvisada bondade e mansa fala, careceu de suspeitar das represálias! O cidadão, diante da malandragem, tornou-se descartável e dispensável!
O elemento, nos meses sucessivos, deixou de ganhar um bom dinheiro. Os poucos reais, angariados de forma desonesta, originaram a carência de volumosas ganhos!
Os desonestos e tramposos permanecem escasso tempo nos empregos. Os proprietários, de uma ou outra maneira, “tomam conhecimento das ocorrências no chão das fábricas”.
A ladroagem, como a mentira, costuma ostentar curtas pernas. Os singelos equívocos, além de dar margem aos falatórios e denegrir a imagem, revelam-se ensaios das falcatruas maiores!

                                                                         Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.tendenciaselegantes.com/viajar-no-carnaval-evite-o-roubo-de-casa/

A sorte


O pacato cidadão, numa vida inteira, tinha a singela esperança. Este, a cada semana, dirigia-se em duas oportunidades às lotéricas! As apostas ganhavam importância!
O propósito, como sonho maior, consistia em ganhar o prêmio grande! As apostas, no tempo, absorveram expressivas somas! A sorte, como fiel apostador, mostrou-se nula!
Os jogos, em cinco décadas, sucediam-se de forma permanente. “A fezinha”, em determinados números, decorreu da forma menos imaginável e possível!
A municipalidade, diante das necessidades de novas instalações, edificou o centro administrativo. O prédio, para sorte grande, situava-se próximo às terras familiares!
O patrimônio, do dia à noite, viu-se medido em terrenos. As vendas avolumaram fortunas! Os hectares, em esparsos metros, assumiram valores das sonhadas loterias!
A notícia, com a aprovação da Câmara de Vereadores, trouxe o progressivo afluxo de compradores. A valorização imobiliária, nas cercanias, elevou preços a reais tesouros!
O enriquecimento decorreu de forma inesperada e ousada. O indivíduo, em inúmeras situações, investe mal o suado dinheiro! A sorte, nalgum instante, ajuda os desinformados!
O prêmio grande recai costumeiramente no momento menos esperado e necessário! Reza a sabedoria: “- Quê está guardado à gente nalgum momento se sucede”!

                                                                                       Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://imoveis.culturamix.com/

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

A ousadia


O morador, lá das grotas, comunicou o desejo de comercializar algum animal. A oferta estendeu-se na presença de conhecidos e vizinhos! A venda (armazém) revelou-se o local próprio!
Um comprador, melhor localizado, aproveitou o momento para fazer uma visita. Ele, interessado no negócio, queria olhar o estado e sanidade do animal!
A transação, com alguma choradeira e desconto no preço, acabou acertada. O problema, no momento, consistiu em deslocar a leiteira vaca holandesa!
A condução, com uma corda no pescoço do animal, não deu certo. A alternativa, com alguma habilidade e paciência, consistiu em colocar o bicho no interior da velha Kombi!
A coitada precisou ajeitar-se a condição adversa! Um dirigia e outro mais a cuidava no interior do veículo! As queixas foram inúmeras ao domesticado animal!
As necessidades como ficaram? Um problema posterior a resolver com uma boa lavagem e secagem! O animal, na calada do dia, viu-se deslocado por uns bons quilômetros!
Um empecilho, diante do desleixo com as normas de trânsito, viu-se resolvido com singelo paliativo. O animal, em síntese, não tinha de reclamar da economia do desgaste!
Os moradores, diante dos dilemas e necessidades, improvisam facilidades e inovações. O pacato cidadão, no interior das colônias e vilas, depara-se com situações inusitadas e ousadas!

                                                                                          Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://reinosdanatureza.com/animal/bovidae.htm

O segredo


A família, como produtora rural, mantinha o hábito do plantio das hortaliças e verduras. A horta ostentava-se uma contínua ocupação e preocupação feminina!
O cultivo, entre a gama de espécies, incluía a apetitosa e saudável cenoura. A planta, de maneira geral, via-se cultivada nalgum momento entre a Lua Minguante a Lua Nova!
As culturas, com produção debaixo da terra, ostentavam o plantio neste período lunar! O reflexo, nas copas, fazia diferença na produção da massa verde na Crescente e Cheia!
Um conhecido, como segredo, sugeriu semear no exato dia do começo da Lua Minguante. A formação dos frutos ganharia um colorido e desenvolvimento maior!
A informação, a título de experiência, foi testada no campo prático. Os resultados, depois de semanas, revelaram-se em admiráveis e robustas cenouras!
Os graúdos frutos contrastavam na elegância das semeaduras de outrora! Um fato inacreditável, num singelo detalhe de Lua, fazer tamanha diferença e formosura!
O segredo, daquela experiência em diante, foi acatado como definitiva norma rural. As cenouras angariaram a abundância e referência no torrão comunitário!
As famílias coloniais, junto às criações e plantações, possuem seus segredos de multiplicação e produção! O progresso e sucesso, dentro do profissionalismo rural, decorrem dos conhecimentos e habilidades!

                                                                        Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://segredosdepandora.wordpress.com/tag/segredo/

terça-feira, 24 de setembro de 2013

A maquilagem


O consumidor, como de práxis, foi comprar suas tradicionais balas de funcho. Aquela preta original, comum para adoçar a boca, revela-se remédio à gripe!
O cidadão, no bazar da esquina do grande centro, pagou os costumeiros um e noventa e nove reais! O valor este, há muito tempo, relegado a plano secundário!
O troco de um centavo, a bom tempo, careceu de receber! Uma afronta gritante aos direitos do Código do Consumidor!
A artimanha, como detalhe da inflação, relacionou-se ao peso. Este, dos rotineiros trezentos gramas, reduziu para duzentos e cinquenta (saudades dos outrora quinhentos).
Um aumento de preço, na surdina, revelou-se expressivo! O comprador, na artimanha comercial, adquiriu bem menos em quantidade pelo idêntico valor!
Um aumento, a grosso modo, de aproximados vinte por cento de uma só tacada! Inúmeros consumidores, pelo detalhe, nem tomaram conhecimento do superfúgio!
As empresas, diante do acirrado mercado, encontram paliativos aos problemas. Os consumidores, como parte final do processo, pagam os ônus do processo inflacionário!
A maquilagem comercial revela-se uma prática econômica rotineira. A corda, não tem jeito ou maneira, arrebenta sempre na parte mais fraca do conjunto!
                                                                           
Guido Lang
                 “Pérola do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://novohamburgo.org/

As contas


O beltrano, originário duma família carente, casou com a filha do abonado empresário. Ela, como única filha, tinha o desejo e obrigação de continuar a administrar a empresa!
A recomendação paterna consistia em arrumar um ativo e bom genro. Os negócios, depois de décadas no ramo, necessitariam da continuidade familiar!
Os enamorados, com a velhice dos pais, deveria assumir o empreendimento. Este, com dedicação e trabalho, daria bom dinheiro e qualidade de vida!
A filha, educada numa rígida disciplina estóica, mantinha dificuldades de desligar-se das obrigações e tarefas. A firma, em função da subsistência, ganhava a primazia das atenções!
O parceiro, como maridão, queria mesmo viver frouxo a vidinha. A preocupação essencial, na flor da idade, consistia em ser ativo e namorador!
A companhia feminina, nos momentos íntimos, carecia de colaborar naquele fogo da paixão! A esposa, nos momentos derradeiros, preocupava-se em pagar as muitas contas!
O comentário, em inúmeras situações, consistia em falar dos vencimentos d’água, luz, impostos, telefone... Os fornecedores aconchegar-se-iam com mercadorias e queriam dinheiro!
O casamento, com uma filha, durou modestos anos. O amor perdeu-se em meio à diária labuta! A solução, como pessoas civilizadas, consistiu em cada qual seguir seu caminho!
O descaso e desleixo dos despreocupados aborrecem e inquietam os responsáveis! Os interesses e problemas mudam conforme os gostos e negócios!

                                                                              Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.eloizanetti.com.br/

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A preocupação


O ancião, num baile da terceira idade, arrumou parceria. A dança, com os admiráveis noventa e oito anos, tomou sentido na congestionada e disputada pista!
Um conhecido, diante da alheia coragem e ousadia, preocupou-se com as intimidades. O comentário, junto aos estranhos, sucedeu-se nos sanitários!
A crucial pergunta foi: Como o fulano, com essa avançada idade, iria atender a sua cara metade? As energias e o libido, na compreensão, encontrar-se-iam certamente atrofiados!
Algum estranho, como intrometido, complementou: o atendimento dar-se-ia certamente de forma mecânica! A gente nunca conhece todas as habilidades humanas!
Outro ouvinte, colocando lenha na fogueira, reforçou: Será que satisfaz plenamente os desejos? Algum mais refletiu: Depende da idade e vontade da parceria?
O cidadão precisa deixar os alheios serem felizes dentro das carências e limitações. Cada qual sabe certamente dos desejos e necessidades!
Abençoados aqueles que chegam sãos e salvos a avançada idade! Qualquer idade possui suas dificuldades e felicidades! O encanto encontra-se em quem sabe levar a existência!
As pessoas possuem dificuldades de aceitar a velhice. Os anos, no mundo com tamanho número de mortes prematuras, deveriam significar sabedoria!
As pessoas, diante dos exageros, possuem necessidade de externar o espanto. Uns preocupam-se onde menos precisam!

                                                                            Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.365diasviajando.com/