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quarta-feira, 19 de junho de 2013

A incompreensão do termo


Um certo professor colonial, no contexto da comunidade rural, adorava tomar o dom da palavra. Este, na primeira oportunidade, dava-se o direito das falas públicas.
Alguns o admiravam pela facilidade e eloquência do dom. Outros, na surdina, diziam “essa ladainha de novo, não!” A realidade, no contexto dos inúmeros acontecimentos comunitários, o tornaram conhecidíssimo.
A característica marcante, no desfecho dos discursos, consistia numa frase de efeito e idioma estranho aos moradores. Ele, para uns num francês e noutros num latim, dizia: “A votre cher ami!” (“O vosso estimado amigo!”).
Algum colonial, numa altura dos discursos, quis saber a tradução da típica expressão. O tradutor (como forasteiro), desconhecia os idiomas, traduziu do alemão para o português:  “Sauft der alte Schweine” para “- Bebam seus velhos porcos!”
O educador, nos cinquenta anos de feliz matrimônio, quis fazer novamente bonito. Ele, conforme a mania, pediu a palavra para “tradicional rasgação de seda”. O desfecho, como de práxis, não poderia ter sido outro: “- A votre cher ami!” (no idioma desconhecido).
O modesto rural, sem medir as consequências e reflexão, deferiu um certeiro e rápido soco ao beltrano. Ele, na sua própria festa, tinha-se relembrado da incômoda tradução: “- Bebam seus velhos porcos!”.
Os convidados, no contexto do tumulto, ficaram boquiabertos. Estes pareciam não querer acreditar na reação do pacato cidadão. Um tumulto gerado por um singelo equívoco de tradução. O falar bonito, em desconhecidas expressões, pode resultar nisso!
O papagaio fala inconvenientes e acha graça. Os excessos, cedo ou tarde, originam confusão e desentendimentos. Princípios e valores, típicos numa época, podem constituir-se abusos noutra!

                                                                Guido Lang
                              “Singelas Crônicas do Cotidiano das Vivências” 

         Obs.: História contada pelo senhor Romildo Spellmeier/Colinas/RS.


Crédito da imagem: http://www.qualiblog.com.br

O poder do dinheiro



Um morador, nascido e criado numa determinada localidade, resolveu testar sua  fama e influência. Este, como ativo membro das entidades comunitárias, concorreu a vereador.
Outro forasteiro, recém achegado ao lugarejo, fez-lhe concorrência na caça aos votos. Este, de forma ardilosa, valeu-se de fins escusos (das compras e favores).
Os dois, diante do número restrito de eleitores, tinham dificuldades de eleger-se conjuntamente. A solução foi somar votos em casa e buscar outros vários fora!
O pleito transcorreu com os seus  ansiosos resultados. Adveio a alegria e decepção! A felicidade do segundo, com ampla votação, levou a eleição. Este, nas administrações posteriores,  reelegeu-se  (com as tradicionais práticas dúbias e desleais).
O primeiro, com sua honestidade e transparência, manteve a maior decepção e frustração.  A folha corrida, dos serviços comunitários prestados, somaram-lhe escassos votos. Uma mereca comparado a quantidade da concorrência!
O derrotado, em síntese, pode unicamente contar com o apoio de alguns amigos e familiares. A experiência, em eleições, revelou a dificuldade de trabalhar contra o poder dinheiro.
O cidadão quer conhecer seu conceito comunitário: este precisa unicamente concorrer nalguma eleição. O poder econômico direciona os resultados eleitorais. Algumas perdas, em função dos aborrecimentos e atropelos futuros, revela-se um ganho!
                                                                    
   Guido Lang
                  “Singelas Crônicas do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.blognacarteira.com

terça-feira, 18 de junho de 2013

A orientação familiar


O outono esvai-se! O inverno aconchega-se! Os problemas de saúde disseminam-se! 
O frio, nos climas subtropicais, abate-se numa oscilação entre frentes frias e quentes. A queda repentina das temperaturas exige hábitos de precaução e proteção.
Adultos e gurizadas, no contexto dos ambientes urbanos, percorrem desprevenidos avenidas e ruas. O escasso vestuário contrasta com o ambiente de friagem!
As tosses cedo aparecem com resfriados e umidades. Inúmeros ousados, por falta de orientação, desafiam chuvisqueiros, friagens e serenos.
Outros muitos insistem em conviver em ambientes frios e saturados. Alguns, em pleno rigor de inverno, andam com roupas curtas (de verão).
As pestes, através dos muitos microrganismos, disseminam-se pelos espaços. Malandros, para exibir-se em função de aparências, fingem-se ainda de fortes e seminus!
As doenças, como gripes e resfriados, assumem ares de epidemias. Os postos de saúde, nas vilas das periferias, não dão conta de atender os pacientes.
O Estado, com os limitados recursos, obriga-se a dispender milhões. As precauções, com modestos conselhos e orientações familiares, evitariam muitos aborrecimentos, incômodos e patologias. Singelos conhecimentos e cuidados evitam excepcionais males!
Inúmeros pais carecem de explicar as orientações básicas aos filhos. As pessoas a si próprias precisam ajudar-se (em detrimento das esperas das estruturas públicas). O governo, num país continental, não tem como atender e satisfazer todos os desafios e necessidades básicas dos cidadãos.

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://artesdamarcinha.blogspot.com.br

Os estirados rabinhos


Um jovem cidadão, como candidato a genro (em potencial), foi achegando-se em determinada família. Este, como boa gente e trabalhador, foi bem aceito e visto!
O moço, com boa educação e índole, mantinha-se caprichoso e laborioso. A preocupação foi de contribuir e não ser mero encargo familiar!
O descontentamento, na organização, relacionava-se a um singelo detalhe. Este, nas inúmeras tarefas (para o bem estar), ligava-se a deixar resquícios de materiais espalhados.   
Alguma coisinha, depois de concluídos os encargos, ficaram para trás. A ideia generalizada consistia em concluir as tarefas e não se envolver em mais nada!
Alguém precisava-se dar a labuta e tempo de arrumar, descartar, guardar, reparar.... A dificuldade residia num detalhe (de deixar incompleta as incumbências).
Alguma ferramenta ou sujeira, como marca e resquício, ostentava-se estirado. Algum familiar precisava complementar o encargo!
O sogro, numa conversa franca e gentil, falou-lhe da necessidade de corrigir a distorção. A ideia generalizada consistia em continuar nas tarefas.
Estas, no entanto, precisariam concluir-se de forma completa. O cuidado consistia em evitar penduricos! Concluir como se nada tivesse sucedido!
O princípio geral: quem iniciou precisa terminar (nada de envolver terceiros). Capricho e dedicação revelam-se sinônimo de organização e qualidade!
Aprender e ouvir nunca são demais! Um bom conselho, dado com franqueza, iguala-se a ouro e prata! Sábio mostra-se aquele que escuta e prática!
Cada qual tem suas deficiências e manias. O totalmente correto e justo encontra-se ainda por nascer! O falar, numa boa e as claras, ostenta-se um sabedoria e virtude!

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://www.mundowalmart.com.br

segunda-feira, 17 de junho de 2013

O ímpar susto


Um funcionário, “queimando o horário de trabalho como de práxis”, encontra-se  na confusão do trânsito. Aquela velha mania de sair em cima da hora nos rotineiros compromissos!
Um colega, velho tarimbado nas suas brincadeiras de trote, telefona: “- Oh fulano! A chefia encontra-se esperando há cinco minutos. Aquela conversa de apresentação de cargo com a entronização no posto! Uma situação chata com a nova chefia!”
O chefe, esperando por subalterno no ambiente da função e no horário próprio, estraga o teu lado (com essa postura de relapso). O cidadão teme o ostracismo e a eventual transferência!
Ele, no celular e direção, vai ao desespero e loucura. Este reclama: “- A secretaria marcou uma reunião informal? Eles não me avisaram? Como vou fazer? Pede para esperar mais uns minutos! Estou chegando no estacionamento!”
O fulano, numa rapidez indescritível, estaciona e chaveia o veículo. Olha e atravessa a rua. Esquece do rotineiro cumprimento e implicância com conhecidos e parceiros. Sobe, de três em três, os muitos degraus da escandaria (na direção da sala do quarto andar).
A rapidez assemelha-se a um aparente raio! Ele, num  pimentão e língua de fora, abre a sala de trabalho. Os colegas perguntam: ”- Onde está a chefe? Onde será reunião?”
O colega, na gargalhada, estende a mão. Este comunica: ”- Um a um na competição! Um trote,  para próxima,  não tirar os outros com tuas brincadeiras e sacanagens”. A turma cai no: “- Quá! Quá! Quá! Na cara do sujeito!”
Colegas, em certos ambientes, adoram romper a monotonia com brincadeiras e implicâncias. A cobrança, de afrontas e trotes, aconchegam-se antes do imaginado. “Quem aplica peças, cedo esquece; quem leva, relembra volta e meia”.

                                                                                 Guido Lang
“Singelas Crônicas do Cotidiano das Vivências”


Crédito da imagem: http://www.ademilar.com.br

A alcunha de Lambari


Um certo guri, nos finais de semana, percorria as barragens e sangas. Ele, em função das necessidades e passatempo, tinha o hábito de fisgar peixes.
Alguma fritada, de singelas peças, revelava-se um excepcional cardápio. O ensopado, noutro prato, mantinha-se outra opção. Os moradores o conheciam como tradicional pescador!
O indivíduo, numa ocasião, apareceu com um punhado de lambaris. Mostrou-os para uns amigos e conhecidos, em uma latinha. Estes possuíam um diminuto tamanho!
Um conhecido, no ato da apreciação, chamou-o de Lambari. Dito e feito o fato! Uma única referência manteve-se suficiente para criar o generalizado apelido. Este, em semanas, espalhou-se entre amigos e conhecidos do lugarejo!
Os moradores, de longas distâncias, passaram a conhecê-lo como o tradicional Lambari. O verdadeiro nome, só em casos muito especiais, ganhava emprego/uso. A improvisada reputação acabou levada à vida!
Alguma particularidade, por razão diversa, pode criar a improvisada denominação. Uma vez atribuído algum apelido, difícil costuma ser em reverter o quadro.
Inúmeros, por este mundo afora, são conhecidos pelos apelidos! O nome assumiu ares secundários! As atribuições constituem-se uma mania nas vivências comunitárias!
Quem nunca ostentou algum apelido? O hábito coletivo, em função de difícil pronúncia, consiste em criar cognomes. Algum singelo detalhe serve como referência a criação de terceiro nome.

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://blogdoruzicki.blogspot.com.br

domingo, 16 de junho de 2013

As singelas reminiscências


Um trio de senhoras, na infância (junto aos pais), migrou à cidade grande. Elas, em função da tenra idade, tiveram modesta experiência e vivências das colônias.
Estas, na terceira idade, encontram-se com os filhos e netos. Os maridos, de forma precoce, partiram a outra instância. O jeito consistiu em passear e viver muito com as amigas!
As enviuvadas, em decorrência da aposentadoria, encontram bastante tempo aos chimarrões, convivências, visitas... O tempo, em forma de ócio, não lhes falta!
Uma maneira, de rememorar os momentos ímpares da infância, consistiu em retornar ao interior. O desejo, agora com dia e horário pré-determinados, visou reviver uma singela prática.
Um hábito muito comum vivenciado nas propriedades. As árvores, em função da massiva produção, dobram os galhos com as apetitosas frutas. Os desperdícios chegam às raias do absurdo!
O passeio, às colônias, adveio com razão de degustar frutas debaixo do pomar. Consumir, até estufar a barriga, as saborosas bergamotas, laranjas e limas.
As frutas, apanhadas diretas dos pés, podem ser escolhidas a bel prazer. A agradável e boa conversa, no ínterim, acompanha a visitação. Pequenos encantos possuem grandes significados!
Singelas convivências ostentam-se um bálsamo a alma. As experiências, ocorridas na infância, sucedem-se como ensinamentos pela existência. Cada ambiente e contexto possuem seus prazeres!

                                                                                     Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://roriita-forni.blogspot.com.br