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sábado, 30 de março de 2013

A lebre e a tartaruga



A lebre estava se vangloriando de sua rapidez, perante os outros animais:
- Nunca perco de ninguém. Desafio a todos aqui a tomarem parte numa corrida comigo.
- Aceito o desafio! Disse a tartaruga calmamente.
- Isto parece brincadeira. Poderei dançar à sua volta, por todo o caminho, respondeu a lebre.
- Guarde sua presunção até ver quem ganha. recomendou a tartaruga.A um sinal dado pelos outros animais, as duas partiram.
A lebre saiu a toda velocidade.
Mais adiante, para demonstrar seu desprezo pela rival, deitou-se e tirou uma soneca.
A tartaruga continuou avançando, com muita perseverança.
Quando a lebre acordou, viu-a já pertinho do ponto final e não teve tempo de correr, para chegar primeiro.

Moral da história:
Com perseverança, tudo se alcança.


                      Esopo (Final do século VII a.C. e início do século VI a.C.)

Crédito da imagem: http://newserrado.com

sexta-feira, 29 de março de 2013

Obesidade como afronta



A fulana, no setor de trabalho, quis “jogar alguma conversa fora”. O tempo, do horário de expediente, parecia-lhe transcorrer moroso e prolongado.
A cidadã, sem maior análise das palavras, externou: “- Sicrana! Como ficastes gorda?” Esta, a umas boas semanas e meses, encontrava-se em regime alimentar. Uma tamanha briga com a balança e boca para não ser tachada de obesa. Uma preocupação diária com adequadas e esbeltas roupas. Aborrecimentos e preocupações diante das visões no espelho... O baque, da imprópria conversa, foi grande e infeliz. Esta, noutro dia, sentiu-se adoentada (em função da baixa autoestima e dores na coluna).
Um colega, a título de implicância, precisou dar seu comentário. Este complementou a fala: “- O equívoco encontrava-se nos teus olhos! Com certeza esqueceu de usar as tuas lentes?” Alguém, nesta altura do campeonato faz referência aos sobrepesos, ofende deveras aos fofinhos.
A briga, com a vida sedentária, mostra-se grande com o controle de peso. O sabor dos artigos parece aumentar na proporção do não poder degustar. Quem de nós consegue manter o peso adequado com a idade? Poucos, com essas possibilidades amplas de consumo, conseguem manter o peso próprio.
A comida assemelha-se a poupança: tira muito da conta - ela diminui; coloca bastante valor, os números multiplicam. Nem tudo que se pensa convém externar aos ouvidos alheios. A reeducação alimentar tornou-se um imperativo social.

Guido Lang
“Singelos Sucedidos do Cotidiano da Existência”

Crédito da imagem: http://pedevela.blogspot.com.br 

O homem e a raposinha


Um homem armou uma ratoeira. Aconteceu que caiu nela uma raposinha. Vendo-se presa o malfazejo animal suplicou-lhe que se lembrasse dos benefícios que lhe havia feito, caçando e limpando-lhe a casa de ratos e de animais daninhos e peçonhentos.
- Não! Serei ingrato! Respondeu-lhe o homem. - Pois você nada fez com intenção de servir-me; só tratava era de alimentar-se. Se não houvesse ratos você teria dizimado o meu galinheiro.

Moral da história:
Muitos querem que aceitemos como obséquio (favor) o que só fazem por prazer ou utilidade própria.

                    Esopo (Final do século VII a.C. e início do século VI a.C.)

                                              Crédito da imagem: http://superamigos.tuningblog.com.br

quinta-feira, 28 de março de 2013

A inovada proteção



Um modesto colono, a cada safra, cultivou suas tradicionais sementes de melancia. Este possuía uma paixão excepcional pela cultura. Ela, no sabor do calor de verão, dava um cardápio especial. Algumas frutas, bem geladas e graúdas, reuniam a família ao redor da comilança. O pessoal degustava-a na proporção de fazer alguma pausa nas obrigações.
A dificuldade e o problema relacionou-se ao frequente roubo das colheitas. Alguns malandros, alheios aos esforços do trabalho (com o plantio e seus cuidados), surrupiavam sacos e mais sacos do produto. Algumas peças nem fariam a menor diferença, porém os exageros importunavam-no deveras. Este, diante da astúcia e ousadia, resolveu improvisar e inovar.
O produtor, nas beiradas da lavoura, encheu o espaço com abelhas. Elas, em inúmeras comunidades, faziam a segurança. O patrimônio viu-se cedo resguardado pelas africanas. O respeito, desconhecido pelos larápios, impôs-se rápido no ambiente.
A fama, da escamoteada surpresa, correu nos falatórios da comunidade. Uns, das abelhas, tiveram mais medo “do que o diabo da cruz”. Os ladrões certamente temiam chocar-se com alguma caixa! As necessidades criam as invenções! Conciliar adversidades é obra de espertos!
Singelos atos, no âmbito geral, fazem muita diferença. Conciliar interesses é uma maneira de avolumar patrimônio. O temor de uns mostra-se a alegria/felicidade de outros. Cada qual luta pela sobrevivência com as armas ao seu alcance. As coisas ruins até o vento encarrega-se de espalhar (na proporção das boas custarem a avolumar-se).

Guido Lang
“Singelas Histórias do Cotidiano das Colônias”

Crédito da imagem: http://ahortadocouto.blogspot.com.br

O Sol e as rãs



Correu boato de que o sol ia casar-se; e logo as rãs se assustaram, multiplicaram orações para que tal não acontecesse.
- Um Sol já nos custa a suportar. Com a sua presença os charcos e os lagos ficam secos. Mal podemos achar um ou outro esconderijo que nos conserve algum frescor, alguma umidade. O que será se, casando-se o Sol, tiver filhos?

Moral da história:
É prudente evitar que se multipliquem os maus.

                     Esopo (Final do século VII a.C. e início do século VI a.C.)

                                            Crédito da imagem: http://www.tecnologiaetreinamento.com.br

quarta-feira, 27 de março de 2013

O velado espetáculo


Os jantares bailes, junto aos encontros esportivos (do campeonato amador), são os grandes eventos coloniais.
Estes, nos centros comunitários e campos varzeanos, reúnem o público das colônias.  Os momentos, de convivência e lazer, são ímpares (para “renovar as baterias das preocupações e do trabalho semanal”). As entidades comunitárias visam o lucro e os moradores, na proporção do lazer, almejam o reconhecimento social. A necessidade humana é grande de mostrar-se aos semelhantes.
Os bailes, às diversas idades, promovem as danças de salão. Inúmeros casais, nos diversos ritmos, tem sua principal diversão. O pessoal adora bailar para despreocupar-se e praticar exercícios. Uns, em tardes e noites inteiras, divertem-se ao som das músicas (dos conjuntos ou eletrônica). A comilança, como distração, ocorre tradicionalmente nos bailes dos sábados.
Uma classe de indivíduos excepcional relaciona-se aos habilidosos casais dançarinos. Uns, para mostrar o dom, aproveitam a oportunidade para dar shows nas pistas. Eles querem externar suas habilidades e ganhar admiração. Os enamorados, nas inúmeras comunidades, vêem-se conhecidos pelos particulares espetáculos. O curioso: uns pensam estar dançando no ritmo próprio da música e a realidade nem sempre corresponde aos fatos.
Alguém, a título de brincadeira e gozação, instituiu o título de casal “Melhor Dançarino”.  Júris anônimos, com pessoas escolhidas a dedo, indicariam este casal. Os conceituados, em tais bailes, poderiam externar a magnificência. Uns pares esmeram-se deveras na habilidade corporal (para ganhar porventura algumas cervejas como prêmio).
A conversa, na prática, não passou de mera lorota/trote! Os músicos, no contexto do início dos bailes, nem bem iniciaram a animação e os interessados já encontraram-se marcando ponto nas pistas. A honra e a satisfação consistia em dançar a primeira peça!
A música de bandinha, como estilo preferencial, encheu em segundos a quadra com dezenas de pares! Versa a sabedoria comunitária: “Um casal dançarino mostra-se sempre bem vindo a quaisquer eventos para dar o seu parcial espetáculo!”
As pessoas costumam salientar-se naquilo que gostam. O ser humano, junto aos seus, precisa da admiração e reconhecimento para sentir-se feliz e realizado. Pé de valsa ostenta-se uma aptidão estimada e valorizada na convivência comunitária.

Guido Lang
“Singelas Histórias do Cotidiano das Colônias”

Crédito da imagem:http://www.groupon.com.br 

O ladrão e o cão


Um ladrão quis entrar em uma casa, mas a guardá-la estava um cão feroz, que com seus latidos o impedia. Para fazê-lo calar-se, o ladrão atirou-lhe um pedaço de pão com veneno. 
- Deseja que por este pão eu lhe venda o meu dono, que me dá de comer, e que me confiou a defesa do que é seu.
Não podendo corromper essa fidelidade, nem iludir essa vigilância o ladrão foi ver se achava alguma casa mais descuidada.

Moral da história:
Não acredites de leve na generosidade de quem mostra querer obsequiar-te com presentes, e nunca, por consideração alguma, atraiçoes aos que em ti houverem confiado.

                                  Esopo (Final do século VII a.C. e início do século VI a.C.)

                                               Crédito da imagem: http://expressopradois.blogspot.com.br