Translate

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Os lunáticos


   Uma turma, de seletos coloniais no conjunto da classe profissional, mantém-se atentos observadores da influência da Lua (nas criações e plantações). Eles, ao longo de anos e gerações, observaram o poder do satélite natural nas produções primárias. Diferenças acentuadas verificaram-se nos resultados (em função da  realização ou não de certas   tarefas em determinada lunação). Pode parecer uma excepcional fantasia porém a ausência ou presença do reflexo lunar cria interferências.
   Inúmeros produtores, de maneira geral, sabem a lunação presente no cotidiano das tarefas rurais. A data, dessa ou daquela, leva ao atraso ou não da concretização das tarefas agrícolas. Eles, de memória, mantém todo um calendário mental e continuamente, nas  conversas informais,  complementam com novas informações. Alguns, a título de experiência, fizeram testes de épocas de plantio, colheita, castração... Depararam-se com diferenças acentuadas na circulação do sangue/seiva entre dias/semanas em função  do fator lunar.
  Os exemplos de atividades, com lunações próprias, recomendam-se pelo conhecimento empírico: 1) Lua Nova: ostentaria-se favorável ao plantio de tubérculos (batata, cenoura, mandioca, rabanete...) em função ausência da luminosidade  própria ainda para boda de árvores e extração de madeira (a boa lenha). 2) Lua Crescente: período propício ao plantio de mudas (em função de flores belas e viçosas); corte de madeiras (nos meses sem “r” no nome) destinada à construção. 3) Lua Cheia: o momento oportuno a semeadura de `arvores frutíferas; colheita de plantas medicinais (hastes encontrariam-se repletas de seiva). 4) Lua Minguante:  período favorável a colheita dos cereais (arroz, ervilha, feijão, milho, trigo) assim como a poda de vegetais (em função de menor circulação da seiva).
  Uns poucos advém com aquela conversa: -“Planta-se na terra e não na Lua”. Os sucessos agrícolas desses costumeiramente são menos favoráveis. O sistema capitalista, com sua ânsia e  ganância por dinheiro, não pode ficar olhando os períodos próprios de cada lunação. A produção econômica precisa fluir para gerar lucros e fornecer empregos. O consumidor, no final da ponta, paga o preço por  artigos de péssima qualidade. Exemplos pode-se ver nas madeiras, adquiridas em madeireiras e serrarias, encontram-se cedo infestadas de cupins; cereais com problemas de excessiva umidade e tomados pelos carunchos  matos de eucaliptos extintos em função de corte em Lua impróprio...
  A ação da Lua, na atividade primária, integra o conjunto dos singelos conhecimentos e habilidades do colono. Cada qual acredita naquilo que convém e entende fazer diferença, porém nunca dá para subestimar certas realidades naturais. Conhecimentos empíricos confirmaram sua eficiência pelas décadas  de observância. 

Guido Lang
Livro “Histórias das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)

Crédito da imagem:http://www.campinasbikeclube.org/passeios-semanais/4298-hoje-a-noite-tem-pedal-da-lua-cheia- 

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Drogas: um alerta!


  "Acho que neste mundo ninguém procurou descrever o seu próprio cemitério. Não sei como meu pai vai recebê-la, mas preciso de todas as minhas forças (enquanto é tempo).
   Sinto muito, meu pai, acho que este diálogo é o último que tenho com o senhor. Sinto muito mesmo!
   Sabe, pai, ... Está em tempo de senhor saber a verdade que nunca suspeitou. Vou ser breve e claro. O tóxico me matou, meu pai! Travei conhecimento com meu assassino aos quinze para dezesseis anos de idade. É horrível, não pai?
   Sabe como nós nos conhecemos?
   Através de um cidadão elegantemente vestido, bem falante, que nos apresentou o nosso futuro assassino: o tóxico.
   Eu tentei, tentei mesmo recusar, mas o cidadão mexeu com meu brio dizendo que eu não era homem.
   Não preciso dizer mais nada, não é... Ingressei no mundo do tóxico. No começo foram as tonturas, depois o devaneio e a seguir a escuridão. Não fazia nada sem que o tóxico estivesse presente.
   Depois veio a falta de ar, medo, alucinações, depois euforia novamente. Eu sentia mais do que as outras pessoas e o tóxico, meu amigo inesquecível, sorria, sorria, sorria...
   Sabe pai... a gente quando começa, acha tudo ridículo. Hoje neste hospital eu reconheço que Deus é o ser importante no mundo. Eu sei que sem a ajuda Dele eu não estaria escrevendo o que estou.
   Pai, só o senhor pode não acreditar, mas a vida de um toxicômano é terrível; a gente se sente dilacerado por dentro. É horrível e todo o jovem deve saber disso para não entrar nessa.
   Já não posso dar três passos sem me cansar. Os médicos dizem que vou ficar curado, mas quando saem do quarto balançam a cabeça.
   Pai... Eu só tenho dezenove anos e sei que não tenho a menor chance de viver. É muito tarde para mim, mas para o senhor, pai, tenho um último pedido a fazer... Diga a todos os jovens que o senhor conhece e mostre a eles esta carta, diga a eles em cada porta de escola e em cada cursinho, em cada faculdade, em qualquer lugar, há sempre alguém que irá mostrar o seu futuro assassino, o destruidor de suas vidas e que levará à loucura e à morte como eu.
   Por favor, faça isso, meu pai... Já sofri demais.
   Adeus meu pai! Meu amigão!"

          Obs. Esta carta é verídica. Alguns dias depois ele faleceu.

(Fonte: desconhece–se a autoria desta carta)

Crédito da imagem: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/candidatos-do-rio-querem-tirar-debate-do-zero-a-zero

A onda verde

 
 
  As baixadas, chapadões e encostas, ao longo dos anos de colonização, foram conquistados a ferro e fogo. As famílias cresciam nos ambientes coloniais. A necessidade de terras tonou-se necessária. A solução, com a divisão sucessiva dos lotes (iniciais), foi “subir as encostas e morros”. Cada geração, nestas cinco a seis de exploração, procurou devastar (um pouco com vistas de novas lavouras). Roçados significou aproveitar o húmus original (para cultivar abóbora, aipim, batata, hortaliças, feijão, milho...). Resultado: pouco sobrou da floresta original. Pode-se, em termos gerais, falar em “ilhas”(capões) na situação das propriedades rurais.
  A mecanização, com a conquista do Brasil Central (cerrado), trouxe acentuadas mudanças. Áreas de morros, com o trabalho animal e braçal, não puderam competir com a produção agrícola (altamente mecanizada). Somou-se o rigor duma legislação ambiental (de proteção). A solução, para não abandonar o patrimônio familiar e ajuntar-se aos cortiços (urbanos), foi investir na silvicultura. Diversas famílias, das culturas anuais de subsistência, partiram à exploração e industrialização da madeira.
  Inúmeros jovens abandonaram o ambiente rural e empregaram-se no trabalho assalariado. Uns poucos mantiveram-se firmes no torrão comunitário e tradição familiar. A extração de madeira, de acácia (negra) e eucalipto, tornou-se o ganha pão. Caminhões e carretas, de carvão e lenha, vêem-se escoados continuamente na direção de grandes empresas e mercados. Fornos de carvão, as centenas no interior dos matos, pipocam nas localidades e propriedades. A madeira, sobretudo nas áreas acidentadas, conhece a intensa combustão. A fumaça e os trilhos (do acesso), no interior de áreas reflorestadas, denunciam unicamente a produção do carvão. Alguns locais abrigam conjunto de unidades (assemelhança de fábricas). Veículos, de distâncias acentuadas, podem trazer matéria-prima (madeira em metro à queima) e escoar o fruto das queimadas (carvão vegetal).
  Criou-se, com a necessidade de madeira, um cenário ímpar. O viajante, do topo dos maiores morros - a partir das estradas gerais (de chão batido), aprecia a visão panorâmica. Um verde escuro cobre baixada e encostas (em localidades como Bela Vista e Chapadão/Brochier; Linha Brasil e Santa Manuela/Paverama; Linha Catarina e Germana/Teutônia/RS). O eucalipto, com alguma acácia, domina os cenários coloniais. Áreas íngremes: chama atenção a ousadia pela conquista dessas terras. Os donos, como "formigas cortadeiras", devastaram espaços do ambiente original e introduziram plantas exóticas. Projeta-se o sacrifício de extrair os dividendos desses investimentos. Um trabalho de gigantes em meia ao tremendo esforço físico e ousadia com máquinas. Quê a cobiça e a necessidade do dinheiro não fazem? Florestas rejuvenescidas, dissiminadas pelas localidades, onde desatentos e néscios chegam a perder-se nos interiores; proprietários, nalguma distância maior, ignoram divisas das suas terras.
    O cenário, comparado as outroras roças, descortina uma realidade inimaginável. As culturas anuais, de algumas décadas, cederam o espaço ao reflorestamento. A ativa e modesta mão do homem, com coragem, ousadia e trabalho, produziu um cenário inovador. Anônimos trabalhadores, cada um com a sua parcela e o pouco de cada dia (de acordo as possibilidades de produção), inscreveram uma odisséia na história da colonização. O eucalipto, como árvore rei (opulento e dominador) - nos ambientes das outroras roças, mantém-se fonte de renda para milhares de descendentes dos pioneiros.

Guido Lang
Livro “Histórias das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)
 
Crédito da imagem: http://bionarede.blogspot.com.br/2011/12/eucaliptos-viloes-ou-herois.html

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A história do tesouro


Certo senhor, como passatempo nas conversas informais, gostava de contar histórias e lorotas. Os próximos (familiares e vizinhos), de uma e outra maneira, evitavam-no com essas conversas (de pouco nexo). Uns diziam: “- Conta diversas vezes à idêntica história e algumas encontramo-nos carecas de ouvir. Quê cara mais chato!”. Os temas de consumo e mídia, aos ouvintes, pareciam bem mais atrativos e interessantes no cotidiano da vivência comunitária.
        Sucedeu-se, numa bela ocasião, do camarada contar mais uma dessas suas (numa reunião familiar). Falou de relíquias enterradas, nos tempos idos, dos períodos das missões, piratas, revoluções... Umas fantasias para cunhados, filhos, noras e netos.  Uma filha, aos  netos, disse: “- O vô com essas suas conversas e fantasias! Escutamos em função da  consideração e educação! Afinal não vamos desmerecer o fulano! Faz parte da idade! Fez tamanhos sacrifícios familiares!”. Algum neto, com idade escolar, começou interessar-se pelos assuntos e ostentar gosto pelas conversas. A fantasia integra a boa formação da criançada e juventude.
       Um neto, nos fundos do terreno da moradia (dos pais), iniciou a abrir buracos. Os genitores, numa altura, interrogaram sobre o sentido dessa obra. O pai foi dizendo: “- Deixa o menino aprender a cavoucar! Adquirir o gosto de mexer com a terra”. O avô, numa ocasião, ficou sabendo da façanha do guri/neto. Queria, na sua compreensão de mundo, “cavoucar/localizar os tesouros dos tempos do outrora”. As ditas relíquias/peças escondidas do vô! O autor das conversas, deparando-se com os buracos e a história (do esforço inútil da criança), trouxe algumas mudas (de uva) e doou-as ao plantio. Ele, ao descendente, foi explicando: “- Aproveita os lugares e plante as mudas/ramas. Os sonhados tesouros, nalgum momento, darão ares das suas graças”. O menino, na sua ingenuidade e inocência, atendeu as recomendações e sugestões do adulto.
       Algum tempo transcorreu e surgiram os primeiros resultados. As plantas cresceram e precisaram duma armação. Os genitores obrigaram-se a intervir. Os primeiros cachos advieram e tomaram forma (como generalizada surpresa). O avô daí estufou o peito e complementou sua ladainha: “- Aí encontra-se o tesouro! O fulano fez os buracos e cultivou  mudas/ramas! Estas cresceram e multiplicaram-se! A proporção do capricho e trabalho revela o milagre da frutificação/multiplicação do patrimônio.” A família cedo “refez os seus instintos agrícolas” e não mais deixou ocioso o espaço. A produção, com os seus dividendos (em uvas e vinhos), permitiu, no tempo, adquirir a almejada prata e ouro. A planta, em espaço limitado, ostenta excepcional produção e daí o interesse em fomentar a cultura em pequenas propriedades.
       Os tesouros encontram-se enterrados em quaisquer almas e espaços! Cabe, cada qual, desenterrar, multiplicar e comercializar os seus! Singelas conversas e histórias, absurdas no momento, podem ostentar profundos ensinamentos e verdades. O indivíduo extrai suas conclusões e lições; aproveita o conveniente e descarta o inconveniente.     
                                                                                                                      Guido Lang
                                                                       Livro: ”Histórias das Colônias”
                                                                     (Literatura Colonial Teuto–brasileira)

Crédito da imagem: http://www.rpgnoticias.com.br/gerador-de-tesouros-de-cidade-pathfinder/ 

Nicolau Maquiavel

  1. Quando um homem é bom amigo, também tem bons amigos.
  2. Tornamo-nos odiados tanto fazendo o bem como fazendo o mal.
  3. Os homens quando não são forçados a lutar por necessidade, lutam por ambição.
  4. Todos os profetas armados venceram e os desarmados foram destruídos.
  5. Quando fizer o bem, faça-o aos poucos. Quando for praticar o mal, fazê-lo de uma vez só.
  6. Como é perigoso libertar um povo que prefere a escravidão.
  7. Pelo que se nota que os homens ou são aliciados ou aniquilados.
  8. Dê o poder ao homem e descobrirá quem ele realmente é.
  9. Tudo se degenera, se sucede e se repete fatalmente.
  10. Mesmo as leis bem ordenadas são impotentes diante dos costumes.
  11. Os homens esquecem mais rapidamente a morte do pai do que a perda do patrimônio.
  12. O primeiro método para estimar a inteligência de um governante é olhar para os homens que tem a sua volta.
  13. Dizem a verdade aqueles que afirmam que as más companhias conduzem os homens à forca.
  14. Um povo corrompido que atinge a liberdade tem maior dificuldade em mantê-la.
  15. Creio que seriam desejáveis ambas as coisas, mas, como é difícil reuni-las, é mais seguro ser temido do que amado.
  16. Porque a todos é concebido ver, mas a pouco é dado perceber. Todas veem o que aparentas ser, poucos percebem aquilo que tu és.
  17. O homem que queria professar o bem por toda parte é natural que se arruíne entre tantos que não são bons.
  18. Quem num mundo cheio de perversos pretende seguir em tudo os ditames da bondade, caminha inevitavelmente à própria perdição.
  19. Empreendedores são aquele que entendem que há pequena diferença entre obstáculos e oportunidades e são capazes de transformar ambos em vantagens.
  20. Os homens são tão simples que querem enganar sempre encontra alguém para deixar de enganar.
  21. Se seu melhor cavalo quebrar a perna, abandone-o. Se seu melhor amigo o trair, esqueça.
  22. O tempo lança à frente todas as coisas e pode transformar o bem em mal e o mal em bem.
  23. Quanto  mais próximo o homem, estiver de um desejo, mais o deseja; se não consegue realizá-lo, maior dor sente.
  24. Os que vencem, não importa como vençam, nunca conquistam a vergonha.
  25. Uma  mudança deixa sempre patamares para uma nova mudança.
  26. Os homens prudentes sabem sempre tirar proveito dos atos a quem a necessidade os constrangeu.
  27. Toda a ação é designada em termos do fim que procura atingir.
  28. Os preconceitos tem mais raízes do que os princípios.
  29. Homens ofendem por medo ou por ódio.
  30. Os fins justificam os meios.
(Fontes: sites e livros do autor). 

Nicolau Maquiável (1469 - 1527) foi historiador, poeta, diplomata e músico.

Crédito da imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Nicolau_Maquiavel

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Vencerás

  1. Não desanimes.
  2. Persiste mais um tanto.
  3. Não cultives pessimismo.
  4. Centraliza-te no bem a fazer.
  5. Esquece as sugestões do meio destrutivo.
  6. Segue adiante, mesmo varando à sombra dos próprios erros.
  7. Avança ainda que seja por entre lágrimas.
  8. Trabalha constantemente.
  9. Edifica sempre.
  10. Não consintas que o gelo do desencanto, endureça teu coração.
  11. Não te impressiones com as dificuldades.
  12. Convence-te de que a tua vitória espiritual é construção para o dia-a-dia.
  13. Não desistas da paciência.
  14. Não creias em realizações sem esforço.
  15. Silencia para a injúria.
  16. Olvida o mal.

(Fonte Almanaque Iza, ano 1996, pag. 15)

Segredos das Espécies


    Atentas observações e reparações revelam segredos!
   Os colonos, nos primórdios da colonização, adoravam andar pelos matos e terras. Os passeios, como pausa, faziam-se nos intervalos dos trabalhos da lavoura. O objetivo, além de respirar um ar puro e fresco, consistia em inteirar-se dos espaços (para apreciar o patrimônio ambiental existente nos lotes). Queriam, como exemplo, conhecer acidentes geográficos, animais de caça, árvores centenárias, quedas d’água, potencial agrícola, regimes de cursos fluviais...
    Segredos do hábitat natural, nestas idas e vindas, viam-se desvendados. Observaram o comportamento de espécies e, em cima, disso constituíam a lógica agrícola e tomavam resoluções. Pode-se, como exemplo típico, narrar uma história sobre abelhas. A espécie, no interior da Floresta Pluvial Subtropical/Mata Atlântica vivia fazendo ninhos no interior de troncos ocos e fendas de pedras. Os coloniais repararam um detalhe sobre a preferência da espécie selecionada: canela pinho. Outros troncos também abrigavam, porém como primazia optavam por essa madeira. Os colonos apicultores cedo estabeleceram um princípio apícula.
    As caixas, para abrigar as colméias, deveriam ser construídas, para o manejo melífero dessa espécie. Ela, nas suas tábuas, tinha um cheiro próprio e do agrado dos insetos. O fator ostentava-se num empurrão ao êxito produtivo. Volumosos troncos, extraídos de forma manual da floresta própria, tomaram o rumo das serrarias. Os materiais de abelhas, a partir desse momento, recaiam sobre esse recurso natural; caixas e sobrecaixas viam-se fabricadas de forma artesanal/manual  pelos criadores/domesticadores. A abundância do mel, a partir da domesticação selvagem, cedo tomou corpo nas colônias. Os celeiros de produção, típicos das comunidades, mantinham sua razão de ser e não decorriam da mera casualidade. As descobertas, no seio da convivência comunitária, cedo viam-se compartilhadas e seguidores “surgiam a beça”.
  Situações outras ocorreram para conhecer a riqueza de espécies. As madeiras ganharam funções específicas/nobres no interior das propriedades. Os colonos carpinteiros, deparando-se com as características, definiam sua utilidade. Chamou-lhe atenção à fartura e riqueza de recursos! O produto vegetal, nos começos da colonização, carecia de maior valor econômico e o desperdício, com as queimadas, mantinha-se realidade corriqueira. Descobriu-se, como normal geral, que quaisquer madeiras tinham alguma excepcional qualidade para algumas finalidades específicas.
  O idêntico aplica-se ao cotidiano da existência: observações atentas revelam segredos dos empreendimentos. Estes, uma vez conhecidos/estabelecidos, levam a tomar iniciativas à concretização de projetos e sonhos. As entrelinhas, do conhecimento, indicam profissionalismo e fazem a real diferença nos negócios e trabalho.

                                                                       Guido Lang
                                                            Livro Histórias das Colônias
                                                 (Literatura Colonial Teuto-brasileira)

Crédito da imagem: http://vidareal.wordpress.com/2008/03/