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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

O calcanhar de Aquiles


     Uma espinheira, tomada de cima a baixo de espinhos, sentia-se muito segura no contexto duma estrada de roça. Ela, depois de um ano, multiplica sua descendência, quando, aos rebentos, conta a tradição familiar da espécie.
    Os animais, com os hábitos próprios de cada criação, perpassam pelo trajeto, quando respeitavam deveras as inconveniências (dos espinhos). Alguns, unicamente no maior desespero do temor, procuravam refúgio no interior, quando viram-se aranhados e doloridos pela eficiência da proteção. Advieram pássaros, na época da frutificação, para digerir as polpas e, lá adiante, defecar sementes pelos diversos  ambientes. O orgulho consistia no começo, quando toda a proliferação iniciava com uma singela e dispersa semente.
     Os dias e meses transcorriam no ínterim da aparente  segurança! Adveio, numa oportunidade, um colono, quando, andando pelo caminho, deparou-se com o obstáculo.  Este, num passe de mágica, pisou na parte aérea e vislumbrou a raiz. A aparente desproteção, resultou no arrancar da planta inteira pela parte imune aos espinhos: “Calcanhar de Aquiles”.
        Esta, em meio a maior agonia do ressecamento, tratou de comentar uma realidade com as semelhantes: “-Contra os humanos não tem! Estes arrogam-se a primazia da criação! Encontram solução aos maiores obstáculos.  Mantenha a maior distância deles em função de não terem ‘dó ou piedade’  com os próximos (do reino animal e vegetal). A sua presença faz tremer qualquer espécie!”.
     Quaisquer poderes, apesar da aparente segurança, mostram-se efêmeros! Cada espécie mantém seu ponto fraco, no qual o inimigo trata de conhecer e atacar! Tratemos de vivenciar a glória de cada dia, porque o amanhã revela-se uma incerteza!
 Guido Lang
Livro “Histórias das Colônias”.
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)

Crédito da imagem: http://www.freewebs.com/porttucales/novidades.htm

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Otto Bismarck

Ficheiro:Bundesarchiv Bild 146-2005-0057, Otto von Bismarck.jpg 
 

 01. Nunca se mente tanto como em véspera de eleições, durante a guerra e depois da caça.
 02. Os tolos dizem aprender com os seus próprios erros; eu prefiro aprender com os erros dos outros.
 03. Agradeço pela crítica mais severa apenas se ela permanecer imparcial.
 04. Com leis ruins e funcionários bons, é possível governar. Mas com funcionários ruins, as melhores leis não servem para nada.
 05. A política não é uma ciência exata, mas uma arte.
 06. Leis são como salsichas. É melhor não ver como elas são feitas.
 07. A liberdade é um luxo a que nem todos podem se permitir.

Otto Bismarck (1815-1898)

Crédito da imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Bundesarchiv_Bild_146-2005-0057,_Otto_von_Bismarck.jpg

Jânio Quadros


Ficheiro:Janio Quadros.png

Alocução à bandeira
Discurso pronunciado em 19 de novembro

    "Estamos aqui presentes, Governo, Forças Armadas, e uma vasta assembléia de povo, para saudar-te, pendão da Pátria!
    Evocamos, na tua contemplação, a nossa História, seqüência soberba de sacrifícios e de sonhos, de decepções e de fé rediviva, de lances heroicos e de trabalho profícuo.
    A imensa Nação que a língua, a cruz, o amor fraternal, e a vigilância e o gênio dos estadistas, conservaram inteira, para o nosso próprio exemplo, para o nosso próprio bem, e para o mundo melhor, que desejamos.
      As três raças que a constituem, e tu representas, se casaram na tranqüilidade do abrigo do seu pálio. Significas tudo. A primeira missa na terra apavorante e agreste. As entradas, no sertão inviolado e misterioso. A repulsa cruenta do estrangeiro da expedição invasora. O mártir que foi ao patíbulo na serenidade dos que crêem, e na certeza dos que sabem.
      A declaração do Ipiranga, e o Império do concidadão magnânimo e singelo, que morreu em país longínquo,com a cabeça reclinada no solo natal, e a segurança da justiça da posteridade.
      És a espada de Osório, o democrata, e a de Caxias, a cólera bíblica da união indissolúvel, e a de Tamandaré, o momento augusto da nossa expressão oceânica.
     És a ‘Lei Áurea’ da Princesa que renunciou a um trono, e satisfez o coração e os impulsos da solidariedade.
     És a República que a vocação coletiva procurava. A República de Benjamin Constant, de Deodoro e de Floriano – as armas do novo regime.
   A República de Prudente, de Campos Sales e de Rodrigues Alves, o escrúpulo na Constituição, a mística unção pelo patriotismo de todos.
      És Rui a proclamar a força do direito, e a soberania das ruas e dos campos.
     És o holocausto na Itália, e cada um daqueles marcos brancos, que nos inquietam o sono, nas terríveis advertências que fazem.
     És o Congresso, da autoridade que emana do sufrágio livre; a Toga impoluta que aplica os decretos; os bordados do oficial que te protege, as mãos calosas do operário que te engrandece; o livro e o riso da criança; a vibração e a pureza do universitário.
      Aqui nos reunimos para te dizer que acreditamos em ti, e na tua destinação de símbolo da nacionalidade.
   Aqui,e na festa das tuas cores, renovamos à tua presença, os solenes compromissos comuns.
      De absoluta limpidez na honra. De absoluta exação no dever.
      De absoluta imparcialidade no Juízo. De absoluto rigor no julgado.
      De absoluta submissão à Lei.
    Aqui nos congregamos para manifestar-te obediência completa e horror a tudo que te atraiçoe, a tudo que te conspurque, a tudo que te comprometa.
      À mentira e à injúria. Ao furto e à violência.
      Ao compromisso e ao negócio. Ao embuste e à opressão.
     Recebe, Bandeira, o nosso juramento: se não pudermos ter-te por manto, desejamos-te por sudário! Sê bendito, Pavilhão Brasileiro!"

Jânio Quadros (1917-1992)

A ilusão das raposas


     

     A raposa, como muitos de qualquer espécie, achava-se um ser privilegiado da natureza, quando o Criador abençoou-a com o vigor do cheiro.
    Esta,  acrescida da inteligência, achava-se astuta e sábia, quando desafiava frutíferas e poleiros. Ela, na sua compreensão, entendia-se resguardada de maiores adversários. A inconveniência do perfume (natural) afugentava quaisquer inimigos, porque pareciam sufocar a muitos. A espécie, a cada aurora e crepúsculo, agradeciam ao Todo Poderoso por tamanha dádiva, quando ostentava alegria de peregrinar e viver.
      A espécie, por milênios, parecia viver imune a maiores oponentes, quando a realidade mudou com o “achado da América”. Os forasteiros, através de navios, trouxeram a cachorrada! Os caninos a partir do cheiro, movem uma perseguição implacável as raposas. Qualquer galinheiro ou pomar costumamente mantém a cilada canina, quando a alegria e o orgulho desses animais consiste em  exterminar semelhantes.
    As aparentes  dádivas, conforme  o contexto, possuem o lado bom e ruim! Certas ilusões perseguem as espécies! As virtudes atuais, no amanhã, poderão ser adversidades ou  continuas conveniências!

Guido Lang
Livro “Histórias das Colônias”.
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)

Crédito da imagem: http://zayandder.webnode.com.br/a-raposa-brasileira/ 

Negócios

    

"No mundo dos negócios, todo mundo é pago em duas moedas: dinheiro e experiência. Pegue a experiência primeiro e o dinheiro virá depois".

Harold S. Geneen


Crédito da imagem: http://cidadesaopaulo.olx.com.br/compro-ouro-joias-relogios-prata-platina-cautela-da-c-e-f-iid-59316699

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Esperança

     "Há muitas incertezas quanto ao futuro da Humanidade neste desabrochar do século XXI. Uma ponderação predomina por sobre o horizonte: para onde vamos? Incertezas parecem reinar por sobre este clima caótico, de “culto” ao consumo, de reinvenção de valores e de aparente endeusamento do capital internacional.
      Inspiro-me, não só para entender a História como também para nortear a minha vida, nas sábias palavras de Mahatma Gandhi: 'Quando me desespero, eu me lembro de que durante toda a história o caminho da verdade e do amor sempre venceu. Tem existido tiranos e assassinos e por um tempo eles pareciam invencíveis, mas no final sempre caíram'.
         Penso que acreditar em um grande futuro para a Humanidade, de maior solidariedade e compreensão entre os povos, é possível, mesmo que muitas vezes os fatos encaminham-se para a não efetivação deste anseio. A meu ver sempre existirá esperança enquanto uma nova criança vier ao mundo!"

Júlio César Lang
(1992 - ___ )

A ousadia do frangote

     

     A vida escreve-nos realidades inimagináveis! Um frangote, no contexto do pátio (colonial), mantinha-se muito suprimido e reservado nos desejos amorosos (pelos galos veteranos). Estes adonam-se do punhado de galinhas, quando constituíam seu harém. Ele, mais fraco comparado a concorrência, não levava maior chance de soltar os instintos (másculos). Conseguia esporadicamente alguma próxima, para intimidade, no cochilo dos mais fortes. O impróprio estendia-se por dias, quando esperava pacientemente a reversão dos fatos. 
      O criador, “na surdina”, faria sumir galos, quando os demais da espécie ignoravam o procedimento. Uns, de forma velada, pareciam torcer com razão de obterem suas chances de serem os maiorais. Uns grandões, numa noite, desapareceram do galinheiro, quando o frangote, noutro dia, imaginou-se chefe. Procurou, de imediato, constituir seu harém, quando estufava o peito e cocoricava pelo espaço. Tornou-se, em horas, corajoso e déspota, no que sentia-se feliz e realizado. 
     Esqueceu-se, no ambiente de festa e ventura, um detalhe excepcional. Poderia, antes do imaginado, sumir como outrora a concorrência. O colono, tendo dificuldades no trato, achegou-se antes do previsto, no qual “passou-lhe a faca para fritá-lo na panela”. Um governo de aparência majestosa porém muitíssimo provisório! 
     Inúmeras realidades ostentam a efemeridade: batalhou-se uma existência e antes do esperado, “escorrem como a areia seca entre os nossos dedos”. A ganância e o orgulho, antes do previsto, “a terra ceifa como cinzas"! 

 Guido Lang
 Livro “Histórias das Colônias” 
 (Literatura Colonial Teuto-brasileira)