Guido
Lang
As águas calmas e límpidas
de um córrego cortavam uma pacata comunidade colonial. Um colorido original,
proveniente das pedras cristalinas, vinha do fundo daquelas águas, que assumiam
inúmeras cores.
O avermelhado, azulado,
esverdeado, como exemplo, chamavam a atenção dos forasteiros e moradores,
porque este excepcional cenário geográfico parecia esconder algum valor
monetário.
Diversas pessoas, com a “cabeça
virada”, em relação ao enriquecimento fácil, visitavam aquelas paragens com o
intuito de extrair alguma riqueza mineral. As visitas sucediam-se,
principalmente, nos feriados e finais de semana, quando eles peneiravam as
águas e o solo daquele riacho. Muitos, sob o argumento da pescaria, andavam, às
margens daquele curso fluvial, com o objetivo de achar e levar algumas amostras
daquelas rochas.
Outros, protegidos pelo mato
das periferias, escondiam-se em meio à vegetação com a finalidade de não “cair
na gozação comunitária”. Alguns caçavam nas circunvizinhanças do escorredor
natural, mas ficavam antenados com eventuais achados de pedras.
Inúmeros “garimpeiros”,
esporadicamente, procuravam os estudiosos de minerais e compradores de pedras
preciosas com o desejo de oferecer amostras. Estes, de antemão, conheciam a
origem daquele material, que era proveniente do lento resfriamento da lava vulcânica.
Um industrial, com intenção
de confeccionar bijuterias e jóias, ofereceu alguns centavos pelos exemplares
catados no leito daquele regato, no entanto, não pagava o pesado ônus da extração.
Os seres humanos, fascinados pelos diamantes,
esmeraldas e ouro, parecem nunca assimilar a lição do insumo da garimpagem. Diversos
elementos, cedo ou tarde, caem na mesmice rotineira do enriquecimento fácil da extração
de mineirais.
(Texto
extraído de “Contos do Cotidiano
Colonial”, página 54, de Guido Lang).
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